Saí do banheiro do hotel de Trevor logo após o sexo, sentindo-me mais relaxado do que antes durante nosso ato. Pelo menos não fiquei paraplégico.
Ele estava só de cueca sentado em uma das cadeiras da sala digitando algo em seu MacBook prateado, parecendo bastante concentrado. Caramba, ele é um puto de um gostoso mesmo!
Assim que eu o vi, ele ergueu o olhar na minha direção e sorriu, levantando-se em seguida. O físico dele não ajudava muito a manter a minha respiração sob controle, o que só aumenta quando ele fica à minha frente, o cheiro único e suave saindo de seu corpo. O que será que ele passa nele? Seja lá o que for, eu gostaria de comprar.
— Aceita um vinho agora? — perguntou com um tom brincalhão. — Cada copo que você beber, acrescentarei U$ 200,00 na conta.
Achei graça, mas não poderia aceitar — embora quisesse muito.
— Sinto muito, eu não posso — falei como um pedido de desculpas. — Não é nada pessoal ou... algo do gênero. É que eu tenho prova amanhã à noite e tenho que ficar consciente para não esquecer de nada.
Ele assentiu.
— Prova da universidade?
— Isso. Faço Direito.
— Ah... — ele fez um som de compreensão. — Tudo bem, não insistirei. Quanto é o seu preço?
Por um breve segundo eu traduzi sua frase em outro sentido, minha garganta quase engasgando por isso. Ele era um dos poucos clientes que me perguntou o preço após a relação, porque os outros normalmente torciam o nariz quando eu mencionava o valor antes do ato. Mas, ainda assim, a maioria acabava aceitando.
Obviamente eu não comecei o trabalho cobrando tão caro quanto cobro hoje em dia: iniciei o valor com U$ 150. Conforme eu ia dominando melhor os atos sexuais — boa parte do crédito vindo de Caio, que ainda estava na Itália —, fui começando a aumentar o preço, sempre de cem em cem dólares — não mais que isso. Só quando cheguei há uns meses atrás que decidi pular de U$ 650 para U$ 800, meu primeiro salto superior ao valor que eu costumava elevar.
— U$ 800 por hora — falei baixinho, como se não quisesse que ele ouvisse.
— Certo.
Ele fez uma expressão gentil e passou por mim, indo em direção à cômoda onde ele pôs minhas roupas ontem à noite; pegou sua carteira e veio ao meu encontro, estendendo um dos braços com algumas notas de cem dólares.
Ele me entregou U$ 5.000,00. Fiz as contas rapidamente para confirmar que o valor era muito superior. Passamos o quê? Duas horas no máximo? Se for, isso era mais que o triplo!
Olhei pasmo para seu rosto, quase engasgando.
— Por conta dos beijos — explicou Trevor, segurando minha nuca com as duas mãos e voltando a me beijar, a língua entrando às pressas dentro da minha boca.
Retribuí no mesmo nível e mordi seu lábio inferior, soltando-o só quando eu precisei de fôlego. Meu Deus, isso realmente não é um sonho!
— Quando você estará disponível novamente? — perguntou com a voz rouca.
— Quando você quiser — respondi. — Quer dizer, não sou eu quem escolho os horários. São os clientes.
— Mas você precisa de um tempo para descansar, não estou certo?
Levantei os ombros, o rosto indiferente.
— Se eu tiver sorte...
Ele fez uma expressão de quem ficou surpreso, talvez em decorrência à minha revelação de que não era eu quem mandava no meu corpo. Bem, quase isso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
EU ENTREGO MEU CORPO A VOCÊ
RomanceApós ser expulso de casa pelos pais por se revelar homossexual, Chris tem sua vida quase que arrasada completamente. Tendo que morar na rua por não ter um abrigo nem conhecidos na recente cidade onde mora, ele prevê seu futuro repleto de dificuldade...