XXV- Talvez ele mexa um pouco comigo

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O meu despertador toca e eu rapidamente me levanto, embora a muito custo. Sinto-me realmente uma velha! Deito-me às onze da noite e mesmo assim acordo cheia de sono...

Saio do meu quarto e dirijo-me ao de Liam com o intuito de o acordar. No entanto, quando entro no mesmo vejo que este já se encontra preparado e pronto para sair.

  - Já pronto? - questiono.

  - Sim, hoje tenho mesmo de chegar mais cedo. Preciso de falar com o professor que está a encenar o espetáculo porque tenho uma dúvida no solo que vou cantar. Mas não te preocupes que eu vou de autocarro sem problemas.

  - Ok, tudo bem. Mas olha, hoje o Harry vem cá jantar. - informo-o, esforçando-me por não corar, mas falho miseravelmente.

  - Por acaso estou mesmo a precisar das piadas do Hazz para descontrair um bocado. Ah, e fico feliz por isso estar a resultar.

Ele sorri de lado e eu cruzo os braços, amuada.

  - Não há nada que esteja a resultar ou a deixar de resultar. Somos apenas uma espécie de amigos.

  - Amigos com bastantes benefícios. - ele provoca-me e no mesmo instante foge escadas abaixo, pois sabe perfeitamente que acabou de me deixar fula!

  - Eu odeio-te, Liam Payne! Não te esqueças de levar uma maçã para comeres pelo caminho e boa sorte para o exame! - grito-lhe, sem sequer me importar com o facto de o Sam estar a dormir, pois de qualquer das maneiras preciso de falar com ele.

Quando oiço a porta bater, entro no quarto da peste cá de casa. Este rapidamente se apercebe da minha presença e logo se senta na cama.

  - Porra, Martha, custou-me p'ra caraças a adormecer e agora vens tu e acordas-me a estas horas da manhã! Fogo estou de férias!

  - Está calado que eu já me vou embora. Vim só dizer-te que logo temos uma visita para jantar, portanto tu faz ovos mexidos, encomenda uma pizza, frango, o que tu quiseres. Mas quando eu chegar com a visita quero isso orientado. Até logo.

Já me preparava para sair do quarto, quando a sua voz soa:

  - Parece que desta vez as coisas estão encaminhadas...

  - Do que é que estás a falar? - questiono.

  - Já percebi que essa tal visita é o Hazza, escusas de tentar esconder. Mas fico contente. Ele faz-te bem, faz com que o teu sorriso seja mais verdadeiro.

Eu bem gostava de mandar vir com ele, de reclamar e de lhe dizer que não é nada do que ele está para ali a pensar, mas a verdade é que o que ele disse tocou-me. A única reação que consigo ter é acenar com a cabeça e retirar-me da divisão.

Apesar de me encontrar um pouco pensativa, esforço-me por me despachar pois mais um dia de trabalho espera-me e, para ser sincera, estou ansiosa pelo jantar de logo.

(...)

Na hora de almoço, estava a passar com o meu tabuleiro para a mesinha do canto quando sinto a mão do Harry pousar no fundo das minhas costas.

  - Vais almoçar agora, babe?

Por mais vezes que ele o faça, não consigo deixar de corar um pouco cada vez que ele me trata por um nome carinhoso. Aceno com a cabeça e ele sorri-me.

  - Está bem. Eu já tento ir lá ter contigo.

O ser de cabelos encaracolados pisca-me o olho e afasta-se, deixando-me entregue ao meu almoço e aos meus pensamentos.

Passados cerca de quinze minutos, sinto alguém sentar-se em frente a mim e levanto os olhos do meu prato para encarar a pessoa. Deparo-me com a minha morena favorita, Joanna.

  - Olá! - ela cumprimenta-me, sorrindo.

  - Olá! Que fazes aqui?

  - Vim almoçar contigo para me contares as novidades. - ela pisca-me o olho e rapidamente percebo que se refere ao Harry. - Harryzito, traz-me um hambúrguer e um Sumol, se fazes favor.

O irritante Deus Grego regista o pedido e pisca-nos o olho, continuando o seu trabalho.

  - Conta-me tudo. - a minha melhor amiga exige e eu apenas reviro os olhos. - Vá lá, Martha, o Louis disse-me que vocês estavam no bom caminho!

  - Mas qual bom caminho qual carapuça! Apenas tipo... No sábado ele andou à minha procura e acabou por me encontrar numa discoteca meio bêbeda. Trouxe-me para casa e explicou-me que afinal aquela rapariga apenas era uma amiga. Eu pedi-lhe para ele dormir lá e passámos o domingo juntos. E pronto, hoje ele vai jantar lá a casa. Só isso.

  - Só isso?! - ela guincha. - Meu deus, Martha, estão feliz por ti! Estás a apaixonar-te!

Quando ela termina de dizer tal barbaridade, preparo-me para lhe explicar o quão enganada ela está, mas reparo que Harry se encontra do nosso lado, com o tabuleiro de Joanna nas mãos e um gigantesco sorriso no rosto.

  - Jo, aqui tens o teu almoço. - ele fala, pousando o tabuleiro à frente dela e voltando para trás do balcão, mas sem nunca perder o enorme sorriso.

  - Vê lá se tens cuidado com o que dizes. Ainda metes ideias na cabeça do rapaz! - repreendo.

  - Admite que gostas dele.

  - Não gosto! Mas que coisa!

  - Então como explicas que não o tenhas já despachado como fizeste a todos os outros? - ela pergunta e eu reviro os olhos. Para dizer a verdade, nem eu própria sei responder a tal questão.

  - Eu não sei... Talvez ele mexa apenas um pouco comigo... Mas apenas um pouco!

A minha melhor amiga ri e acabo por sorrir também.

Isto de não entender o que se sente é complicado.

POV Liam

Corro para o auditório onde irá decorrer o ensaio das 4 p.m., pois já me encontro um pouco atrasado. Entro sem bater à porta, já a transpirar e deparo-me com as caras preocupadas do professor encenador e de todos os meus colegas, que estão a participar no evento.

  - Desculpem o atraso.

  - Acredita que isso, neste momento, é o nosso menor problema. - Mr Carter, o professor, fala.

  - O que se passa? - questiono, juntando-me à roda que eles estão a fazer no chão. Mal me sento dou por falta da rapariga com quem contraceno (ela é princesa e eu o príncipe, somos as personagens principais). - Onde está a Kathryn?

  - É esse mesmo o nosso dilema. - Peter, um rapaz mais velho que eu fala. - Foi diagnosticado cancro no pulmão à mãe dela e viajam hoje à noite para Nova Iorque, vão fazer lá o tratamento. Logo, a Kathryn não estará cá para o espetáculo!

  - E agora? O que vamos fazer sem uma das personagens principais? - pergunto, extremamente preocupado.

  - Temos que arranjar outra pessoa e de preferência competente, porque tem que decorar todas as falas e canções todas em apenas duas semanas.

  - Podia ser a tua irmã, Carl. - Cole, outro dos atores, fala, dirigindo-se a um grande amigo meu, que é irmão da Cynthia.

  -  A Cynthia?! - guincho, assustado.

  - Sim, ela pode estar em Economia, mas tem um jeito do caraças para isto. - Carl afirma, sorrindo-me de lado.

Isto não pode estar a acontecer. Estou nervoso.

  - Não sei se vocês estão a perceber, mas ela e o Liam acabaram há uma semana e tal e agora estão prestes a fazer um par romântico no espetáculo. - diz Miriam, uma amiga da minha ex-namorada.

  - Bom, - o stor intervém - há que saber separar a vida pessoal da profissional e eu tenho a certeza que o Liam é capaz de fazer isso. Carl, vai buscar a tua irmã e comecemos o ensaio o quanto antes.

Carl assente e imediatamente sai do recinto. Todos se levantam e começam a preparar o cenário, as roupas e o instrumental, enquanto eu me mantenho sentado no chão a pensar numa só questão: Como é que eu vou aguentar estar tão perto dela?

Frozen Heart √H.S.√Onde histórias criam vida. Descubra agora