Aventura com margem em frustração

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Loki continuava sentado perto do campo de força com um livro no colo, seu olhar direcionado a mim de forma tediosa. Suas sobrancelhas erguidas esperando que eu continuasse a falar.

– Disse que precisamos conversar, e então? – Disse impaciente.

– É... Sim! – Tentei contornar a situação, porém nada vinha em minha mente. Eu apenas queria ver se ele estava bem.

– Não estou para conversas hoje, midgardiana. – Revirou os olhos e pegou o livro do colo, abrindo em uma página aleatória.

– Eu sei que não está prestando atenção no que lê. – A raiva estava começando a aparecer em minha voz.

– Fingir que estou lendo é muito melhor do que dirigir minha atenção a uma pessoa que não faz ideia do que veio fazer aqui.

Trinquei os dentes tentando segurar a língua. Esse asgardiano metido não merece nem um pouco da minha gentileza ou preocupação. Esse maldito mau humor não me agrada nenhum pouco. Acho que deveria deixar para lá essa ideia maluca de tentar fazer esse ser demonstrar um pouquinho de arrependimento pelas atrocidades que cometeu.

– Qual é seu problema? – Foi a única coisa que consegui dizer.

– Já disse que não é ''o problema'' e sim ''os problemas'' e você está sendo um deles. – Disse me fuzilando com o olhar.

Como é que é?

Quer dizer que eu, sendo maravilhosamente legal aqui, me preocupo com essa coisa de gelo que está lindamente sem camisa com os braços definidos bem na minha frente...

Oi? Respira Diana, tenha foco!

Quer dizer então que esse maldito Jotun está dizendo que eu sou o problema dele? Acho que deve estar muito enganado porque eu quem devo ajudar esse traste metido a príncipe a ser perdoado pelo pai e Asgard inteira. E claro que ele não deve saber disso, mas minha vontade de lhe apontar o dedo na cara é muito grande.

Rosnei – literalmente – para ele tentando conter minha língua afiada, e não lhe falar umas poucas e boas. Virei as costas para ele e comecei a andar para longe de sua cela.

– Não dê as costas para mim, midgardiana desprezível! – Vociferou para mim.

– Já que tem tantos problemas, posso pelo menos resolver um para você? – Disse voltando e levantando uma de minhas sobrancelhas.

– Você não passa de uma humana, como poderia me ajudar? – Disse em deboche. – Aliás, por que se importa tanto comigo?

Pisquei os olhos demonstrando meu nervosismo. Não gosto dessa frase.

– Nunca mais coloco meus pés nesse local, já não há nada que eu possa fazer aqui. Espero que apodreça dentro dessa maldita cela por anos e que comece a ter culpa pelas atrocidades que cometeu. Você não merece ter paz! – Disse gritando.

Loki arregalou os olhos por alguns instantes. Minha reação o deixou surpreso e a mim também. Eu não costumo gritar a muito tempo.

O fogo da ira queimou em seus olhos verdes e seu rosto se contorceu demonstrando o quanto estava descontrolado. Meu coração gelou naquele momento. Tenho certeza que se ele estivesse fora da cela eu estaria morta nesse mesmo momento.

– Infelizmente você não poderá me ver apodrecendo aqui por ser uma maldita midgardiana. É quase como um pequeno mosquito que não vive muito tempo. – Sua risada foi alta e medonha fazendo todo meu corpo se arrepiar de medo.

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