Inconscientemente guiada

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Thomas piscou freneticamente para voltar a realidade e de sua boca saiu uma respiração descompassada. Sua visão um pouco turva e o sentimento de desespero em saber onde estava. Seus olhos reviravam a sala escura onde estava. Um vidro fumê o separava de algo ou alguém. Em momento algum Thomas abriu a boca para falar sobre a HYDRA, no entanto seu sequestrador conseguiu arrancar-lhe algumas confissões sobre seu passado com Diana, mas nada relevante. O agente já havia perdido a noção de tempo, mas acreditava que estava preso a pelo menos um ou dois dias e ainda tinha esperanças de ser resgatado por outros agentes. Seu pai, o diretor principal da HYDRA, não iria deixá-lo ali nas mãos de agentes da SHIELD.

De repente a luz da salinha acendeu-se. Thomas estremeceu ao lembrar o tipo de tortura que estava submetido e temeu mais ainda ao lembrar o rosto de seu torturador. Ele não lhe dirigia muitas palavras, e não se irritava facilmente. O olhar dele que fazia Thomas crer que deveria se arrepender de tudo o que fez com Diana e implorar de joelhos para que seu torturador fosse misericordioso, porém Thomas tinha muito orgulho dentro de si. Seu sobrenome deveria ser orgulho.

Loki apareceu na pequena portinhola e andou devagar para perto de Thomas como se estivesse despreocupado, porém sua mente estava um caos. Havia descoberto o que a HYDRA fez com a cabeça de Diana. Todas as lembranças iam embora a partir de um soro e uma sessão de choques que ela tomava de vez em quando, mas não se lembrava. Ela apenas tinha consciência do que devia fazer para ajudar a HYDRA a chegar em um novo planeta.

Ao se deparar com seu prisioneiro Loki reprimiu a vontade de esmagar seu crânio na parede, ele ainda lhe era muito útil, contudo quando não valesse mais nada ele mesmo se certificaria de terminar com tudo aquilo. Nada, no momento, lhe faria mais feliz do que ver Thomas morto. Segurando sua lança, Loki se aproximou de seu prisioneiro e encostou a ponta dela em seu peito.

O deus da trapaça, em seu profundo, estava se divertindo com aquilo. A vingança com toda certeza era muito doce. Já fazia três dias em que estavam naquela situação e apesar do doce e inebriante sentimento, Loki queria resolver tudo aquilo, pegar Diana e zarpar para Asgard. Ele não se importava que os dois fossem ficar presos naquela maldita cela embaixo da terra novamente. Eles conseguiriam achar o caminho de volta um para o outro apenas recomeçando.

Dentro da mente de Thomas havia uma bagunça. Parecia que tentavam arrancar seuCÉREBRO sem anestesia alguma. Seu eu imaginário caminhava no total escuro com sua respiração descompassada, começava sempre assim. Seu torturador gostava de inventar histórias e tanto, porém histórias horripilantes que eram piores do que cortes, choques elétricos e surra. Thomas preferia todas essas opções juntas do que ter alguém em sua mente criando morte, sangue e fogo... Muito fogo.

Loki gostava de fazer Thomas imaginar que estava amarrado a uma pira e queimando vivo e toda vez que ele achava que enfim a morte viera buscá-lo... Ele acordava queimando novamente. Depois disso Loki o levava para dentro de sua instituição e fazia Thomas provar de seus maiores medos e um deles era a morte pelas mãos de seu pai. O deus da trapaça achou engraçado um agente como ele ter medo da morte e em específico pelas mãos de alguém.

Ao vasculhar mais ainda a memória de Thomas enquanto ele sofria com seus piores medos, Loki observou uma fisionomia... Uma garota bem bonita, ele pensou, ela tinha cabelos loiros e encaracolados e olhos castanhos esverdeados. Ela corria pela praia rindo enquanto Thomas tentava alcançá-la. Os flashes foram passando e os dois apareceram juntos... Uma promessa.

- Não! - Thomas gritou.

Loki sorriu abertamente. Ele havia derrubado uma das mais firmes paredes da mente de seu prisioneiro. Thomas tinha alguém com quem se preocupar, não somente ele. Havia uma promessa. O deus da trapaça refletiu sobre aquilo.

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