Niflheim

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- Você já foi para Midgard, levou vários alienígenas junto com você para dominar o planeta e não sabe o que é uma calça jeans, Loki? - Grunhi observando-me no espelho do quarto.

- Eu fui à Midgard para dominar e não prestar atenção nos vestuários de vocês. - Respondeu ele em tédio.

Loki havia me explicado que iríamos para Niflheim, um lugar extremamente frio e sombrio, e assim decidi que eu não poderia ir com vestidos longos e espalhafatosos que me fariam dar de cara com o chão ou até mesmo ficar doente de novo.

De várias formas tentei explicar a ele como seria uma roupa que usaria para um inverno rigoroso, mas sempre que Loki trocava minhas vestes através da magia, mais se pareciam com vestidos nada quentes.

- Droga! - Peguei o caderninho na penteadeira e um toco fino de madeira com um pedaço de grafite na ponta.

Rabisquei uma calça escura e uma blusa com grandes pontas que iam até as coxas, tentei rapidamente fazer uma bota que saiu um tanto estranha - tudo bem, eu sou boa com desenhos, mas meu talento não se deve à roupas - puxei a folha do caderninho e mostrei para Loki.

- Será que não dá pra criar algo assim com uma blusa que fique quente e não me deixe congelar até a morte? - Supliquei.

Loki pegou o desenho de minhas mãos e observou a folha com o cenho franzido por alguns minutos. Quando seus olhos encontraram os meus um sorriso pequeno brincou em seus lábios. De repente fui envolta na familiar névoa gelada, meus pés antes desnudos agora calçavam coturnos marrons e quentes, minhas pernas de baixo do vestido que estava antes se apertaram dentro de uma calça escura. A blusa que havia desenhado da forma mais desleixada possível agora estava em meu corpo protegendo-me do frio.

Assim que a névoa se afastou me virei para o espelho e suspirei aliviada, finalmente eu poderia correr e chutar a bunda de alguém sem ter que segurar a barra do vestido, e nem correr o risco de cair e bater a cabeça, meu equilíbrio pode ser bom, mas somente acrobatas conseguiriam correr vestidos da forma que estava antes.

- Obrigada! - Sorri para ele.

O asgardiano assentiu para mim, pegou sua espada e fez um sinal para que eu descesse. Peguei Sann e a bainha, amarrei rapidamente em minha cintura já descendo as escadas de carvalho. Caliel estava lá em baixo apertando as pequenas mãos nervosamente. Cheguei mais perto da Elfo e a abracei fortemente.

- Espero que nos encontremos de novo, e não se esqueça, você é poderosa Caliel. - Disse sorrindo para ela.

As pequenas mãos da moça acariciaram meus cabelos e ela abriu seu sorriso lindo e cintilante.

- Obrigada, Diana. Não se esqueça que há algo de especial em você, faça de tudo para descobrir o que é. Creio que nos veremos novamente. - Seus braços se soltaram dos meus e ela se aproximou de Loki.

- Cuide-se, meu querido amigo e zele por seu tesouro. - Caliel tomou as mãos de Loki e depositou um beijo em seus dedos, ela sorriu para ele quando seus olhos encontraram os meus.

- Temos que ir, cuide-se Caliel. - Loki apertou as mãos dela e se virou para abrir a porta de carvalho. - Vamos?

Assenti e fui em direção à porta. Saímos da casa de Caliel e paramos na soleira da porta

- E agora? - Perguntei a ele.

Loki segurou meu pulso e me puxou para saírmos da campina sem dizer uma palavra.

A gruta escura e gelada me dava arrepios, mesmo com uma blusa pesada me aquecendo. A mão de Loki em meu pulso me guiava na extrema escuridão, só conseguia ouvir nossas respirações e o pulsar do sangue em meus ouvidos. Loki entrou em uma pequena fresta me puxando com ele, sua mão deixou a minha e ele abraçou minha cintura segurando-me fortemente.

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