Capitulo 24

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— Água sagrada? — ele se contorceu novamente na cadeira — isso é tão clichê. Tão pacato e idiota.
A avó de Luna pegou uma arma que estava sobre o sofá.
— Fale ou te mando agora mesmo de volta para o inferno.
— Deixa eu adivinhar, balas banhadas com mais água sagrada — ele riu — lamento informar que elas não são capazes de me matar.
— Mas causam dor — ela disparou cinco vezes contra ele depois de colocar um silenciador pois o tiro anterior havia chamado a atenção da vizinhança.

— Dor? Essa blusa custou caro, sabia? Isso sim é uma dor, olha, eu não sei como sabe sobre mim e nem onde a Luna esta. Então me solte por que preciso encontra-la o mais rápido possível.
— Vocês demônio miseráveis estão atrás dela desde pequena, me forçando a leva-la de um lado para o outro. Por um momento pensei que fosse um cara normal mas enfim descobri o que realmente é.
— Sou um demônio necessário, tem muito mais em jogo do que você pensa.

— Como consegue manter  essa aparência humana? Geralmente vocês são feios pra caralho, pele morta, olhos fundos ou negros, corpos magros e um fedor do caramba.
— É uma longa história, mas para resumir eu uso produtos Jequiti. Sabe o motivo pelo qual os demônios perseguem a Luna?
— A mãe dela morreu a protegendo dessas coisas e quando meu filho procurou ajuda acabou sendo internado, coube a mim salva-la e nunca descobri o motivo, por um bom tempo tudo ficou em paz mas agora vocês voltaram — ela voltou a apontar a arma para ele.
— Entenda, me solte logo ou ela irá morrer. Meu único objetivo é ajudar e protege-la.

— Demônios só ajudam a si mesmos, não vão leva-lá de mim.
— Quando vai perceber que alguém já levou, confie em mim e me tire daqui para eu ir atrás dela antes que seja tarde demais — Jake fez força para arrebentar as cordas mas falhou.
A avó de Luna se viu num beco sem saídas mas sabia que não podia acreditar no que um demônio estava dizendo.
— Por que eu deveria confiar em você?
— Não tem escolha, pense bem. Se eu quisesse fazer algum mal a ela eu já teria feito, meus propósitos são outros e meu dever é protege-la.
— Por que?
— Conto quando a encontra-la. Agora me desamarre.
— Não vou confiar em você, pode estar mentindo.

— Ok — Jake arrebentou as cordas sem nenhuma dificuldade e levantou-se da cadeira.
— Como é possível? — a senhora se afastou empunhando a arma — água sagrada afeta todos os demônios — disse ela apontando a arma para ele.
— Digamos que não sou um demônio qualquer, estava apenas fingindo para tentar te convencer que sou um amigo, mas não tenho tempo para isso — ele se aproximou e tomou a arma de sua mão.
— Não a machuque.
— Não vou, como eu disse antes só estou aqui para ajudar. Não sei quem a levou e quando descobrir arrancarei cada osso de seu corpo — ele colocou a arma sobre o sofá e andou na direção da porta, a abriu e olhou para trás — eu a trarei de volta custe o que custar.

Enquanto Jake procurava informações pela cidade, Luna despertava em uma pequena sala de paredes brancas, no centro do teto havia uma lâmpada acesa e a sua frente uma porta metálica com uma pequena janela de vidro por onde alguém a observava.
— Quem é você? — ela perguntou mas a pessoa se afastou da porta e saiu andando. Tempos depois Luna escutou alguém conversando perto a porta, mas era impossível assimilar o que elas estavam falando. Luna levantou-se do chão. Olhou em volta mas não se aproximou da porta. Minutos depois alguém a abriu. Luna afastou-se mas não havia para onde correr e algumas pessoas entraram, elas usavam uma roupa preta com um capuz sobre a cabeça e uma máscara inferior tapando apenas suas bocas.

— Quem são vocês? — Luna perguntou.
— Apenas colabore e nada irá te acontecer — eles a seguraram, um em cada braço e a levaram para fora dali. Cruzaram um corredor meio velho com rachaduras e algumas janelas quebradas, eles a colocaram sentada a uma cadeira em uma grande sala que parecia ser um galpão velho e abandonado. Ela foi algemaram e logo em seguida mais três pessoas usando o mesmo tipo de roupa entraram naquela sala, uma delas parou bem na frente de Luna.
— O que vocês querem? — ela olhou um por um mas era impossível os identificar.
— Queremos saber tudo o que sabe — disse o homem a sua frente.
— Não sei de nada.
— Mas nem perguntamos ainda. Quem é o demônio que anda com você de baixo para cima como um cãozinho adestrado?

Meu Vizinho É Um DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora