O ônibus parou perto ao pátio da escola e Luna desceu acompanhada por Amber, ela olhou em volta na esperança de encontrar de Jake mas não viu nem sinal dele.
— Qual é o seu papel nisso tudo? — perguntou Amber.
— Nisso o que?
— Nessa vingança do seu amigo demônio.
— Então é por isso esta aqui comigo, apenas para conseguir informações?
— Não seja idiota, eu estudo aqui e pego aquele ônibus todos os dias desde que tinha 14 anos. Te via entrar e se sentar ao lado da sua amiga todos os dias.
— Falando nela já estou com saudades. Ela é a minha única amiga, digamos que eu não seja popular— elas entraram na escola e seguiram por um dos corredores.
— Não é questão de ser popular, é questão de se soltar mais.
— Acredite, meu problema vai muito além de se soltar mais.
— Esta é a minha sala — Amber parou de andar — se precisar de ajuda ou algo assim e só me procurar.
— Tudo bem — Luna continuava desconfiada daquela hospitalidade toda vinda de uma membro da ordem.
— Outra coisa, todos da ordem são muito cautelosos com a identidade, então...
— Não vou falar nada. Até por que eu tenho tanto a esconder quando vocês — ela sorriu e em seguida seguiu para sua sala enquanto pensava em qual seria os planos de Amber ao tentar aproximar-se dela. Ao chegar em sua sala foi logo procurando Jake mas só os alunos de sempre estavam ali.
Ela passou boa parte do tempo perdida em pensamentos e tentando se convencer de que ele estava bem. Não saiu nem mesmo para o intervalo e antes mesmo que pudesse perceber já estava de noite. O último sinal tocou e uma grande bagunça tomou conta da sala enquanto vários alunos corriam para fora. Luna arrumou sua mochila e ao sair da sala se surpreendeu ao ver que Amber a esperava.
— O que você realmente quer comigo? — perguntou enquanto as duas andavam até a saída da escola.
— Amizade — Amber sorriu.
— Difícil de acreditar.
— Olha, se você e seu amigo demônio estiverem planejando algo ruim nós mataremos os dois, mas aqui na escola somos apenas estudantes normais, não tem por que não sermos amigas.
Pegaram o ônibus e nada de Jake aparecer.
— Preocupada com algo? — Amber percebeu que Luna olhava o celular o tempo todo.
— Não — ela tentou disfarçar.
— Toma — ela estendeu a mão com um pequeno bilhete e nele estava anotado um número.
— O que é isto?
— Meu número.
— Por que está me dando seu número.
— Pelo fato de você estar andando com um demônio, se precisar e só me ligar ou mandar mensagem.
— O Jake não oferece perigo, pelo menos não para mim.
— Você confia demais nesse cara.
A viagem seguiu e Luna desceu em seu ponto. Amber continuou sentada, sua casa ficava alguns quarteirões de distância dali. Luna chegou em casa e entrou, sua avó estava assistindo Tv sentada no sofá.
— Oi anjo.
— Oi vovó — respondeu desanimada.
— O que você tem, morreu alguém?
— Não é nada, só cansaço mesmo — ela subiu para seu quarto e se jogou na cama, não conseguia sentir fome, apenas preocupação com Jake e o seu sumiço repentino. O celular vibrou e ela o ligou na mesma hora, mas era uma ligação de Kathy.
— Alô.
— Finalmente estou com tempo livre outra vez. Meu pai me levou para um acampamento idiota para ficarmos mais conectados como pai e filha e adivinha? Não funcionou tão nem quanto ele imaginava — a amiga riu do outro lado da linha.
— Eu também estou precisando de um acampamento assim — Luna ficou de barriga para cima olhando o teto — é bom ouvir sua voz de novo e saber que você está bem. Você anda agindo bem estranho ultimamente.
— Apenas problemas, relaxe. Eu ficarei bem. Mas e então, quais são as novidades?
— Bem... estou namorando com o Jake.
Kathy deu um berro do outro lado da linha.
— Eu sabia que você não ia conseguir manter essas suas pernas fechadas por muito tempo — ela seguiu rindo.
— Não seja idiota, eu disse namorando, não transando.
— É só questão de tempo, querida. Só questão de tempo.
Elas continuaram conversando e Kathy era a única capaz de fazer Luna esquecer de suas preocupações. Pouco tempo depois elas se despediram e Luna ficou algum tempo deitada pensando antes de finalmente conseguir dormir. Na manhã seguinte o seu celular a despertou vibrando. Com os olhos ainda sonolentos ela pegou o aparelho na esperança de ser Jake mas era apenas a operadora oferecendo mais e mais planos para a sua linha.Aquilo a deixou com muita raiva e só não jogou o celular contra a parede por que não tinha outro. Seria um baita prejuízo. Ela desceu as escadas e foi para a cozinha comer algo. Estava com muita fome, consequências por não ter jantado noite passada. Após ficar alguns minutos impaciente no sofá ela pegou o celular e ligou para o número que Amber havia lhe passado.
— Alo, quem é?
— Sou eu, Luna.
— Aconteceu algo?
— Preciso da ajuda da ordem.
Todos os oito membros da ordem estavam reunidos em uma sala que possuía uma grande mesa no centro e uma tela preta chumbada em uma das paredes.
— Ajudar uma garota a procurar seu amigo demônio, não me parece algo muito inteligente de se fazer — disse um dos membros.
— Eu sei, mas negaremos ajuda? Nosso propósito é ajudar quem precisa — Amber se pronunciou.
— Aquele demônio maldito só pode estar planejando alguma coisa ruim — outro membro falou enquanto se acomodava na cadeira.
— A garota me disse que ele só pode ter sido atraído por outro de demônio já que agora é tratado como um traidor e eles querem destrui-lo — Amber cruzou os braços.
— Um demônio que quer se vingar do inferno, algo nada comum.
— Ele pode nos ajudar, pode nos dizer o que ainda não sabemos.
— Ou pode nos destruir.
— Ele teve essa oportunidade mas só o que fez foi sair pela porta com a garota. Isso tem que significar algo.
A tela preta na parede foi ligada, nela apareceu a imagem de outro membro da ordem mas este possuía o capuz branco e sua voz estava modificada, preservando seu anonimato.
— Ajudem a garota e o demônio — foi apenas o que disse e em seguida a tela se apagou novamente. Todos se entre olharam em silêncio, até Amber voltar a falar.
— Escutaram o líder.
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Meu Vizinho É Um Demônio
Fantasía#1 Em Fantasia Luna, uma garota de 17 anos descobre que metade do inferno foi aprisionado dentro de sua alma e agora se vê presa junto a um demônio em uma grande batalha sobrenatural.