XVII- Irmãos em sintonia

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Após o jantar decidimos ir a um bar, mas como estávamos com os miúdos escolhemos uma calminho. Não era muito grande e tinha dois andares, uma varanda e até um pequeno jardim. O ambiente era minimamente calmo e havia diversas mesas redondas onde algumas pessoas falavam alegremente.

Há cerca de uns dez minutos atrás, o Sam e a Sarah disseram que iam ver como era o jardim e ainda não voltaram! Quando voltarem vou gozar tanto com o Sam que ele nunca mais na vida ousa deixar-me envergonhada!

Nós os quatro estávamos encostados a uma parede, quando o Noah decide convidar a Gemma para dançar, afastando-se com ela.

Continuei a bebericar a minha bebida em silêncio, apesar de me estar a sentir observada pelo Harry.

  - Vamos dançar? - ele convida.

  - Vai sozinho. Eu não quero. - respondo, um pouco rude.

  - Não quero ir sozinho, quero ir contigo, mas se não queres ir não vamos então. - ele explica , encolhendo os ombros.

Reparo num grupo de três raparigas que não param de olhar o Harry de alto abaixo e sinto o meu sangue a fervilhar. Como é que elas têm o descaramento de estar a olhar assim para um rapaz que está acompanhado?! Não que eu tenho ciúmes ou algo assim... Apenas acho que elas precisam de aprender a lição!

Coloco os braços ao redor do pescoço do irritante Deus Grego e encosto-me a ele, ficando de costas para as atiradiças. Não sei se ele percebeu o verdadeiro motivo por que estou a fazer isto, mas rapidamente ele coloca as mãos na minha cintura, puxando-me ainda mais contra ele.

Um calafrio percorre o meu corpo com tanto contacto. Fixo os olhos nos seus lábios rosados e carnudos e trato de me convencer a mim mesma que apenas estou prestes a beija-lo para dar uma lição àquelas atiradiças indiscretas.

Encosto a minha testa à sua, roçando os nossos lábios, em jeito de provocação. Fecho os olhos quando o sinto a pressionar os seus lábios nos meus. Rapidamente toda a minha pele se arrepia e o meu coração acelera descompensadamente.

E em menos de nada, as nossas línguas estão envoltas numa dança e ao mesmo tempo numa espécie de guerra. As suas mãos descem mais um pouco, apalpando-me e sinto uma pressão no fundo da minha barriga.

E foi nesse momento que me apercebi que o que era suposto ser um simples e rápido beijo para as outras miúdas perceberem que ele não estava sozinho, tornou-se num beijo super intenso que provocou em mim novamente todas aquelas sensações que só o Harry sabe provocar-me.

Paro o beijo e afasto-me ligeiramente, mas ele logo me puxa de novo, abraçando-me. Ele esconde o rosto na curva do meu pescoço, enquanto beija o mesmo, causando-me arrepios.

  - Para que conste, eu só te beijei porque estavam ali umas atiradiças que olhavam para ti de maneira indiscreta! - afirmo, enquanto ele continua a beijar o meu pescoço.

  - Claro, Martha... Por isso é que estás toda arrepiada! - ele levanta a cabeça e olha para mim com um sorriso orgulhoso.

Reviro-lhe os olhos e volto a encostar-me ao seu lado, voltando a questionar-me o que estará a acontecer entre o Sam e a Sarah.

POV Sam

Estava lá fora sentado no banco do jardim, enquanto a Sarah estava de pé à minha frente a contar-me a partida que a sua turma havia pregado à professora de ciências no dia anterior. Na verdade, eu não estava a ouvir nada do que ela estava para ali a dizer, estava mais preocupado em observa-la.

Ela trazia umas calças jeans de cintura subida, um top preto curto mas decente, um casaco de cabedal preto e os seus Adidas flux também pretos. O seu cabelo castanho e ondulado caía-lhe graciosamente até cerca de meio do tronco, o seu sorriso rasgado e os seus olhos brilhantes têm toda a minha atenção.

  - Sarah. - interrompo-a, levantando-me e colocando-me à sua frente.

  - Sim?

Os nossos corpos estão a meros centímetros um do outro.

  - Eu... Porra, eu sei que isto vai parecer gay, mas eu só queria que tu percebesses que não foste nem és só mais uma.

  - Sam, eu não sei se é a altura certa para termos esta conversa...

  - Então quando é? - questiono, irritado. - Quando a escola acabar e ficarmos cada um na sua casa e no seu canto? Ou quando voltarmos à escola e já não tiveres nem aí para mim?

Ela suspira e fixa os olhos no chão.

  - Eu não sei, Sam... Eu apenas  fartei-me de ouvir a mesma coisa todos os dias.

  - E é por aquilo que os outros dizem que vais deixar de estar comigo?

Ela olha-me nos olhos e volta a suspirar.

  - Mas eu também não te percebo! Porque é que insistes tanto em mim? Tens mais raparigas atrás de ti e a maior parte delas bem melhores do que eu...

  - Melhores do que tu porquê? Porque se atiram a todos e não têm os princípios que tu tens? Não, Sarah, elas não são melhores do que tu. Tu és melhor do que elas e por isso é que eu estou aqui. - Envolvo os meus braços em volta do seu tronco, puxando-a para mim e encosto as nossas testas. - Eu não as quero a elas, miúda... Quero-te a ti.

Os seus olhos castanhos fixam-se no meu azul, enquanto eu estou demasiado concentrado nos seus lábios. Não resisto mais à tentação de a ter tão perto e beijo-a. Ela rapidamente corresponde, rodeando o meu pescoço com os seus fininhos braços.

E porra! Que falta que ela me fez!

(...)

Apercebemo-nos que estávamos cá fora há tempo de mais e decidimos regressar lá para dentro. Eles os quatro encontram-se sentados numa mesa enquanto bebem bebidas de cores diversas.

  - Ora, ora, sejam bem aparecidos! Parece que alguém esteve a namorar! - a minha irmã troça e percebo pelo seu olhar que se está a vingar da minha boca no restaurante.

Sentamo-nos e vejo que a Sarah está corada até à raiz dos cabelos, então decido responder eu:

  - Pelos restos de gloss na boca do Harry não me parece que possas falar muito, maninha. - sorrio-lhe maliciosamente e é a sua vez de corar. O Hazza também fica atrapalhado, passando rapidamente a mão pelos lábios.

  - Deves estar a querer que eu prolongue o teu castigo! - ela rosna no meu ouvido, fazendo-me rir levemente.

Parece que não sou só eu que fui apanhado na curva dos sentimentos...

Frozen Heart √H.S.√Onde histórias criam vida. Descubra agora