1 | Quando eu o vi pela primeira vez...

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3 ANOS DEPOIS | NOVA YORK

— Porra, eu te melei todo agora! — grunhiu o rapaz de vinte e três anos que pagou por uma noite no sábado, ejaculando intensamente nas minhas costas.

Senti ele batendo o pênis dele na minha pele repetidas vezes enquanto eu apertava o lençol da cama no hotel dele, soltando o ar aos poucos.

— Você é gostoso mesmo, hein? — perguntou, arranhando minhas costas com seus dedos, eu ainda de quatro.

O rapaz era muito bonito — os olhos verdes como esmeraldas e o corpo musculoso e branco o suficiente para que seu quadril ficasse rosado com as investidas fortes em mim. Também possuía um cheiro de pêssego encantador que ofuscava o da camisinha, me dando a sensação de que não a estávamos usando.

— Fique à vontade para ir ao banheiro. Eu vou logo depois de você.

Assenti e me levantei devagar, lançando uma breve análise nele, cujo pescoço estava tão vermelho que parecia estar com alergia. Ele piscou um olho para mim e mordeu o lábio, a expressão safada bem à mostra. O cabelo loiro estava revolto, como se ele acabasse de colocar o dedo na tomada propositadamente.

Peguei minha bolsa perto da cama com uma risada e a levei comigo ao banheiro, tomando um banho fresco e refrescante em seguida. A sorte era que havia um espelho largo bem à minha frente, o que me dava o campo de visão para encontrar o sêmen do garoto nas minhas costas. Retirei o líquido pegajoso sem pressa e o joguei no chão junto à água, assistindo-o descer ralo abaixo. Não demorei mais que cinco minutos até ficar totalmente limpo.

Quando eu saí do banheiro, o cliente me entregou, ainda pelado, um bolo de dinheiro que, à primeira vista, parecia conter uma quantia maior do que aquela que eu cobrava por programa. Sem contar que não passamos mais de uma hora, eu acho, então isso só confirmava o valor exagerado.

Conferi o dinheiro e olhei para ele depois.

— É mais do que eu cobro — eu disse devagar.

— Eu sei. Por você, vale a pena. Fique com ele. E esse número aqui — ele mostrou o outro lado do dinheiro — é o meu. Eu com certeza vou te ligar outra vez, então já fique atento quando meu número aparecer na tela do seu celular.

Olhei para o número e o nome ao lado dele — Paul — e depois sorri, assentindo.

— Boa noite — me despedi.

— Até qualquer noite prazerosa — disse divertidamente.

E, quando eu passei pela porta do seu hotel, ele apertou minha bunda, me fazendo rir.

— Tchau, meu puto.

Pela rara vez em que fiquei tímido, acenei para Paul e segui o caminho para fora do prédio.

🍷

Eu vou te matar, vagabundo! — censurou Luce, minha melhor amiga, no telefone assim que saí do hotel e entrei no meu carro. — Cadê você? Não íamos ao shopping comprar minha roupa para a festa da formatura?

Tive de gargalhar. Não seria Luce se não usasse essas palavras carinhosas para mim em seu tom amigável.

— Desculpe, eu tive um cliente de última hora — expliquei.

Bom saber que você me trocou por um cara qualquer.

Revirei os olhos — algo que ela detestava — e liguei o carro, deslizando estrada adiante.

— Não foi isso. Esse mês eu quase não tive programa, então eu não poderia deixar esse passar. O dinheiro da faculdade e da casa estão batendo à porta.

EU ENTREGO MEU CORPO A VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora