Vendo vermelho

173 14 2
                                    


A consciência me tomou rapidamente. Acordei num pulo observando o local escuro e gelado em que estou. Ao meu lado um vidro límpido me separava de Jane, que se encontra desacordada. Arrastei-me até o vidro e me segurei para tentar sentar. A dor de cabeça me causando náuseas e meus olhos não se acostumam a pouca luz que há na cela.

Um barulho de passos fez com que eu me encolhesse no canto. A tontura e náusea me deixam um tanto desnorteada, porém sei o que aconteceu. Thomas havia chegado em meu apartamento. Empurrou a porta e adentrou com uma arma em mãos. Atirou primeiro em Jane, meu instinto me fez ataca-lo, porém não tenho o controle de minha força. Em horas inoportunas ela aparece, no entanto nas horas que eu mais preciso, ela me deixa na mão.

Os passos ficaram cada vez mais altos. Thomas apareceu na porta de minha cela. Seus cabelos um pouco maiores do que eu me lembrava. Seu uniforme negro me dava calafrios. Ao observar que eu estava desperta, ele sorriu.

- Está acordada... Que bom! Temos muito que conversar. - O ruivo veio com uma faca nas mãos brincando com ela.

Suspirei e passando a mão no rosto tentando tirar o mal estar que estava sentindo. É óbvio que eu e Jane fomos dopadas e trazidas a uma das celas da HYDRA.

- Ficou surpresa que eu tenha te encontrado tão facilmente? – ele começou – Eu sei que achou que te deixaria em paz como pediu no contrato.

Eu realmente fui um tanto ingênua ao pensar que um grupo como a HYDRA me deixaria em paz por tanto tempo, assim como pensei que Thomas também me esqueceria.

- Eu sempre estive te observando, Diana. - Ele disse sorrindo docemente para mim. Quem não o conhece, cai em seu maldito charme - E também queria dizer que senti sua falta, meu anjo. Não deveria ter me deixado daquela maneira, quebrou meu coração. - Ele riu.

Seu tom me deixou com arrepios. É insano a forma como ele me chama de ''meu anjo''. O que eu mais queria e ainda quero, em toda minha vida, é distância dele e de tudo que lhe é relacionado. Seria um bom momento para se estar em Asgard, longe de Thomas, longe da HYDRA.

- Você é insano, Thomas. A todo tempo fingiu ser quem não era. Moramos juntos. Eu te amei. Confiei minha vida toda em suas mãos e você mentiu. É um assassino. - Gritei para ele. Aquela cela e a conversa começou a me sufocar.

Meus maiores medos se tornaram realidade. Sempre quis fugir de Thomas, desde o momento em que descobri sua adoração pelo grupo.

- Parece mesmo que ainda está disposta em quebrar meu coração. - Retrucou ainda sorrindo. - Não se lembra de como éramos felizes juntos antes de você ter um ataque de insanidade? - Ele se aproximou do vidro e o acariciou como se estivesse tocando meu rosto.

Me encolhi mais ainda perto da parede. Eu realmente gostaria de atravessá-la e me esconder daquele homem. Nós nunca fomos felizes. Tudo era uma mentira criada por ele para me enganar e por quê?

- Tudo aquilo foi uma mentira e você sabe! Desde os momentos em que eu procurava sobre a SHIELD. As propostas de emprego de seu pai. Tudo isso foi uma farsa para me trazer até a HYDRA e fazer com que eu me tornasse uma adoradora insana de um grupo inicialmente nazista. - Cuspi para ele.

- E você seria uma seguidora perfeita. - Thomas suspirou. - Nós sempre quisemos você aqui, Diana...

- E para quê? Eu... - Lembrei-me de meus ataques e do que sou agora depois de minha visita em Asgard.

Meus olhos se arregalaram. O sangue pulsou em minhas veias. É claro! Eles me queria o tempo todo porque...

- Sabe, eu tenho te vigiado há muito tempo e realmente gostaria de saber onde você esteve, porque simplesmente sumiu do mapa e eu não pude te encontrar. Juro que fiquei desesperado. - Thomas colocou a mão sobre o queixo e fez uma expressão pensativa.

RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora