A consciência me tomou de forma devagar e isso fez com que minha cabeça doesse de uma forma quase insuportável, imagens de um pesadelo tomaram meus pensamentos trazendo à tona aquela criatura de armadura dourada e olhos assustadoramente da mesma cor. Depois disso outras criaturas com elmos de chifres correndo atrás de mim e eu revidando da forma que podia.
Mas espera um pouco por que diabos minha cama está balançando? Estava quase ficando enjoada até que lembrei que tudo aquilo não foi um sonho, na verdade aconteceu tudo antes que a escuridão tomasse conta de meus fracos sentidos. Não era para eu estar morta?
Abri meus olhos rapidamente e minha respiração se tornou ofegante quando percebi que não estava na minha cama e sim nos braços de um soldado brutamontes e barbudo, que disse em deboche por cima do ombro:
- A princesinha guerreira acordou. – Olhou pra mim e soltou uma risadinha irônica. – Vamos para seus aposentos reais.
Levantei minhas mãos de forma apressada e para meu desgosto estavam presas em um tubo também dourado. Uma ideia veio a minha mente, juntei minhas forças e bati com o tubo no rosto do soldado brutamontes que me largou no chão surpreso. Minhas costas protestaram e eu soltei um grunhido de dor, me apoiei de qualquer jeito sob a maldita algema e me levantei vacilante e me pus a correr, ouvi grunhidos atrás de mim e uma voz gritando:
- Peguem essa midgardiana rápido e a coloquem na cela, ela te bateu com a própria algema, se tivesse uma espada empunhada teria tomado o reino.
Olhei por cima do ombro e percebi que o brutamontes esfregava a mão no nariz que estava muito vermelho e sangrava, o sorriso de satisfação veio rapidamente ao meu rosto e permaneci correndo, mas aonde aquele corredor me levaria? Eu podia estar entrando cada vez mais no calabouço e por isso não havia muito esforço dos soldados atrás de mim, entrei em outro corredor e assim que a luz forte me atingiu o lugar começou a girar, droga isso não era hora para desmaios.
A gritaria começou quando parei diante daquele corredor tentando fazer com que aquela vertigem parasse. Acho que fui atingida na cabeça brutalmente e por isso não conseguia organizar os pensamentos e agir com clareza, e com aquele maldito barulho não estava adiantando. Foi ai que me dei conta de que as criaturas presas no local estavam olhando e gritando pra mim, qual era o problema daquela gente? Onde eu estava?
O medo começou a se instalar em meu corpo, os assobios eram altos e eles gritavam coisas em uma língua que eu não entendia, olhei para baixo tentando entender por que diabos eles estavam tão atiçados e então me dei conta de que estava com meu vestido preto que batia dois dedos acima do joelho, ele contornava meu corpo e era rodado nas pernas.
Por que não escolhi uma maldita calça jeans larga e uma blusa também larga? Eu não sabia que iria parar em um lugar maluco, estava comemorando meu aniversário, nada mais justo do que me arrumar. O meu rosto se transformou numa carranca de ódio, se tinha uma coisa que eu não suportava era homens que assediam as mulheres por causa de uma roupa curta e pelo jeito aquele lugar era cheio deles. Ótimo lugar para me enfiar.
Um dos soldados entrou no local correndo com meu cobertor de florzinhas nas mãos, eu precisava fugir de alguma forma, estava desesperada e olhando pra trás tentei me desvencilhar das mãos do soldado mediano. Comecei a andar de costas até que bati com algo que me causou um choque não muito forte, mas o bastante para me fazer pular de susto.
Me virei rapidamente dando de cara com um homem alto, seu corpo era forte, mas não exageradamente, seus cabelos eram negros como as asas de um corvo e pendiam na altura dos ombros. Era branco não do tipo doente, pois possuía um tom corado no rosto, trajado com uma cota verde com dourado e calças escuras que pareciam muito finas para um mero prisioneiro.
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Redenção
FanfictionDiana O'connor é uma astrofísica que vive em Manhattan aprisionada pela rotina, sua única paixão é direcionada ao universo, planetas e constelações. Na madrugada de seu aniversário ocorre um alinhamento do Sol, Marte e a Lua o fenômeno que chamamos...