11 | Faça amor comigo como você faz

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Com apenas três minutos de conversa dentro do elevador até o 7° andar, Stella indicou ser uma mulher maravilhosa e desprovida de felicidade. Ela me lembrava aquela pessoa que tem uma personalidade marcante, na qual todos querem arrumar uma maneira de tê-la como amiga. Fiquei feliz por quase fazer parte dessa lista.

De vez em quando eu me pegava rindo do que ela falava, mas uma parte dessas risadas era creditada à minha lembrança do que Trevor e eu fizemos no elevador. Sinto perfeitamente as pulsações de seus dedos nas minhas coxas, como se elas estivessem sido apertadas há menos de um minuto atrás. Esfreguei a testa, um gesto que eu acreditava me fazer esquecer da cena — e parecia sempre funcionar. Para. De pensar.

— Okay. — Stella bateu uma mão na outra, saindo junto comigo quando as portas se abriram. — Antes de darmos início à sua escolha de roupas, eu gostaria antes de lhe entregar seu terno da formatura. Chegou hoje pela manhã.

Sorri ao me recordar da nossa conversa pelo telefone, pensando a respeito do que ela me disse agora.

— Escolha? — repeti só para ouvir o que eu já esperava.

— Sim. O Sr. Harper me fez prometer que você não sairia daqui sem levar alguns de nossos vestuários. Aproveite, Chris. — Ela piscou um olho para mim. — Nem todos têm a sorte de levar nossos modelos completamente de graça para casa.

Escute o que ela diz, Chris, pediu minha mente. Bem, eu tentarei. Eu me conhecia muito bem para saber que uma roupa linda se tornaria feia caso eu decidisse dar uma espiada antes no preço e me deparasse com um valor terrivelmente absurdo. Se Deus quiser, poderei dar um fim nisso hoje, mesmo que seja de maneira esporádica.

Sem dizer mais nada, a segui pelo corredor lindo e espelhado do sétimo andar. Minha nossa... A luxúria interna só confirmava ainda mais o que lá fora demonstrava ser. Haviam dois seguranças numa porta de vidro verde com partes mais escuras no fim dele, um em cada ponta, parados como estátuas. Ao redor do andar, diversos guarda-roupas estavam distribuídos, mas todos parecendo conter somente roupas masculinas. Talvez aqui fosse essa a seção dos homens.

Outras mulheres e um rapaz musculoso também nos faziam companhia, cada um deles trabalhando de forma concentrada, sem dar importância a Stella e a mim. Outras pessoas — clientes, eu supus — observavam os modelos também.

Stella pegou uma das três roupas emplastificadas presa a um cabide dourado num armário muito extenso e me entregou, o rosto alegre.

— Esse é o seu terno azul escuro... — disse, voltando a pegar outro. — Esse é o cor-de-vinho. — Ela pôs o segundo terno cuidadosamente em cima do primeiro.

Olhei para ela, a boca aberta.

— E — o indicador da sua mão direita foi levantado —, embora você tivesse ficado na dúvida entre essas duas cores, o Sr. Harper me mandou trazer mais uma. Esse é cinza. — Ela pegou o terceiro terno e me mostrou: um cinza rabiscado e lindo.

Três?! Percebi relutantemente que o rapaz que estava trabalhando me olhou com a testa franzida, mas desviei meu olhar do dele antes que eu pudesse me convencer de que ele me achou estranho. Credo...

— Tudo isso? — sussurrei somente para Stella.

Ela balançou uma mão na minha direção.

EU ENTREGO MEU CORPO A VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora