Capítulo 26

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— Hm, não vão me deixar ir embora?
— Não podemos — Amber sentou-se ao lado de Luna — precisamos saber quais os planos desse demônio que está com você.
— Jake.
— Quem é esse?
— O nome dele é Jake e eu não posso contar o que ele quer — Luna sabia que se falasse sobre o inferno aprisionado em sua alma eles não a deixariam sair de jeito nenhum.
— O que ele quer? — Amber insistiu, pelo visto todos ali eram bem insistentes.
— Eu já disse, ele foi traído e só quer se vingar. Para isso precisa fazer algo, impedir uma coisa horrível de acontecer.
— Que coisa?

Ela pensou em uma maneira de dizer a verdade mas sem entrar em detalhes.
– Os demônios estão tentando libertar metade do inferno sobre a terra e Jake vai impedir.
— Libertar metade do inferno?
— Sim, a outra metade ira se abrir sozinha como um efeito dominó.
— Por que um demônio iria querer impedir isso de acontecer...
— Também não tenho essa resposta, ele só me disse que foi traído e quer vingança. Não tem porque nossos caminhos se cruzarem como inimigos pois pelo que vejo estamos do mesmo lado.

— Não exatamente, você está escutando um demônio, não são confiáveis. São criaturas criadas por Lúcifer para enganar e trazer destruição.
— Ele não.
— Ele também, de alguma maneira só deve estar mentindo e te enganando para conseguir alguma coisa.
— Não.
— E no final irá te matar da maneira que um demônio faria.
— Não — Luna falou com um tom de raiva.
— Por que o defende?
— Por que eu estou apaixonada por ele! — ela gritou algo do qual não tinha consciência e quando deu por si já havia falado.

Jake sabia exatamente quem procurar, o único que possuía conhecimento sobre ele e Luna, passou boa parte do dia investigando os documentos de Carlos na escola, mas sem ser notado. Enfim descobriu tudo o que precisava, seu nome completo, endereço e telefone residencial. Ele deixou a escola e seus pensamentos estavam todos voltados para Luna. Rezava para que ela estivesse bem e até sorriu ao pensar isso já que demônios não possuem fé alguma para rezar.
— Vejo que está sem seu mascote — Alguém falou atraindo a atenção de Jake, ele se virou rápido para trás e deu de frente com o mesmo demônio da praça.

— Você de novo, o que quer? Estou com pressa.
— Carnivean foi mandado aos portões dos confins da terra para ficar a sua espera. Achei que gostaria de saber disso.
— E por que está me contando isso?
— Mikael, já tivemos muito em comum naquela época em que os nossos interesses eram os mesmos — o demônio sorriu.
— Meu único interesse é destruir vocês.
— Vocês? Deveria ir atrás de quem te traiu, a sua mentora.
— Como você sabe disso?
—  Eu sei muita coisa sobre você. Sei até mesmo o que você é de verdade. Ah eu sei. Mas não me compare ao restante dos outros e nem me culpe.

— São todos iguais e recebem ordens de Lúcifer, acabarei com todos vocês — Jake deu as costas e seguiu andando.
— Mikael — Jake se virou outra vez e aquele jovem jogou para ele um objeto de metal, tinha um formato triangular com alguns desenhos cravados na superfície, ele olhou o objeto de todos os lados e quando foi perguntar o que era aquilo, não via mais ninguém ali além de si mesmo e as pessoas que iam e vinham pela calçada. Andou por alguns metros e notou uma bela moto preta estacionada logo a sua frente, decidiu pega-la emprestada por algum tempo.

Subiu nela e passou a mão sobre a entrada da chave, fazendo a moto ligar instantaneamente. Deu partida e a cada rua que virava aumentava mais e mais a velocidade. Aproximadamente trinta e quatro minutos depois, Jake chegou no local desejado, que ficava um pouco afastado da zona comercial e movimentada da cidade. Era um pequeno quarteirão com uma praça no centro, haviam casas em volta e algumas árvores. Procurou a casa numero sete e não demorou para encontra-la. Possuía um belo gramado e uma porta da mais preciosa madeira que chegava a refletir  sua imagem. Deu três batidas enquanto observava algumas crianças brincado próximo a ele.

— Posso ajudar? — Pergunta uma mulher de cabelos loiros abrindo a porta, um cheiro de carne veio junto a ela.
— Carlos está?
— Saiu com os amigos mas acho que não deve demorar muito, se quiser pode entrar e esperar por ele.
— É a mãe dele?
— Sou sim, entre.

Meu Vizinho É Um DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora