O baile de Frigga

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- Vamos Diana, preste atenção em mim! – Disse Thor puxando meu queixo para manter meus olhos nos dele. Um de seus braços se encontrava estendido esperando que eu também fizesse o mesmo. – Não esqueça que não deve tocar minha mão...

- Já sei, devo manter ela próxima, porém sem tocar. – Repeti entediada. Quando iríamos começar a ação?

Thor esboçou um sorriso e juntou as mãos perto do corpo e me fez uma reverência, ainda extremamente entediada fiz a reverência que todas as mulheres deviam fazer, inclinando minha cabeça, colocando meu pé direito para frente e abaixando minha mão na altura da cabeça.

O príncipe de Asgard levantou sua mão esquerda e prontamente levantei a minha direita abrindo um pequeno sorriso, a lenta melodia que saía da flauta de Frandall me deixou atenta ao passo que Thor iria fazer. Ele, Vostalgg e o loiro que se encontravam atrás de nós decidiram que iriam me ensinar a dança asgardiana, pois finalmente chegara o dia do baile. O tão esperado aniversário de Frigga.

- Agora é o momento de dançarmos com as mãos sem nos tocarmos. – Thor disse com sua voz de trovão, eu assenti mostrando a ele o quanto estava concentrada em aprender a dança típica de meus amigos.

O loiro fixou seus olhos nos meus e eu tentei fazer o mesmo me sentindo um pouco incomodada. Ele começou no ritmo da música eu o segui para frente e para trás, depois nós fizemos uma volta sem quebrar o olhar e sempre no ritmo da música, as duas primeiras voltas foram para a esquerda, após isso mais outras duas para a direita.

Thor abaixou a mão e parou de frente para mim, eu sabia o que deveria fazer naquele momento, já havia sido instruída por Frandall. Cheguei mais perto de Thor e ele repousou sua mão esquerda em minha cintura de forma firme, passei minha mão direita para cima, minha palma ficava virada para fora e as costas encostavam-se à lateral de seu rosto. A conexão entre nossos olhares jamais deveria ser quebrada. Minha mão segurava o longo vestido rosa que eu vestia naquela manhã ensolarada de Asgard, quase da mesma forma em que as princesas dos contos de fadas faziam quando eram conduzidas por seus príncipes.

Ele deu um passo para trás me levando junto com ele e começamos a dança ritmada em que os passos se transformavam em círculos, fizemos duas vezes até que chegou a hora de girarmos, abaixei minha mão e a coloquei em seu peito. Como ele me conduzia pela cintura podia sentir quando era a hora certa de girar e fizemos isso por todo o salão até que não pude aguentar mais, meus pés pediam clemência.

Sentei-me perto das escadas douradas do salão e comecei a observar tudo enquanto Frandall se aproximava com uma caneca de ouro maciço cheia de água, eu precisava mais daquilo do que hidromel – que, aliás, eu ando adotando como um companheiro para todas as horas – ele se sentou ao meu lado me lançando sorrisos simpáticos e cheios de charme. Eu já conhecia a fama do loiro com as mulheres de Asgard e eu entraria no jogo dele só para me divertir um pouquinho, isso tudo tem estado num tédio interminável, principalmente quando peguei uma gripe que derrubaria até o Hulk, eu presumo. Tive que ficar isolada em meu quarto, mais precisamente na cama recebendo um chá em um tom de oliva completamente sem açúcar e fumegante, a mesma serviçal sempre me levava ele junto com algumas sopas e os pães costumeiros deste planeta. Da primeira vez que tomei o chá eu perguntei a ela quem havia me enviado e ela respondeu-me da seguinte maneira: O príncipe mandou lhe enviar.

Naquele momento lembrei-me que devia agradecer a Thor por todas aquelas regalias e por ter se preocupado comigo enquanto estive doente, o chá horrível fez efeito, pois depois de dois dias e meio consegui finalmente sair do quarto para participar dos jantares de Odin, que me parecia estranhamente satisfeito, e para minha surpresa a satisfação se dirigia precisamente a mim.

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