16 | O perigo tem um domínio sobre mim

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Olho roxo?! — Trevor quase gritou ao telefone na manhã seguinte quando eu contei o que aconteceu na boate. Eu estava com um pé atrás sobre essa decisão justamente pela sua histeria, mas ele merecia saber.

— É.

Mas que... caralho! Quem fez isso?!

— Um idiota lá. — Revirei os olhos ao lembrar da cena.

Porra...

— Relaxa. Não está tão feio assim.

Me olhei no espelho do guarda-roupa, torcendo para que amanhã não estivesse tão ruim quanto hoje. Filho da mãe... Olha o que você me fez...

Tá vendo o que dá sair numa noite dessas? — Trevor me repreendeu. — Deus me livre acontecer algo mais grave. Isso porque você me disse que...

Fechei meus olhos conforme ele ia falando. Parecia aquelas broncas maternais.

— Tá — prolonguei a palavra assim que ele calou-se. Peguei no sono três vezes. — Me desculpe. Não vou sair tão cedo. Só... para fazer minha prova. — Eu acho.

Engraçado que isso só acontece quando eu saio de perto de você.

Comecei a rir.

— Tenho que concordar.

Já passou remédio?

— Já. Gelo também.

Precisa ir ao médico?

Meu Deus, às vezes ele é bem exagerado.

— Não, eu estou bem. — Desci a escada para tomar café com o pessoal. — A não ser que você seja o médico.

Por sorte eu o fiz sorrir.

Se eu fosse seu médico, tenho certeza de que o atenderia sem roupa para uma sessão particular.

Minha versão no pensamento rapidamente fingiu estar com dor de cabeça.

— Meu deu uma dor no corpo de repente... — brinquei para provocá-lo. — Só não disse onde.

Ele riu, e eu poderia jurar que um claridade de sua expressão me atingiu na mente: um conjunto de pupilas dilatadas e sorriso enigmático, como se todos os segredos do mundo estivessem trancados dentro de si.

— Estou indo tomar café. Acha que chegará no sábado mesmo?

Todos os meus amigos me olharam com entusiasmo, sendo que Tyler e Caio estavam com as mãos dadas acima da mesa, tão felizes que eu poderia jurar que um idiota não os interrompeu ontem à noite. Acho que um romance emergirá nos dois, apesar de ainda ser cedo para pôr minha certeza sobre isso.

Creio que sim.

— Hum. — Me sentei com o grupo energético. — Eu posso te ligar amanhã à tarde depois da prova?

É claro. Vou ter tempo para ouvir você se gabando — disse divertidamente.

Revirei os olhos, contendo um sorriso.

EU ENTREGO MEU CORPO A VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora