Capitulo 5

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UM TIRO NA CABEÇA


Luna havia acabado de jantar e estava em seu quarto lendo um de seus novos livros quando o celular ao seu lado vibrou, era uma mensagem de Kathy.
— Pode ser amanha? — dizia a mensagem da amiga.
— Você dormir aqui?
— Sim.
— Pode.
— Então está marcado, agora vou dormir por que o sono está me matando.
— Ok. Beijos.
Desligou o celular e voltou a ler o livro, meia hora depois resolveu dormir pois sabia que o dia seguinte seria cansativo. Deitou a cabeça no travesseiro e se recordou da cena que presenciou na escola. Ninguém nunca havia lhe protegido de tal maneira e enquanto pensava nisso acabou dormindo sem notar que Jake a observava no canto do quarto, atrás da cabeceira da cama.

Ele andou lentamente até ela e ficou encarando seu belo rosto, levou a mão lentamente na intenção de toca-la mas antes que pudesse fazer isso ela abriu os olhou e levantou a cabeça bem rápido. Olhou de um lado para o outro mas não havia mais ninguém ali além dela mesma. Pensou ter sido apenas o inicio de seu sonho e voltou a dormir novamente. Pela manhã foi despertada por seu celular vibrando, havia uma nova mensagem. Sentou-se na cama enquanto olhava o brilho do sol refletindo na janela, adorava ver aquilo toda manhã, depois abriu a mensagem.

— Acorda! — era Kathy como de costume, as únicas mensagens que recebia durante todo o ano eram da amiga ou da operadora oferecendo seus vários planos promocionais.
— Já acordei — ela tentou responder mas a mensagem deu falha, em seguida Luna recebeu um SMS de sua operadora avisando que seus créditos haviam acabado. Desceu as escadas que davam diretamente na sala e sua avó não estava em casa, certamente havia ido ao banco da praça ou em um supermercado comprar alguma coisa. Se jogou no sofá após vir da cozinha com uma fruta em mãos e em seguida ligou a TV. A porta principal se abriu, era sua avó com algumas sacolas.

— Vovó, preciso de dinheiro — foi logo fazendo um pedido.
— Nem um bom dia? — sua avó sorriu.
— Vovó, bom dia. Preciso de dinheiro.
Ela a acompanhou até a cozinha ajudando com as sacolas.
— Dinheiro para fazer o que?
— Colocar credito no meu celular.
— Vocês jovens e seus celulares, no meu tempo…— ela foi interrompida por Luna.
— Lá vem você com esse papo de que no seu tempo isso, no seu tempo aquilo — ambas riram.
— Como eu dizia, no meu tempo era tudo melhor, sem essas coisas de internet, namoros virtuais.
— Ninguém aqui está namorando vovó, pare de ver essas notícias nos jornais. Eu só quero créditos para poder responder a minha amiga sempre que ela mandar mensagens.
Luna voltou para a sala, o tempo passou depressa e havia chegado a hora do almoço. Após o almoçarem, ela lavou a louça enquanto sua avó assistia o noticiário.

Em seguida levou o lixo para fora e olhou para o chão onde havia visto os arranhões na noite passada, eles ainda estavam lá, o que teria feito aquilo? Se perguntava, olhou para a casa de Jake e tudo estava fechado. Voltou para dentro de casa.
— Luna, poderia ir até o mercado para mim? — pediu sua avó vindo do segundo andar.
— Comprar o que?
— Comprar não, pagar mesmo — ela sorriu — fiquei devendo o dono do mercado.
— Sempre levando pouco dinheiro né.
— Minhas contas andam falhando ultimamente, ou são as coisas que estão ficando mais caras a cada dia.
— Foi em qual mercado?
— Aquele perto ao posto de gasolina.

— Tudo bem, vovó. Aproveita e me da o dinheiro para recarregar meu celular.
Luna saiu de casa e seguiu para a rua a sua esquerda, haviam varias pessoas indo e vindo em direções opostas, todas muito ocupadas para prestar atenção naquele lindo dia. Para a sua sorte o local não ficava muito distante e logo avistou o posto de gasolina, virou a direita passando por um hidrante e deu de frente com a grande entrada. Foi até o balcão de atendimento, onde estava um simpático senhor conhecido por todos.
— Em que posso ajudar? — ele logo perguntou com um sorriso simpático.
— Minha avó veio aqui agora a pouco e ficou devendo dinheiro, eu vim pagar — disse ela pegando as notas em seu bolso. Pagou o moço e como  ali fazia recargas ela aproveitou e recarregou seu celular, quando ia saindo do estabelecimento um homem de touca e roupas surradas apontou a arma para sua cabeça e a empurrou para dentro do mercado.

O senhor no caixa ficou em desespero vendo que aquilo tratava-se de um assalto.
— Por favor, não atire — pediu Luna.
— Me de todo o dinheiro — ele apontou a arma para o caixa — você também, velho. Vai esvaziando tudo que tem ai.
— Eu não tenho mais dinheiro —  Luna tremia.
— Tem sim.
— Não moço, eu não tenho.
Uma mulher passando em frente ao comércio viu a cena do assalto e se assustou, ao tentar correr tropeçou em uma lata de lixo alarmando o assaltante que sem querer acionou o gatilho da arma, que estava apontada para a cabeça de Luna. Todos presentes ouviram o som do tiro e viram o brilho do fogo no cano da arma, mas nenhuma bala atingiu Luna ou qualquer outra coisa próximo a ela.

O assaltante assustado com aquele disparo acidental olhou em todos os cantos para ver onde a bala havia acertado. Luna e o senhor atrás do balcão fizeram a mesma coisa.
— Procurando isso? — Disse Jake encostado na parede perto ao bandido, ele segurava a bala, o ladrão apontou a arma para ele.

Meu Vizinho É Um DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora