UNCOVER: A cada uma escolha, uma descoberta.

Final - Parte II

          Sorri ao concluir meus pensamentos e logo uma ventania, não tão forte, começa e depois de poucos segundos, para. Olho para trás ainda com o sorriso no rosto e Jou me pergunta o que houve. Contei. Ele ficou admirado.

- Preparada pra dar início à uma outra missão, já que essa você concluiu? - ele pergunta.

- Claro! - respondo. - Bom, acho que já podemos ir... 

- Deixa eu só pôr minhas flores ali também, amiga.

Mel disse e fez. Logo, nos encontramos com Carlos, que nos levou até o hotel, onde ficaremos até amanhã de manhã, pois já voltaremos pra casa.

Um tempo depois...

        Já está um pouco tarde, mas do mesmo jeito, a Time Square continua cheia. Hoje é véspera de ano novo, daqui a poucos segundos os fogos começa, um novo ano se inicia e um reconhecimento para o Jou também.

            Ele está ansioso, consigo ver isto estampado em seu rosto. Imagino o quão boa deve ser a sensação de, a pouquíssimos segundos, o seu comercial aparecer em uma dessas milhares de telas da T.S.

- Cinco, quatro, três... - falo baixinho, ao seu lado. - dois, um. Feliz ano nooovo! - sorri e o agarrei.

Ele me abraçou e me levantou. Rodou-me em seu colo e me encheu de beijos.

- Linda... Linda... - ele me chamou e me pôs no chão. - Ali.

Virei-me para olhar na mesma direção que ele e, em várias telas, ele aparecia. O olhei e Jou continuava fixo ali. Ele percebeu que eu o olhava, então sorriu. Seus olhos sorriram junto, o que em questão de milésimos, me fez viajar rapidamente. Como eu sou apaixonada por ele!

- Parabéns meu lindo! Você merece isso e muito mais. - digo. - Fico muito feliz por estar presente nesse dia de tanto reconhecimento pra você. - sorrio.

- Obrigada meu amor! Falando nisso, queria te perguntar uma coisa...

- O que quiser.

Ele pôs a mão no bolso e antes de tirar, deu o celular para o meu pai e deu um sorriso de lado. Papai retribuiu. O que eu estou perdendo aqui?

- O que foi? - pergunto.

- Bom, nós já passamos por muitas coisas né? Tristezas, alegrias, lutas, choros, perdas, descobertas... e mesmo com tudo isso, não desistimos um do outro. Passamos por tudo e hoje estamos aqui, juntos novamente. - ele diz, ainda com a mão no bolso. - Por isso, Skye Lima, gostaria de saber se... - meu coração começa a acelerar descontroladamente e mesmo com o barulho dos fogos, eu conseguia ouvi-lo bater extremamente forte. - Você aceita se casar comigo?

Arregalo os olhos e o vejo ajoelhar, com dois lindos anéis em um pequena caixa. Sinto oceanos nascer em meus olhos e sorrio. 

- É claro que eu aceito, Jou! - respondo, deixando escapar todas as lágrimas.

Ele pôs o anel em meu dedo e o fiz também. Olhamos firmemente um para o outro e nos beijamos.

         Eu nunca poderia imaginar que minha vinda de Petrópolis pra cá, há um ano atrás, faria com que eu me descobrisse realmente. Cheguei a pensar que não passaria de poucos meses em Nova York, só esperando a missão da mamãe terminar para eu voltar à minha vida normal. Mas foi completamente ao contrário. Foi aqui em que tomei certas escolhas, e como consequência, tive grandes descobertas.

          Após a morte da mamãe - como vocês bem sabem -, me rebelei e comecei a desacreditar de tudo. Foi aí que tudo mudou. Escolhi ignorar os atos bons do meu pai e tratá-lo ardemente mau, e descobri que mesmo com os erros do passado, todos nós merecemos uma segunda chance. Escolhi seguir os conselhos dos ímpios, ser influenciada por pessoas que me pareciam as melhores no momento e descobri que viver sem Cristo é a pior coisa. Logo de primeira você pensa que tudo é muito bom, divertido e que você está completo, no dia seguinte e em todos os outros você percebe que nada passou de um momento de êxtase, e que na realidade, você continua sozinho e triste. Escolhi deixar uma pessoa que me amava de verdade e que se importava comigo, e descobri que a outra pessoa que esperava tal coisa acontecer, no final só queria me iludir e decepcionar.

         Porém, no meio de toda essa confusão, também aprendi outra coisa: as aparências nem sempre falam por si. Alguém com o rosto mais fofo e com o jeito mais amável pode ser, na verdade, a pior pessoa do mundo; quanto aquela que você ignorou ou não deu tanta importância, tem um caráter invejável e um jeito único. Nunca julgue alguém pela aparência. Não é o jeito que ela se veste ou fala que realmente diz quem ela é. Antes de pensarmos e tirarmos conclusões sobre um certo alguém, vamos conhecê-lo melhor para aí sim podermos dizer alguma coisa. Agindo assim, manteremos nosso coração sossegado e cheio de amor. Livre de preconceitos ou pensamentos errados.

          Que possamos ser sábios na hora de escolhermos, para o resultado final da nossa atitude, ser um belo aprendizado de descoberta. Sem dor ou arrependimento por isso, mas com amadurecimento espiritual e muita paz à nós mesmos.

Uncover: A cada uma escolha, uma descoberta.