Sorria

Capitulo 66

  Miguel  

  Depois de duas semanas me mandando mensagens e me ligando, ela desistiu, parou de vir aqui bater na porta do meu apartamento.

  Cada vez que ela batia naquela porta  eu sentia uma vontade imensa de abrir, de abraçar ela, de beijar ela, apesar do que ela fez.

  Cada mensagem eu ficava louco para mandar um "te amo também princesa", ou simplesmente atender uma das ligações dela e ouvir aquela voz que me acalma tanto.

  Estava com ressaca da noite anterior, o jeito foi ir beber, me "divertir", para esquecer a dor que ela me causou.

  Apenas cheguei a conclusão que era o melhor, se ela começou algo com Jorel enquanto eu estava fora, e só estava comigo por obrigação, eu a deixei livre para assumir com ele.

  Droga... eu queria estar com ela.. Droga...

  Ouvi batidas na porta, meu coração acelerou, como se eu soubesse que era ela do outro lado da porta.

  Ouvi novamente e resolvi que já era hora de abrir a porta e dizer na cara dela que eu não a quero ver mais, dizer de novo.

  Andei até a porta, respirei fundo e abri a porta.

  Era o entregador.

- Aqui pediram pizza?

- É é minha.

  Paguei, e voltei para dentro de casa com a pizza.

  Me deitei no sofá e fiquei ali comendo, assistindo filmes e bebendo o refri e as cervejas que sobraram na geladeira.

  Meia hora mais tarde eu ouvi batidas na porta, estava entretido com o filme e achei que não era necessário ir atender a porta.

  Continuei assistindo e não dei a mínima.

[...]

  Uma hora depois eu ainda estava na mesma, apenas assistindo tv.

  Ouvi batidas na porta, batida bem furiosas e me aprontei a entender.

  Abri e vi aquela amiga da Clara e do Jorel, ela parecia furiosa comigo.

- O que é?

- O que há com você??

-O que há comigo? Você que chega batendo na minha porta do nada!

- Do nada nada! Por que ainda esta ignorando a Clara??

- Porque ela me magoou e o que tínhamos já era! Agora se já acabou te tentar defender sua amiguinha eu vou me arrumar pra sair!

  Ia fechar a porta mais ela entrou no apartamento.

- Garota fora vai!

- Não até me ouvir! Eu sei que a Clara errou mais da uma chance pra ela! Quantas ela já te deu ein? Você ta deixando uma garota mara escapar! Ela foi embora e você nem ao menos deixou ela se vir te entregar suas coisas!

- Pera, embora? Me entregar? Explica direito!-ela mudou sua expressão.

- Não sabia? Clara foi embora hoje mais cedo, ela pegou um avião, foi passar uns tempos fora, na casa de uma professora de línguas.

- Ela... arg... isso não é mais da minha conta! Ela faz o que quiser ds vida dela!

- Claro que é! Vocês se amam!

- Ela ama Jorel!

- Não não ama! Jorel e eu estamos namorando, desde que vocês terminaram ela se afastou da gente, acho que ela culpa nos dois...-disse triste por não ter mais Clara por perto.

- Eu também sinto falta dela! Mais o que aconteceu eu não vou esquecer, tava cheio de dar avisos e dela não dar a mínima!

- Ela deu! Ela se preocupava com seus avisos!

- Foda-se. Eu não vou atrás daquela falsa. Acabou, chega pra mim.

- Sempre disse que a amava e agora chama ela de falsa. Você não a conhecia mesmo.

  Ela saiu e eu fui até a porta para fechá-la, ao lado da porta estava uma caixa, eu  me abaixei ao lado dela e a abri.

  Dentro tinham coisas minhas que eu havia deixado na casa de Clara.

  Algo que me chamou atenção foi uma bola, a bola que ela confiscou no comecinho de tudo. Estava ali, ela havia guardado todo esse tempo.

  Havia um bilhete dela, o peguei e li atento: " Não vou mais te encomodar, prometo desistir."

  Aquilo me fez relembrar e repensar, não quero que ela desista de mim, mesmo estando mal com o que vinha acontecendo.

  Uma nova chance?... não... acho que não...