Capitulo 53

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Haviam se passado uma semana após ele estar se tratando. Eu estava na casa dele, tive medo que ele desistisse do tratamento por alguns dos sintomas da abstinência.

- Amor eu estou bem.

- Mesmo assim, quero cuidar do meu namorado a todo instante. Não reclame.

- Sua mãe deve estar preocupada.

- Não esta, eu avisei pra ela.

- Você devia estudar para as provas.

- Posso fazer isso e cuidar de você.

Ele estava sentado no sofá enquanto eu andava de um lado para outro limpando seu apartamento.

- Clara.-ele disse segurando em meu braço quando passei a sua frente.

- O que?

- Quero que vá embora.

- Por quê?

- Vai embora Clara, eu já disse que minhas crises são graves!

- Não vou! É perda de tempo tentar me expulsar.

- É perda de tempo ficar aqui.

- Não é, vem me ajudar a cozinhar, adoro sua comida.

- Certeza?

- Por que não teria? Anda.-falei o puxando, ele me seguiu até a cozinha e começou a pegar ingredientes.

Me sentei e fiquei o observando, é bom que ele se distraia com algo. Isso pode ajudar.

E ele sem camisa andando de um lado para outro não é nada ruim.

[...]

Acordei no meio da noite com Miguel se mexendo, ele estava inquieto, parecia com insônia ou dores.

- Mih, esta tudo bem?-ele se sentou na cama e passou as mãos nos cabelos. Parecia querer dormir mais estar disposto para isso.

- Arg não consigo dormir.-ele se levantou e começou a andar de um lado para outro.

- Deita aqui, fico acordada com você.

- Não precisa! Acho.. acho que eu devia pegar algo pra conseguir dormir, só um pouco não faz mau.-falou baixo a ultima parte e saiu do quarto, me levantei e o seguro preocupada.

- Miguel! Pegar um pouco do que? Um pouco de droga?

- Clara volta a dormir vai, eu estou bem!

- Não esta, você esta com as crises não é?

- Eu ja disse pra ir dormir! Eu estou bem!-disse bravo.

- Agora esta bravo, também esta sentindo dores?-falei calma e ele passou as mãos nos cabelos bagunçando-os.

- Estou! Algum problema??

- Senta, vem, fica aqui.-disse o puxando para ele sentar no sofá.

- Não me trate como se eu fosse uma criança Clara!

- Mais esta agindo como uma!! Eu já disse que não vou sair daqui até você estar bem!

- Então eu saio, não entende como.. como é dificil?-ele parecia estar com dor de cabeça, suava e não parava de andar de um lado para outro.

Ele logo começou a revirar as coisas atraz de alguma droga que parasse o que ele estava sentindo.

- Eu vou te ajudar Mih, me deixa cuidar de você!

- Se quer me ajudar me da alguma coisa!-disse ainda zangado.

- Acha que é fácil te ver assim? Nunca quis que se machucasse assim! Se quer se drogar mais, se quer se perder mais nesse vicio, vai! Mais também vai me perder! Se você prefere as drogas, se prefere se excitar com elas, quem sou eu para discordar.-dei as costas e fui para o quarto.

Ve-lo daquele jeito acaba comigo por dentro. Sei que ele esta doente, esse vicio é como uma doença, mais me irrita ele gritar sem eu ter feito nada.

Quero meu Mih fofo e gentil, garoto mau e irrirante, quero aquele carinha sem vergonha que adora me deixar corada e adora dizer besteira.

Não vou deixar que ele se perca nesse mundo, não vou deixar ele voltar para as drogas.

Me levantei e andei até a porta, a abri e vi que ele estava em pé frente a mesma.

Estava de cabeça baixa, suava e parecia estar cansado.

- Isso dói... mais pior é te perder Clarinha... pra sempre, lembra?-eu sorri e o abracei, senti meus olhos marejarem. Mesmo sofrendo, ele me quer. Sempre me escolhera.

- Toma um banho, eu vou cuidar de você.-falei puxando-o para o banheiro. quero distrai-lo da dor, de tudo que ele deve estar sentindo.

Ele beijou meus lábios e senti que suas mãos tremiam um pouco. Não sei exatamente o que ele usava, ou se usava mais de uma coisa, mais não importa, vamos vencer isso tudo juntos.

Pra sempre.

Ele entrou em baixo do chuveiro, ele já estava de cueca box já que gosta de dormir assim, ou seja, mal tinha o que tirar.

Senti ele me puxar para de baixo do chuveiro. Sentir seu corpo era bom, me acalmava, ele parou o beijo e me abraçou forte.

Eu fiz o mesmo e ficamos ali, abraçados, por alguns minutos, sentindo a água cair por nossos corpos.




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