CAPÍTULO 33

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Abri o exame com mãos trêmulas, sentindo meu coração bater descompassado no peito. Meu olhar se fixou naquelas palavras escritas em preto e branco, enquanto um turbilhão de emoções tomava conta de mim. E então, finalmente, a realidade se fez presente: estava grávida.

Uma onda avassaladora de felicidade inundou meu ser, transbordando em um sorriso que iluminou todo o ambiente. Abraços apertados foram trocados, lágrimas de alegria escorriam sem pedir permissão, e a promessa de uma nova vida pulsava em cada batida do meu coração.

-Vou ter um pimpolho - a frase saiu de meus lábios carregada de uma emoção indescritível, enquanto o mundo ao meu redor parecia se encher de cores mais vivas, de sonhos mais palpáveis.

A voz suave da minha tia trouxe a realidade de volta, lembrando-me das responsabilidades que viriam com a chegada do bebê. E Victor, com seus olhos brilhantes de expectativa, concordava, pronto para embarcar nessa jornada ao meu lado.

Mas, no fundo, algo dentro de mim gritava que ainda era cedo, que o tempo voava rápido demais, que tudo mudaria em um piscar de olhos. E o desafio de aceitar as mudanças que estavam por vir pairava no ar, pesado e ao mesmo tempo cheio de promessas de amor e esperança.

E naquele momento, diante da revelação de uma nova vida que crescia dentro de mim, eu soube que não importava o que o futuro reservava, pois a alegria da maternidade era a chama que aqueceria cada passo do meu caminho. E assim, envolta nesse vendaval de emoções, eu me preparei para acolher o milagre que estava por vir.

Eu e minha tia passamos o dia fazendo a lista do que o bebê precisaria e planejando como seria o quarto do bebê. Eu queria fazer o quarto do meu pequeno na minha cidade, onde minha casa me espera. No entanto, minha tia estava tão entusiasmada com minha gravidez que eu não tinha forças para sair dali.

(...)

Eu estava deitada na cama, esperando Victor chegar. Assim que ele entrou no quarto e se deitou ao meu lado, fui tomada por um misto de sentimentos.

-Amor? - chamei, suavemente. - Sinto saudades da nossa cidade, mas minha tia está tão feliz com a minha gravidez...

Victor permaneceu em silêncio por alguns instantes, seu olhar gentil transmitia compreensão.

-Chama ela para morar conosco durante a gravidez - sugeriu, sua voz carregada de ternura.

-Será que ela aceitaria? - questionei, buscando segurança em sua presença.

-Só vamos saber se perguntarmos - afirmou, envolvendo-me em um abraço reconfortante. - Mas precisaremos encontrar uma casa maior para todos nós.

As palavras de Victor ecoaram em meu coração, despertando em mim a certeza de que juntos poderíamos superar qualquer desafio.

-Você está certo - concordei, sentindo-me amada e protegida.

-Eu resolvo isso, não se preocupe! - ele acariciou amorosamente minha barriga, fazendo minha preocupação se dissipar.

-Alex está procurando uma casa por lá, acredito que ele e Anje ficariam felizes e comprarão meu apartamento - comentei, compartilhando meus pensamentos com Victor.

-É, pode ser! - concordou ele, refletindo. - Meus pais também têm interesse em adquirir meu apartamento. Eles estão ansiosos para te conhecer...

A sugestão de conhecer meus sogros me pegou de surpresa e uma pontada de nervosismo surgiu.

-Victor, eles vão gostar de mim? - questionei, incerta.

-Vão sim! Eles têm um excelente gosto, assim como eu - garantiu ele, e um sorriso involuntário brotou em meus lábios.

Minha Calmaria Em Meio Ao CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora