XIV-Ataque de pânico

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POV Harry

Hoje o Paul decidiu meter-me na cozinha com o Niall, ficando no balcão com a Martha, o que facilita bastante a tarefa dela de me evitar.

Faz-me realmente confusão a maneira como ela passa por mim e finge que não me conhece e que nada se passou. Dá-me um aperto aqui na zona do peito cada vez que a vejo pela janela a ser simpática para os clientes e a rir-se à gargalhada para cada um deles... Isso só demonstra que ela está perfeitamente bem sem mim e que estar bem ou mal comigo não lhe faz a mínima diferença.

Às vezes juro que só me apetece apagar tudo o que se passou esta semana, porque eu sei que se não tivéssemos passado a semana a beijar-nos ela não me estaria a afetar desta maneira. Tudo bem que eu já lhe achava piada antes e tudo isso, mas parece que cada vez que falamos, nos olhamos ou simplesmente nos tocamos ela me afeta mais ainda.

A voz do irlandês loiro interrompe os meus pensamentos:

- Então, puto? A pensar na Martha?

Sou completamente apanhado de surpresa e fixo o olhar no esparguete que estou a cozer.

- Porque é que perguntas isso?

Ele ri levemente e cada vez percebo menos desta conversa.

- Dá para perceber que vocês têm uma cena qualquer. Vocês odeiam-se, mas no fundo não vivem um sem o outro! Até que é engraçada a vossa cena.

Franzo o sobrolho, enquanto passo o esparguete para o prato.

- Mas tu não gostavas da Martha?

- E gosto, mas eu já percebi há muito que nunca vou conseguir ter nada com ela. Tenho que me contentar com a amizade dela, mas eu acho que tu podes vir a conseguir mais do que isso.

Começo a preparar o molho à bolonhesa para completar o prato e sinto-me cada vez mais desconfiado.

- Porque é que eu havia de ser diferente dos outros?

- Porque ela nunca se deixou afetar por ninguém e deixa-se afetar por ti.

Encolho os ombros e encosto-me ao balcão, enquanto a carne acaba de cozer.

- Ela não parece estar muito afetada com o facto de não falarmos há dois dias, mas ya...

- A Martha tem um grande muro à volta dela que a protege de tudo o que está relacionado com sentimentos. Ela raramente demonstra o que sente.

Coloco finalmente o molho por cima do esparguete, colocando também a bebida, o guardanapo e os talheres e passando o tabuleiro ao Paul, pela pequena janela.

- Desculpa lá, Niall, mas não te estou mesmo a perceber. Tu gostas dela e queres ver-nos juntos?

Ele coloca a mão no meu ombro e olha bem no fundo dos meus olhos.

- Hazza, eu luto há anos pela Martha e nunca consegui nada. Estou a ver-te na mesma situação então já que eu não consegui a ti desejo-te a melhor das sortes! Mas se queres um conselho... Não te apaixones pela Martha. Porque há mais probabilidades de levares com os pés do que conseguires algo com ela e se não conseguires nada com ela e depois arranjares alguém, vais acabar por te sentir sempre incompleto.

- Como assim?

- Eu apaixonei-me pela Martha e nunca a consegui esquecer. Cada vez que estou com uma rapariga sinto que falta ali qualquer coisa, falta ela ser como a Martha. Harry, não te apaixones pela Martha, porque se isso acontecer nunca mais a irás esquecer.

POV Martha

Como o Paul gosta de me contrariar e irritar decidiu pôr-me a mim e ao Harry a fechar o café.

Frozen Heart √H.S.√Onde histórias criam vida. Descubra agora