Meus pés se arrastavam lentamente tentando sentir onde diabos eu estava pisando, minhas mãos se encontravam a minha frente tateando a parede para encontrar o caminho. A escuridão era quase palpável, o que estava começando a me deixar desesperada.
Respirei fundo tentando acalmar meus nervos e manter a concentração para não surtar naquele lugar esquisito. Como eu vim parar aqui? A última coisa da qual eu me lembro de é de estar no palácio completamente molhada com Aaron a meu encalço e depois disso mergulhei em um sono profundo na deliciosa cama de Asgard.
Será que eu tinha sido sequestrada por alguém? Por Odin? Será que ele quer me matar?
O desespero começou novamente a tomar conta de todas as minhas células, um vento passou uivando pelos meus ouvidos fazendo os cabelos da minha nuca se eriçar. Rapidamente abracei meu corpo tentando de alguma forma me aquecer.
– Diana... – Uma voz melodiosa chamou meu nome de longe.
Um frio correu pela minha espinha me fazendo dar uns dois passos para trás, quem estava ali comigo e como sabia meu nome?
De repente uma pequena luz apareceu a alguns metros de mim me fazendo ver que estava dentro de um corredor escuro, a luz apesar de ser pequena era forte e me guiava, olhei para minhas roupas, estava com um vestido roxo escuro com as costumeiras fendas Asgardianas, alguns adornos e o mesmo bracelete de estrelas que encontrei nas joias de meu quarto e meus pés descalços no chão frio do corredor.
Apressadamente comecei a seguir a luz. O corredor ficava a cada vez mais estreito até chegar a um momento em que deveria me agachar e rastejar até o fim, o suor escorria por minha testa e minha respiração ficava cada vez mais rápida. Parecia que quanto mais eu chegava perto da saída do corredor o pesar e o cansaço dentro de mim tomava conta de todos os meus sentidos.
Ao finalmente chegar até a luz, que era apenas uma bola incandescente como as estrelas, tive o impulso de segurá-la, mesmo achando que iria obter uma queimadura de terceiro grau ou que minha mão fosse incinerada. Ao tocá-la não senti dor alguma, apenas uma leve cócega no vão de meus dedos.
Uma porta apareceu a minha frente quando toquei a luz e se abriu lentamente revelando um local completamente sombrio, mais do que o corredor em que eu estava. Não só em meu corpo, mas sentia o pesar e cansaço em minha alma, a sonolência fazia com que abrisse meus lábios para bocejar a todo momento e meus olhos piscavam freneticamente tentando espantar toda aquela aura esquisita que se apossara de mim.
Rastejei para fora do corredor sentindo a neve em meus dedos, aquele local era completamente assombroso com arcos de neve para todos os lados. A minha frente existia uma ponte negra imensa em arco, feita de pedras úmidas e cheias de musgo, levantei-me de onde me encontrava e comecei a andar por ela morrendo de medo. A luz em minha mão servia como uma luminária para que eu pudesse enxergar meu caminho, pousei meus olhos sobre meus ombros sentindo falta da minha aljava e o arco, talvez eu precisaria de minha grande companheira Sann.
Ao passar pela grande ponte negra centelhas de tochas apareceram, o ar ficou cada vez mais frio e o cheiro de carne apodrecida tomou meu nariz me fazendo franzir o cenho e tapar o rosto tamanho o fedor.
Lá na frente uma figura distorcida se mantinha parada em frente a grandes portões. A luz em minhas mãos brilhava mais forte, deduzi que ela estaria me mostrando o caminho e que estava cada vez mais perto. O barulho de rio tomou meus ouvidos me fazendo encostar perto dos arcos da ponte e olhar as águas escuras e lodosas que se encontravam abaixo de mim.
Ruídos estranhos e o uivo do vento faziam com que meus braços se arrepiassem, o vale ficava cada vez mais sinistro e a figura continuava parada como uma grande estátua encoberta com um grande manto verde musgo.
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Redenção
FanfictionDiana O'connor é uma astrofísica que vive em Manhattan aprisionada pela rotina, sua única paixão é direcionada ao universo, planetas e constelações. Na madrugada de seu aniversário ocorre um alinhamento do Sol, Marte e a Lua o fenômeno que chamamos...