CAPÍTULO 14

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Peguei o meu carro e fui até o apartamento do Victor. Estava um pouco receosa por conta daquele dia lá em casa.

Toco a campainha e ele me atende sem camisa e apenas com uma calça de moletom cinza e descalço. Parece que ele estava dormindo, o rosto dele entrega isso.

-Oi, Victor! Espero que não tenha esquecido que vinha ver o apartamento hoje. - Digo receosa.

-Não. Não esqueci. - Ele fala sério e com a voz de sono. - Entra, aí!

Eu entro e me sento no sofá.

-Espera um pouco, só vou lavar o rosto e escovar os dentes. - Eu apenas balanço a cabeça em sinal de sim.

Aproveito e procuro as fotos no notebook enquanto ele não volta.

O apartamento do Victor é muito bonito. A sala tem uma grande janela de vidro que tem uma vista incrível para serras verdes. Um verdadeiro sonho de apartamento.

Algum tempo depois, Victor volta, mas ainda sem camisa.

-Então, Victor! Eu separei algumas coisas que talvez você goste. - Ele senta ao meu lado.

Pego uma das pastas e mostro algumas coisas para a sala que ficariam legais ali. Ele gostou de umas coisas, outras não, mas é normal.

-Aqui tem outras sugestões para a sala. - Digo apontando para o notebook. Ele fica super próximo de mim, o que me faz arrepiar.

Ele escolhe algumas coisas.

-Será que você pode me mostrar o resto do apartamento para que eu possa te mostrar o resto das coisas? - Digo me levantando do sofá.

-O apartamento é todo seu, fique à vontade. - Ele diz preguiçoso.

Reviro os olhos e vou ver a cozinha e área de serviço. Depois fui ver os 3 quartos que tinham e os 2 banheiros.

-Tem algumas coisas aí em uma dessas pastas que você vai gostar de ter no banheiro e na área de serviço. - Digo me sentando novamente no sofá ao lado dele.

Mostro e ele gostou. Ele me diz como gostaria que a cozinha fosse e eu faço algumas "melhorias".

Escolhemos tudo, anotei todos os pedidos no computador e já enviei para a empresa por e-mail.

-Foi bom fazer negócios com você, Victor! - Digo brincando.

-Várias interpretações para essa frase. - Ele sorri, até que enfim.

-Victor... - Ele me interrompe.

-Se for sobre aquele dia... Esquece, tá!

-Tem certeza? - Pergunto olhando para ele.

-Não, mas eu devo pensar que sim! - Eu dou risada, mas com uma pontada de decepção. - Você já está com um cara, né?

-Quem te falou? - Engulo seco.

-Eu te vi beijando um cara na quadra no sábado. - Ele fala triste.

-Victor... Desculpa! - Digo ficando de frente para ele. - Anje me falou que você estava gostando de uma garota. - Dou um sorriso forçado.

-Eu ainda estou, mas ela já está com outro. - Ele se levanta indo para a cozinha.

-Então essa garota sou eu? - Pergunto, mas já sabendo a resposta.

-Isso é meio óbvio! - Ele fala irônico.

Eu fico em silêncio, não consigo pensar em nada. Eu pego as minhas coisas e saio do apartamento do Victor sem me despedir. Que confusão!

(...)

Entro no meu carro e encosto minha cabeça no volante e fico ali por alguns minutos.

Eu não conseguia pensar em absolutamente nada!

Dou partida no carro e volto à empresa.

-Dona Débora! Tem alguns papéis para a senhora assinar em cima da sua mesa. - Apenas balanço a cabeça positivamente e vou para a minha sala.

Coloco minhas coisas na mesa e pego um dos documentos e começo a ler, mas não presto atenção e tenho que ficar relendo.

(...)

Já era noite! Pego minhas coisas e os documentos já assinados. Passo pela recepção e entrego-os à Luiza e me despeço.

Entro no meu carro e vou direto para casa. Entro em casa e vou tomar um banho.

(...)

Saio de roupão e vou atender ao meu celular que estava tocando.

"Alô?"

"Oi, bravinha! Já jantou?"

"Ainda não!"

"Será que você jantaria comigo?"

"Lógico que sim!" - Ouço um riso do outro lado.

"Então, neste instante estou passando aí, beijo!"

"Beijo!"

Tomo um susto quando vejo que Anje me observava.

"Ai, meu Deus, Anje!" - Digo pondo a mão no peito. "Avisa quando chegar."

"Eu não queria atrapalhar, sabe?" - Ela diz de um jeito engraçado.

"Besta!" - Rimos. "Mas e o Alex?"

"A gente já se falou hoje!" - Ela diz calma. "Mas e as novidades?"

"Minha madrasta apareceu lá na empresa!" - Dou risada me lembrando.

"E o que você fez para estar assim e não tacar coisas na parede?" - Ela fala desconfiada.

"Fiz coisa muito melhor do que tacar coisas na parede." - Fico com um sorriso nos lábios. "Eu fiz o que eu queria fazer há anos."

"Você vai falar ou não?" - Anje fala impaciente.

"Eu dei dois belos tapas na cara daquela jararaca, foi isso!" - Anje ri.

"Meu Deus, Débora! Você está mudada!" - Ela ri imaginando a cena. "Você está mais pavio curto do que antes."

"Eu só fiz o que eu queria fazer desde o dia que a conheci." - Eu fico calada por um tempo. "Eu fui ver o apartamento do Victor hoje!"

"E como foi?" - Ela fala sem muita empolgação.

"A gente escolheu tudo e..." - Eu penso um pouco. "E foi isso. Preciso me arrumar. Daqui a pouco o Bru..."

A campainha toca. Anje vai atender.

Pego uma calça e um moletom cropped preto e calço um tênis.

Deixo meus cabelos soltos e coloco uma touca. Faço uma maquiagem básica.

(...)


Chego à sala e Bruno estava perfumado me esperando. Ele estava com aquele sorriso lindo nos lábios que particularmente eu adoro.

-Você está lindo! - Digo e dou um selinho nele.

-Isso porque você não está se vendo. - A gente ri.

-Anje, a gente já vai indo! Cuidado aí e qualquer coisa me liga. - Digo mostrando o celular para ela.

-Tá bom, mamãe! - Diz ela em tom brincalhão.








Minha Calmaria Em Meio Ao CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora