É para isso que servem os amigos

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No último capítulo:

Sou a última a sair do carro, entre os adolescentes, dando tchau para os meus tios e dando um beijo de despedida em meu amigo, saio do carro, mas mesmo assim escuto as tão temidas palavras.

"Nós vamos conversar quando chegarmos em casa."

Pov Harry:

"Nós vamos conversar quando chegarmos em casa." Esse realmente não é o melhor jeito de aliviar o clima, e eu sei muitíssimo bem disso, assim que a minha melhor amiga e (falsa) namorada sai do carro, eu escuto esse frase de meu pai, engulo em seco dolorosamente e desvio meu olhar para a janela ignorando os olhares preocupados de minha mãe e os irritados de meu pai.

Esse bebê, por mais que eu negasse, eu queria um irmão, mas eu tenho tanto medo e se minha mãe perder igual das outras vezes quando eu tinha cinco anos? E se o bebê nascer morto igual o da tia Lene? Ou se for raptado igual o irmão mais novo das gêmeas Patil? Minha mãe iria ficar devastada, poderia até mesmo entrar em depressão de novo, eu definitivamente não quero isso para ela, eu sei que não deveria ter dito aquelas coisas, mas não consegui controlar, eu queria um irmão, queria muito, mas eu estava com tanto medo. Sinto o carro dar uma freada brusca, me fazendo sair de meus devaneios, olho para frente confuso e percebo que já chegamos em casa.

-Não vai sair do carro?-Pergunta meu pai grosseiramente, e eu o olho com raiva.

-Pode deixar James, eu já estou saindo. -Falo com a voz dura e enfatizo sarcasticamente seu nome e ele estreita os olhos e abre a porta onde eu estava.

-Saí logo dai garoto, eu não estou com paciência, pra suas gracinhas. -Fala me puxando de dentro do carro com uma força desnecessária.

-Pode me soltar? Eu sei andar sozinho. -Reclamo com azedume e ele me olha com os olhos castanhos brilhando de raiva.

-Pois não é o que parece. -Ele retruca me puxando para dentro de casa sob o olhar de reprovação de minha mãe.

-James querido, seja mais calmo e aja como o adulto que você já é e solte o Harry, ele já não é mais criança. -Repreende minha mãe com calma, olhando-nos fixamente.

-Ele pode até não mais ser uma criança, mas está agindo como uma. -Meu pai retruca me soltando, minha mãe suspira pesadamente e nos olha com tristeza, antes de seguir para casa, vou atrás dela e escuto os passos de meu pai nos seguindo.Chegamos na sala e eu sem os olhá-los me sento no sofá com cabeça apoiada entre minhas mãos, meus pais se sentam na poltrona de dois lugares que ficava em minha frente.

-Por quê? Por que você fez isso Harry?-Ele pergunta com a voz ácida e sem tirar os olhos do chão, eu balanço a cabeça em sinal negativo. -Me diga olhando nos meus olhos! POR QUE VOCÊ FALOU TUDO AQUILO PARA SUA MÃE?-Ele grita com raiva me forçando o encara, o olho impassível, por mais que seu tom tenha me assustado.

-Eu não sei tá legal? Eu estou confuso. -Murmuro e meu pai me encara furioso e se levanta ficando na minha frente.

-E por "não saber", você tem o direito de falar daquele jeito com a sua mãe?NÃO!-Grita e minha o olha com repreensão e eu o encaro com raiva e me levanto.

-NÃO EU NÃO POSSO FAZER ISSO POR "NÃO SABER", MAS VOCÊ PODE, NÉ? POR QUE É ISSO QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AGORA! EU NÃO DISSE ABSOLUTAMENTE NADA E VOCÊ FICA AÍ ME JULGANDO!-Grito com raiva e taco uma fotografia nossa no chão, vejo os olhos de minha se arregalar.

-ME RESPEITE QUE EU SOU SEU PAI!-Vocifera ele com o rosto lívido e eu senti meu estômago revirar quando raiva pura descia com veneno por meu sistema e o encaro com uma fúria cega e jogo um porta retrato qualquer em sua direção, que acaba por ser o que minha estava grávida quando eu tinha dois anos, por um triz não acerta sua cabeça o que um dia foi um belo porta retrato de uma família feliz, agora era estilhaços espalhados pelo chão, estilhaços que pareciam muito com o que acontecia com nossa família no momento, pedaços individuais. Cacos de vidro. Um cristal que um dia fora muito belo e agora é apenas, mais um monte de cacos.

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