Capitulo 7

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A MULHER ACORRENTADA


Estava na hora de tomar seu banho, então Luna pegou sua roupa e desceu as escadas, andou até o banheiro e se despiu. Minutos depois ela saiu vestida e voltou ao quarto para poder arrumar sua mochila com os cadernos necessários nas aulas do dia. Penteou os longos cabelos e foi até a sala se despedir de sua avó antes de sair rumo ao ponto de ônibus.
— Quer algum dinheiro? — sua avó sempre fazia a mesma pergunta antes dela sair.
— Não precisa, vovó. Já estou indo.
— Se cuida.
— Eu vou — disse ela passando pela porta principal. A tarde estava linda e o céu sem nenhuma nuvem, ali na rua o movimento estava normal e ela seguiu seu caminho passando pelos mesmos lugares de sempre.
— Luna! — alguém a chamou, ela se virou e viu que era Jake.

— O que foi? Veio roubar mais coisas?
— Tome — ele a entregou o globo de vidro.
— Desistiu?
— Sinto que isto tem um valor sentimental para você.
— Sente é? Você é clarividente?
— Sou mais do que imagina, tenha uma boa tarde — ele se virou.
— Jake.
— O que?
— Não vai a escola?
— Vou de moto. Já está com saudade?
— Muito engraçado — ela voltou a andar e minutos depois estava sentada no banco do ponto de ônibus. O veículo escolar chegou em alguns minutos. Kathy a esperava sentada.

— Oi.
— Oi, avisei o meu pai que irei dormir na sua casa hoje. Você avisou sua avó?
— É... — ela fez cara de confusa.
— Não me diga que esqueceu.
— Isso não é importante.
— É sim.
— Relaxa, está levando o filme?
— Sim.
— De terror?
— Claro, alguma novidade? — Kathy começou a mexer dentro da mochila.
— Oh se tenho — Luna riu enquanto falava.
— Até imagino, conte logo.
— Não, vou contar a noite.
— Isso é maldade.
O ônibus logo parou perto a escola e todos os alunos presentes desembarcaram. Luna olhou em todas as direções mas não avistou Jake e quando voltou sua atenção para amiga, esta a encarava.
— Quem está procurando? — Kathy perguntou mesmo já sabendo a resposta.

— Ninguém — Luna mentiu, mas era impossível enganar sua amiga.
— E esse ninguém se chama Jake?
— Não enche — começaram a andar em direção a entrada da escola.
— Admita, está muito afim dele.
— Não estou não. Nem o conheço.
— Claro, minta para si mesma, te vejo no intervalo?
— Sempre.
Cada uma seguiu por um corredor em direção a suas salas, a de Luna estava completamente vazia mas isso logo mudou em questão de minutos. Lucky daria a primeira aula do dia e quando foi fechar a porta Jake surgiu do nada.
— Por que o atraso, novato? — quis saber o professor.
— Estava matando demônios. — todos riram.

— Boa desculpa, entre e não se atrase novamente — para a sorte de Jake, Lucky sempre era compreensível e raramente punia os alunos por alguma coisa. Ele sentou-se ao lado de Luna e retirou seu caderno da mochila.
— Bom, é com muita tristeza que eu afirmo que não teremos matéria por alguns dias — anunciou o professor e toda a sala começou a fazer bagunça comemorando o anunciado — Isso comemorem, mas quando os planejamentos do baile de boas vindas acabar vocês estão lascados na minha mão.
— Baile de boas vindas? — perguntou Jake a Luna.
— Sim, todo ano tem essa besteira.
— Interessante — ele ficou a encarando.
— O que?
— Nada.

— Então garotas, podem começar a me mandar seus currículos para que eu escolha com quem quero ir — falou Miguel em alto e bom som.
— Muito confiante — comentou Lucky.
— Todas aqui são caidinhas por mim professor — o aluno seguiu rindo e as garotas da sala começaram a vaiar.
— Estou vendo — Lucky riu.
— Isso é apenas elas gritando o meu nome. O nome do amor de suas vidas.
— Bom, todos estão liberados para sair da sala e aqueles que irão ajudar no baile sigam para a sala da diretora agora mesmo. Ela vai dizer o que vocês devem fazer. Luna saiu da sala ao lado de Jake.
— Quando será esse baile? — ele quis saber, parecia bastante interessado no assunto.

— Certamente no fim de semana, sempre é.
— Oi — falou Kathy aproximando-se deles.
— Oi — respondeu Luna.
— Sou Jake — ele estendeu a mão e ela apertou.
— Sou Kathy, a melhor amiga da Luna.
— Sou o novo vizinho dela.
— Eu sei.
— Como sabe?
— A Lu…— mas foi interrompida.
— Kathy você sempre ajuda nessas coisas de baile, não tem que ir na diretória? — perguntou Luna mudando rápido de assunto.
— Sim, chatinha. Já vou indo — ela saiu rindo ao ver que havia deixado sua amiga com vergonha.
— Então você anda falando de mim? — Jake se virou para ela.
— Obvio que não, por que eu falaria? — suas bochechas ficaram coradas.

— Por que sou bonitão? — Ele sorriu.
— Convencido.
— Só estou brincando.
— O que você come?
— Como assim? — ele ficou confuso com a pergunta.
— Não vi nenhuma comida na sua casa.
— Além de invadir ainda ficou vasculhando tudo?
— Também não tinha cama, você dorme no chão?
— Obvio que não e você pergunta demais, garotinha delinquente.
— Não sou delinquente.
— E como explica a janela da minha porta?
— Foi um acidente.
— Sei.
— Se eu sou delinquente você é um idiota.
— Dupla perfeita então. A delinquente e o idiota.

Luna e Jake ficaram juntos no pátio enquanto vários dos outros alunos arrumavam os preparativos para o baile de boas vindas. Devido a isso os demais foram liberados para irem embora e a maioria reclamou pois queriam ter sido avisados bem antes, assim nem entrariam no ônibus.
— Você não vem? — Perguntou Jake.
— O ônibus não vai sair agora.
— Eu te levo.
— Não quero incomodar.
— Mas não vai.
— Mas e a Kathy? Ela vai dormir lá em casa hoje então preciso esperar ela.
— Tudo bem então, te vejo por ai — ele seguiu para fora do colégio e se deparou com os mesmos jovens que havia brigado um dia antes.
— Olha quem está aqui — disse um deles ao notar a sua presença.

Meu Vizinho É Um DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora