The Truth

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(Playlist: Too good at goodbyes - Sam Smith, Friends - Ed Sheeran, There's nothing holdin me back - Shawn Mendes, Little Things - One Direction.)

Eu simplesmente não conseguia entender Harry, que há seis meses parecia tão apaixonado, tão feliz e, de repente, o encanto parecia ter se esvaído e na relação deles as únicas coisas que ainda existiam eram brigas e acusações.

Escuto baterem na minha porta e vejo, levanto-me para abri-la, porém a pessoa parecia apressada em entrar, então a porta se abre e vejo Luke entrar, parecendo um tanto desconcertado.

Ele ainda em silêncio senta-se na cama de Harry e me olha com seus profundos olhos azuis, soltando um longo suspiro desamparado, ele segura em minhas mãos, como se precisasse confessar algo gigantesco. — Ginny, nós precisamos conversar.

Encaro-o com seriedade. Eu sabia que esta conversa seria necessária em algum momento, eu, de fato, já estava ensaiando o que falar para ele quando o momento chegasse, mas eu somente não esperava que ele escolhesse a semana do meu aniversário para fazer isto.

– Luke, ouça... – Começo encarando-o. Tentando conseguir forças para dizer o que há tanto estava preso em mim. Isso precisava acabar. Eu e Harry precisávamos parar de usar outras pessoas para nos proteger de nossos verdadeiros sentimentos. — Eu te adoro, de verdade, mas...

— Eu não sou ele. — Ele fala com um sorriso triste, e eu abaixo a cabeça em constrangimento. Ele levanta meu rosto com gentileza, e eu o encaro. — Eu sei que você gosta do Harry, Ginny. E eu acho que estou gostando de outra pessoa também. — Ele conta em tom de segredo, corando fortemente.

— Isso é fantástico, Luke! — Exclamo contente e o abraço com força. Ele sorri e me joga na cama, fazendo cócegas em mim, assim como Harry fazia. E, de repente, me solta, como se tivesse sido eletrocutado.

— Nós precisamos terminar Ginny, não quero viver uma mentira. — Ele diz com um olhar sério, e eu concordo.

— Eu também não quero isso. — Declaro levantando-me, e ele sorri. Estendo minha mão para ele com um meio sorriso. — Amigos?

— Amigos. — Concorda ele agitando minha mão. — Eu acho melhor a gente agir como casal essa semana, só para não estragar as coisas.

— E você ainda pode fazer ciúmes em Harry. — Sugere ele, com um olhar malicioso. Eu o encaro com surpresa e um tanto de temor.

— Eu não faço ideia do que está falando. — Respondo com a voz aguda e corando fortemente, tentando, e falhando miseravelmente, disfarçar em meus reais sentimentos por meu melhor amigo.

— Não se faça de sonsa, Ginny. — Ele retruca com um revirar de olhos, e eu bato levemente em sua mão.

— Eu realmente não sei do que está falando. — Respondo, me esforçando para parecer segura e ainda assim soando tímida e insegura.

— C'mom, eu sei que você está caidinha por Harry. — Ele implica, e eu o ignoro.

— Eu não estou caidinha por ele. Harry é apenas meu melhor amigo, só isso. — Respondo, colocando os braços na frente do peito em uma careta emburrada, e ele ri.

— Você o ama. Dá para ver em seus olhos. — Ele declara com um sorriso amigável, e eu desvio meus olhos dos seus, sentindo-me extremamente envergonhada.

— Pare de falar sobre mim e fale sobre essa garota que conquistou seu coração. — Peço com um olhar malicioso, e ele ri, mexendo no cabelo, envergonhado.

Sinto um déjà vu me atingir com força total ao lembrar de Harry fazendo exatamente esses gestos, quando há um ano me pediu para ser sua falsa namorada.

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