CAPÍTULO 6

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Acordo caída no chão com a Bete me sacudindo e chamando pelo meu nome.
- Dona Débora, Dona Débora. - Me sacode desesperada- Acorda, Dona Débora. Pelo amor de Deus...Abro os olhos ainda sonolenta e vejo o rosto de Bete completamente preocupado.- Acordei, acordei - Falo quase sussurrando e mal humorada - Estou viva, relaxa.- A senhorita me assustou, pensei que havia desmaiado ou batido com a cabeça. - Bete diz preocupada. - Me deu pânico, não sabia o que fazer.- Não, eu adormeci no sofá e acho que caí durante a noite. Só isso - Me sento no sofá e tento acordar mais. - Mas em casos assim, geralmente liga-se para a emergência, Bete! - Dou um risadinha por conta da situação.- É... - Ela parece envergonhada. - Vou fazer um café bem forte e colocar sua refeição da manhã na mesa - Bete sai da sala e vai em direção à cozinha.Pego o celular em cima da mesinha e vejo o horário.- Acho melhor eu deixar de moleza e ir tomar um banho para ir ao trabalho. - Penso.- Ainda bem que já é sexta - Digo indo em direção ao meu quarto e entrando no banheiro.Tomo um banho frio para que eu pudesse acordar. Faço minha higiene matinal e vou tomar café.Coloco uma xícara de café, passo manteiga no pão e como. Como algumas torradas também e me sinto satisfeita.Pego as pastas e o notebook e saio para pegar o carro para ir para a empresa.


(...)


Chego à empresa e vou checar minha agenda para hoje.- Oi, Luiza! - Digo sorrindo.- Oi, Dona Débora! Descansou? - Luiza pergunta.- Sim! Aparentemente sim, obrigada por perguntar. - Digo sorrindo. - Quais são minhas obrigações para hoje?Ela checa os registros e volta sua atenção para mim.- Hoje a senhorita tem que ir terminar a decoração da senhora Jaqueline e tem uma reunião daqui a pouco com o senhor Jared... - interrompo.- Jared? Que Jared? - Pergunto temendo a resposta. Não sei por quê.- O sobrinho do dono da empresa de móveis e tecido que a nossa empresa faz os pedidos. - Ela me olha pensativa. - Trabalhamos com ele há muito tempo, Dona Débora, você sabe...-Eu Não acredito nisso. Se Deus quiser é outro Jared. Só pode ser outro-Penso tentando me convencer dessa ilusão, mas é óbvio que é quem eu penso que é.- E quais são meus outros compromissos? - Pergunto tentando parecer normal e nada surpreendida.- A senhorita tem uma pilha de papéis para ler e assinar - Ela me olha - Para hoje.- Como assim "para hoje"? Eu tiro folga um dia e o trabalho vem em dobro? - Luiza me olha e sua cara diz claramente um "É óbvio, esperava o quê? flores?"Entro na minha sala e dou de cara com aquela pilha de documentos em minha mesa. Eu me pergunto o porquê de tantos papéis se isso é uma empresa de Decoração e não uma advocacia -_-.Passo um tempão lendo e assinando alguns e xingando essa tal burocracia que ronda o mundo em geral.Ouço alguém entrando na minha sala, e é Andreia entrando toda animada.- Oi, parceira! - Ela me abraça.- Nossa, que bom humor, Andreia! O que te deu hoje? - Pergunto enquanto ela me solta.- Você voltou, ué! - Ela me olha se sentando em uma cadeira à minha frente. - E o dono daquele hotel lá, deixou a decoração por nossa conta, disse que iria confiar no nosso dom da decoração.Ela fala toda animada.- Ah, é isso o porquê de toda essa animação - Digo sorrindo, pois acabo me contagiando com sua alegria.- Sim, sim! E você devia estar animada também.- Ela diz.Eu me levanto e fico olhando pela janela da minha sala.- Já que a senhorita gosta tanto de decorar ambientes, que tal terminar a decoração da casa da senhora Jaqueline?- Não seria nada mal, preciso me ocupar o máximo possível, tô muito eufórica- É, eu percebi - Me viro para ela - E então, aceita o trabalho extra?- Pergunto esperando desesperadamente que ela aceite.- Sim, super aceito.Somos interrompidas pelas batidas na porta.- Entre, por favor! - Jared aparece tipo um deus grego em câmera lenta.- Eu vou indo - Diz Andreia saindo e nos deixando sozinhos.- Sente-se, senhor Jared - Digo voltando a sentar na minha cadeira.- Nada de senhor, Débora. Somos amigos e não precisamos de formalidades- Ele diz tentando parecer relaxado.- Você quem sabe! Só acho que estamos em um ambiente de trabalho e que seria profissional nos tratarmos como sócios ou como cliente e vendedor. Mas como você quiser... - Digo séria, mas nada rude.- Para com isso...-Ele olha em volta.- Eu não sei o porquê de tanta frieza. Isso me dá nos nervos- Então vá logo ao assunto da reunião que acabaremos cedo e você relaxa. - Sorrio irônica.-Até te ofereço um café, se for o caso.Ele bufa.- Chegaram novos modelos de móveis e novos tecidos, texturas muito confortáveis. - Ele me entrega algumas pastas. - Também chegaram novos modelos de cortinas e colchas de camas.Dou uma olhada rápida em todas aquelas pastas.- Acho que farei alguns pedidos. Me parecem muito confortáveis mesmo. -Digo observando e passando a mão nas amostras. - E esses novos modelos de móveis serão ideais para o nosso próximo compromisso. - Digo olhando para ele.- Então, se você quiser, posso deixar as pastas com você e enviar para seu e-mail o resto dessa nova coleção. - Ele diz me olhando.- Sim, seria bom você fazer isso. - Olho para ele de volta e na mesma intensidade. - De hoje até amanhã eu vou procurar um tempo para escolher alguns com Andrea e te chamo para fecharmos negócio.- Tudo bem! - Diz ele se levantando. - Era só isso. -Ele para uns instantes pensativo.- E outra coisa...- O que? - Digo mantendo a pose de séria.- Quero almoçar com você hoje, será que tem espaço na sua agenda?- Ele pergunta sem olhar diretamente para mim.- Eu já tinha marcado de almoçar com Andrea - Minto. - Eu meio que estou devendo um almoço depois que ela quebrou um galhão para mim.- Ok! Outro dia quem sabe. - Diz ele soltando o ar de seus pulmões e saindo da minha sala.- O que te deu, Debora? - pergunto para mim mesma, e no meio da minha crise existencial o celular toca."Alô?"" Oi, Amiga! - Victor fala imitando uma voz feminina""Fala, menina! - Respondo com um sorriso estendendo em meu rosto."" Então, mulher, estava eu aqui pensando em sair hoje à noite. O que tu me diz? "" Não sei não...-Minha empolgação se torna incerta. "" Sem essa, Debora! É sexta-feira e amanhã você não trabalha. Isso significa cartão verde para a diversão.- Diz ele com a voz normal""Mas a menos de 24h Atrás você seria a última pessoa que eu pensaria de sair para me divertir, Victor. Além de você ser ex da minha melhor amiga"" Mas não sou mais. Passo na sua casa às 08:00 PM. Fique mais linda que o normal"Ele desliga o celular e nem me deixa falar.- ISSO VAI DAR PROBLEMA - Digo voltando à realidade do trabalho e para aquela pilha de papéis que me aguardavam ansiosamente.O telefone em minha mesa começa a tocar. O da empresa.-Debora, bom dia!- Digo ao atender o telefone.- Dona Débora, tem uma moça aqui na recepção querendo falar com a senhorita!- Luiza diz com voz abafada.- Ok, mande subir! - Desligo e volto a ler e assinar aqueles papéis.Minutos depois ouço alguém entrar. Olho em direção à porta e meu sangue começa a correr como louco em minhas veias.- O que você faz aqui? - Olho fixamente para aquela pessoa em pé à minha frente.

Minha Calmaria Em Meio Ao CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora