Capitulo 18

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— Jake — chamou Luna.
— O que? — respondeu, mas sem se virar.
— O que vai buscar nesse confins da terra? Aquele demônio parecia saber mas quando ele ia dizer você matou ele.
— Eu não matei ele. Aquela coisa é imortal, só não queria que ele dissesse os meus planos em voz alta. Nunca se sabe quem pode estar escutando. Caso não tenham percebido esse lugar está repleto de olhos e ouvidos. E eu preciso buscar uma coisa naquele lugar.
— Que coisa? — ela ficou curiosa.
— Segredo.
— Fala logo.
— Saberá na hora certa, ou não.
Enfim chegaram perto de um pequeno riacho de águas transparentes, peixes dourados e oscilantes nadavam de um lado a outro sem rumo aparente.
— São lindos — disse Luna apreciando a aparência dos peixes.
— Adoram devorar almas perdidas, se eu fosse você ficaria bem longe — ele a alertou.

— E agora? — Carlos olhos em ambas as direções, por ali não parecia haver nenhuma saída ou caminho alternativo. Apenas árvores.
— Agora meu amigo, é hora da despedida, adeus — respondeu Jake sarcasticamente.
— Despedida, por que? — perguntou Luna.
— Eu e você vamos pular na água e voltar para o seu quarto.
— Então ele também pode pular.
— Ele apenas será devorado pelos peixes que guardam essas águas.
— Mas e vocês, também serão? — Perguntou Carlos outra vez.
— Não, estamos aqui por um feitiço. Já você deve ter se acidentado ou algo assim. Já falamos sobre isso. Não vamos perder tempo repetindo as mesmas coisas.

— Não vamos deixa-lo aqui — lagrimas escorreram pelos olhos de Luna.
— Está chorando por alguém que implicou com você e que nem conhece direito?
— Pessoal, está tudo bem. Apenas me desculpem por ser um idiota, agora me deixem aqui vão logo — Carlos também tentava entender o motivo das lágrimas de alguém que nem o conhecia.
— Vamos, Luna — Jake segurou sua mão.
— Não.
— Obrigado por tentar, Luna — Carlos deu tapinhas em seu ombro e em seguida Jake puxou Luna para dentro do riacho, a ultima coisa que ela conseguiu ver foi um clarão seguido de varias luzes de diferentes cores. Após isso ambos estavam novamente no quarto
— Deixamos uma pessoa lá — ela ainda chorava.
— Era o destino dele.
— Não, sempre podemos mudar nosso destino — ela foi até a janela de seu quarto e notou  que chovia. O que era estranho já que o clima estava bem limpo antes daquilo tudo — quanto tempo se passou?

— Passamos horas lá, mas aqui foram apenas segundos — afirmou Jake. Ele tentou colocar a mão em seu ombro mas ela o ignorou.
— Me deixe sozinha — pediu.
— Tudo bem, eu posso tentar traze-lo de volta se isso vai te fazer se sentir melhor.
— Mas — ela se virou para ele — você disse que ele não conseguiria voltar.
— E talvez não possa, vai depender do estado em que o seu corpo se encontra nesse mundo. Pode estar a beira da morte, pode estar em coma ou até mesmo já ter morrido. É isso que ele ganha por sair por aí implicando e dando tiro nas pessoas.
— Jake!
— Tá, tá, tá. Parei. Vou tentar traze-lo de volta, mas saiba que se ele estiver morto vai se tornar uma alma corrompida e eu mesmo terei que ceifa-lo. Sinta se avisada — ele segurou o rosto de Luna e a beijou novamente, retornando ao purgatório.

Meu Vizinho É Um DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora