Capítulo 23

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O parque estava lotado quando chegamos, pessoas andando de um lado a outro, acompanhadas ou sozinhas, enchiam o pátio do parque repleto de atrações emocionantes. Eu não iria admitir para o Brendon que eu nunca havia ido em um parque de diversões antes, mas por dentro eu dava todos os pulos de alegria e fazia a dança da vitória silenciosamente. Os brinquedos gigantes e coloridos erguiam-se diante dos meus olhos como uma visão fantasiosa saída de um filme, as vendinhas de doces brilhavam com seus letreiros chamativos, os jogos de tiros faziam barulhos animadores aos meus ouvidos.

Eu estava surpresa demais para dizer qualquer palavra enquanto caminhávamos em meio ao mar de pessoas, um lugar como aquele não era a primeira opção da lista que eu criara em minha mente enquanto estávamos vindo de carro numa viajem silenciosa. Brendon havia, de fato, me surpreendido.

Ele caminhou à minha frente com segurança, como se conhecesse o caminho muito bem. Fomos na montanha russa e no twister antes de entrar em na Casa dos Pesadelos. Uma sessão de sustos e a impressão de que tinha perdido Brendon de vista me fez ter a certeza de que eu jamais entraria naquela coisa novamente. Consegui me aproximar dele só quando estávamos do lado de fora da casa que assombraria meus pesadelos por um bom tempo, ele sequer perdeu tempo antes de puxar-me para o meio das pessoas novamente. Eu estava prestes a protestar sobre ter um tempo para respirar e acalmar meu coração quando percebi que estávamos indo para a fila da roda gigante.

As luzes da grande roda pareciam convidativas e o movimento leve que ela fazia parecia acolhedor demais para que eu recusasse. Um sorriso repuxou meus lábios, Brendon soltou minha mão naquele momento e eu o olhei de imediato. Seu corpo estava embolado em uma calça escura e ele usava tênis vans; vestia um enorme moletom cinza, uma touca cobria seus cabelos, os óculos de lentes avermelhadas escondiam seus grandes olhos azuis e, por fim, um cachecol envolvia seu pescoço e parte do queixo. Eu estava tão encantada com tudo à minha volta que não havia reparado em todo aquele disfarce com calma. A verdade é que ele estava mesmo irreconhecível.

⸺ Se a noite não estivesse tão fria você estaria em apuros ⸺ comentei, tentando ignorar a falta de sua mão quente na minha. Ele sorriu e enfiou as mãos nos bolsos do moletom.

⸺ Era isso ou usar uma fantasia. Penso que chamaria muito mais atenção.

Antes que eu pudesse responder, o último par de passageiros da roda gigante desceu e novas pessoas começaram a subir. Fomos os últimos a entrar, sentando lado a lado, a trava de segurança sobre nós. Mordi os lábios, o nervosismo revirando meu estômago como nenhum outro brinquedo fez ⸺ nem mesmo a casa mal assombrada.

A roda começou a subir; o corpo de Brendon estava encostado ao meu e o movimento devagar fazia nossos braços roçarem um no outro. Meu estômago respondeu com diversas reviravoltas, fosse pela altura ou pela nossa proximidade, eu não fazia a menor ideia. Meu rosto estava quente quando ele virou-se no assento para me encarar.

⸺ Tem medo de altura? ⸺ Seu tom era curioso e levemente preocupado. Talvez ele estivesse vendo o rubor sendo substituído pela palidez em minha pele quando nosso assento balançou no ar.

⸺ Não, eu só... ⸺ tomei fôlego, sem coragem de encará-lo de volta. ⸺ Eu nunca andei de roda gigante antes.

E também nunca estive em um parque de diversões em toda minha vida, acrescentei em pensamento. Não queria que ele achasse aquilo engraçado, que zombasse ou fizesse comentários depreciativos. Mas ele não desviou os olhos de mim e sequer esboçou qualquer reação diferente.

⸺ Eu também não ⸺ ele sorriu um pouco quando eu virei para olhá-lo, boquiaberta e incrédula. ⸺ De verdade. Eu nunca olhei para uma roda gigante e senti vontade de subir até... bem, até hoje.

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