— Olho roxo?! — Trevor quase gritou ao telefone na manhã seguinte quando eu contei o que aconteceu na boate. Eu estava com um pé atrás sobre essa decisão justamente pela sua histeria, mas ele merecia saber.
— É.
— Mas que... caralho! Quem fez isso?!
— Um idiota lá. — Revirei os olhos ao lembrar da cena.
— Porra...
— Relaxa. Não está tão feio assim.
Me olhei no espelho do guarda-roupa, torcendo para que amanhã não estivesse tão ruim quanto hoje. Filho da mãe... Olha o que você me fez...
— Tá vendo o que dá sair numa noite dessas? — Trevor me repreendeu. — Deus me livre acontecer algo mais grave. Isso porque você me disse que...
Fechei meus olhos conforme ele ia falando. Parecia aquelas broncas maternais.
— Tá — prolonguei a palavra assim que ele calou-se. Peguei no sono três vezes. — Me desculpe. Não vou sair tão cedo. Só... para fazer minha prova. — Eu acho.
— Engraçado que isso só acontece quando eu saio de perto de você.
Comecei a rir.
— Tenho que concordar.
— Já passou remédio?
— Já. Gelo também.
— Precisa ir ao médico?
Meu Deus, às vezes ele é bem exagerado.
— Não, eu estou bem. — Desci a escada para tomar café com o pessoal. — A não ser que você seja o médico.
Por sorte eu o fiz sorrir.
— Se eu fosse seu médico, tenho certeza de que o atenderia sem roupa para uma sessão particular.
Minha versão no pensamento rapidamente fingiu estar com dor de cabeça.
— Meu deu uma dor no corpo de repente... — brinquei para provocá-lo. — Só não disse onde.
Ele riu, e eu poderia jurar que um claridade de sua expressão me atingiu na mente: um conjunto de pupilas dilatadas e sorriso enigmático, como se todos os segredos do mundo estivessem trancados dentro de si.
— Estou indo tomar café. Acha que chegará no sábado mesmo?
Todos os meus amigos me olharam com entusiasmo, sendo que Tyler e Caio estavam com as mãos dadas acima da mesa, tão felizes que eu poderia jurar que um idiota não os interrompeu ontem à noite. Acho que um romance emergirá nos dois, apesar de ainda ser cedo para pôr minha certeza sobre isso.
— Creio que sim.
— Hum. — Me sentei com o grupo energético. — Eu posso te ligar amanhã à tarde depois da prova?
— É claro. Vou ter tempo para ouvir você se gabando — disse divertidamente.
Revirei os olhos, contendo um sorriso.
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EU ENTREGO MEU CORPO A VOCÊ
RomanceApós ser expulso de casa pelos pais por se revelar homossexual, Chris tem sua vida quase que arrasada completamente. Tendo que morar na rua por não ter um abrigo nem conhecidos na recente cidade onde mora, ele prevê seu futuro repleto de dificuldade...