Meu Vizinho É Um Demônio

Capítulo 30

Luna despertou assustada com seu celular vibrando sobre a mesinha ao lado, sentou-se na cama bocejando e por alguns segundos ficou encarando o espelho novamente. Recordando-se de ter visto a sua mãe, ou pelo menos achava ter visto. Mas tudo não passou de mais um de seus sonhos estranhos.
— Não vou te acompanhar na escola hoje — era uma mensagem de Jake.
— Por que? — ela digitou rápido e enquanto penetrava os cabelos ele respondeu.
— Problemas.
-— Tipo?
— Estou no meio de uma floresta ao leste da cidade, algo aqui está me atraindo, provavelmente deve ser algum outro demônio ou coisa do tipo.

— Tente não morrer.
Ela desceu as escadas e foi procurar algo para comer, sua avó parecia ainda estar dormindo pois a porta da sala estava fechada. Seu celular vibrou novamente.
— Preocupada? — era Jake outra vez.
— Nem um pouco, idiota.
— Delinquente. Linda, mas delinquente.
— Me acha linda
Luna foi até a cozinha lavar as louças da noite passada. Finalmente era sexta e estava ansiosa para o fim de semana, não sabia o por que, mas estava. Jake não respondeu sua ultima mensagem e sua avó apareceu com o rosto amassado e sonolento.
— O que deu em você? – perguntou a senhora.
— Nada, vovó. Só estou querendo ajudar.
— Tomou café?

— Sim. O que acha do jake?
— Por que essa pergunta?
— Estamos namorando.
Essa informação fez sua avó ficar alguns segundos com os olhos bem arregalados. Ela tentava a todo custo proteger a neta dos demônios e agora isso, estava namorando um. Acabou ficando sem reação e Luna deu um beijo em sua bochecha, em seguida foi assistir TV. Mas sem desgrudar os olhos de seu celular a espera de outra mensagem, tanto de Jake quanto de Kathy.

O tempo passou rápido e logo era hora de seu banho, pegou sua roupa e seguiu o corredor em direção ao banheiro. Minutos depois saiu vestida com os cabelos ainda molhados. Sua preocupação com Jake estava ficando cada vez maior. A todo momento checava suas mensagens, mas nada. Após se arrumar, jogou a mochila nas costas e se despediu de sua avó. Saiu para a rua e o clima estava agradável. O vento balançando seus cabelos combinava perfeitamente com a musica que escutava em seus fones de ouvido.

Chegou no ponto de ônibus e instantes depois ele surgiu no fim da rua. Ela entrou e outra jovem sentou-se ao seu lado, era Amber, a bela loira que fazia parte da ordem.
— Não quero problemas — disse Luna retirando os fones.
— Relaxa, aqui somos apenas estudantes normais. Só agora percebi que era você, sabia que já tinha te visto em algum lugar.
— Não está me seguindo, está? — perguntou Luna desconfiada.
— Bem que eu deveria, mas não. Tenho outras ordens.
— E quais seriam?
— É segredo.
— Vocês dessa ordem são humanos?
— Claro que somos, diferentes, mas somos.

— Diferentes?
— Sim, conseguimos sentir presenças malignas, somos mais fortes e mais rápidos que as pessoas normais.
A viagem seguiu tranquila enquanto Luna e Amber conversavam.
Enquanto isso Jake abria os olhos, estava caído no chão em meio a grandes arvores que se balançavam devido a uma forte ventania que parecia vir de todos os lados. Ele levantou-se, sem entender o que estava fazendo ali e sem se lembrar de muita coisa. O céu estava negro como a noite e era tomado por relâmpagos que brilhavam intensamente, tomando formas de raízes.

— Que droga é essa? — ele começou a andar sem direção aparente, se lembrava apenas de procurar algo em meio aquela floresta antes de tudo ficar escuro. Chegou em uma estrada de terra e esta passava próximo a um pequeno bar destruído, algo chamou a sua atenção. Um barulho vindo de trás. Ele virou-se e se deparou com Luna usando um vestido branco, manchado pelo sangue.
— Luna?
— Onde você estava? Não disse que me protegeria? Não disse que daria sua vida por mim? — lagrimas escorreram pelo rosto de Luna.