Capítulo 11

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Adam

Londres, 03 de junho

Naquela semana, tive mais um compromisso com Amélia e não foi uma reunião com empresários, um jantar formal ou um compromisso político. Na tarde de seu terceiro dia em Londres, nos encontramos numa escola ao norte de Londres, onde as crianças estavam aprendendo sobre o Brasil e queriam mostrar seus trabalhos para a presidente. Era para ser um compromisso só dela, mas os pequenos escreveram uma carta me convidando também. Deus abençoe aquelas crianças!

Cheguei um pouco antes dela ao prédio simples da St. Margaret's School, não houve grandes reações a minha presença, afinal estava sempre a vista daqueles pequenos fosse na televisão, no jornal ou em qualquer outro lugar. Quando Amélia chegou, no entanto, foi um verdadeiro frenesi. As crianças mais velhas gritavam seu nome e as mais novas gritavam porque queriam gritar. Uma menininha da pré escola se aproximou dela com um ramo de flores e uma expressão tímida e curiosa na mesma medida. Qualquer outro líder de Estado, cumprimentaria a pequena e pegaria o ramalhete, mas a qualidade principal de Amelia era não ser qualquer outro líder, por isso não me surpreendi quando ela se ajoelhou no chão.

- São para mim, pequena? - perguntou com um sorriso que exalava gentileza nos lábios. A pequena balançou timidamente a cabeça e isto fez o rosto de Amélia se enternecer. - Como é o seu nome?

- Florence Appleton... - a vozinha meiga respondeu.

- Prazer em conhecê-la, Florence. Meu nome é Amélia. Muito obrigada pelas flores, querida. - e assim, beijou a testa da pequena e afagou-lhe os cabelos. Levantando-se, a raposa acenou e atirou beijos e piscadelas risonhas para as crianças enquanto caminhava até nós.

- Primeiro-ministro, boa tarde! - cumprimentou-me polidamente, mas com um sorriso caloroso.

- Boa tarde, presidente! - apertei-lhe a mão e logo apresentei a senhora Hawking, a diretora da escola logo ao meu lado, que se dissera nervosa minutos antes com a presença de um líder estrangeiro.

Amélia, a diretora, e eu entramos no prédio da escola que estava enfeitado com as cores do Brasil. A primeira sala a ser visitada servia para os menores, pequenos de quatro anos. Desenhos sobre o que eles entendem sobre o Brasil preenchiam uma parede quase inteira, a qual Amélia olhou um por um como se estivesse numa exposição no Louvre.

- Muito bom! - elogiava um desenho que eu mal podia distinguir os traços rabiscados. - Quem fez este aqui? - questionou para a professora que a seguia.

- A Molly..., senhora - respondeu a jovem trazendo uma adorável garotinha gorducha até Amélia. - Molly, esta é a senhorita Carvalho.

- Olá, Molly. Como vai? Por que não me fala sobre seu desenho? - pediu Amelia estendendo a mão para cumprimentar a menina.

- Oi, dona presidente! - disse a pequena sem timidez apertando a mão da raposa que riu da tratativa da pequena. - Isso aqui - e apontou para alguns traços cinzas - É aquela estátua grandona de Papai do Céu na montanha...o meu papai tem uma foto lá.

- Ah, o Cristo Redentor! Ficou muito bonito, Molly. - novamente elogiou certamente usando sua sensibilidade feminina. Passando desenho a desenho, falou com as crianças com um tom compreensivo, fazendo-lhes perguntas e se admirando com seus feitos como certamente faria se fosse mãe. Obviamente, minha maneira de tratar crianças era diferente, não era um ser de muito tato. Caminhava com a diretora ao meu lado, a mulher ia me explicando sobre como foi decidido o tal projeto de estudar um país a cada ano para que as crianças expandissem seu entendimento sobre outras culturas. Dado momento, fui abordado por um garotinho ruivo.

A diplomacia do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora