O Chefe (Romance Gay)

CAPÍTULO 34 - Estou Aqui, Vinícius!

[Yan]

Uma semana havia se passado e nós chegamos ao Brasil por meio do navio de cargas. Descemos do navio no Rio de Janeiro, recebemos nosso dinheiro e fui há uma loja comprar uma roupa nova. Depois de comprar a roupa, fui até um hotel barato do centro, tomei um banho e vesti a roupa nova. Ralf, Leandro e Fernando também foram comigo. Saímos do hotel, caminhamos até um restaurante perto dali e almoçamos. Meus pensamentos agora estavam em Yudi e Yago. A reação deles ao me verem seriam a mais emocionada. Ralf ligou para Efraim reunir todos e seguimos para a casa de um tio, que era novidade para mim. Meu coração estava acelerado, minha mãos soando e garganta seca.

Fui até a porta de entrada da casa. Ralf, Leandro e Fernando adentraram a casa. Yudi e Yago já haviam chegado. Pela brecha da porta, vi quando Yudi abraçou Ralf, que apresentou Leandro e Fernando á todos. Yudi perguntou o por que de eles estarem machucados e, Ralf, conta tudo o que se passou em Haia. Depois, Yudi foi a cozinha buscar algo para todos comerem e, Yago, subiu até o quarto para ver os gêmeos. Meu tio estava de costas olhando os retratos que tinham  fotos de nossos pais  e de Yuri e Yago. Yudi voltou com bolachas, suco, chá e café para todos. Yago volta com um dos gêmeos no braço e a babá com o outro. 

— Lembro-me do dia em que Yan fugiu de casa para ir á praia.— falou Yudi sorrindo. Atrás da brecha da porta, a lembrança desse dia veio em minha memória. — Meus pais adotivos ficaram loucos procurando ele e, eu não sabia onde ele estava.— gargalhou.

— Você e Yan sempre foram unidos?— perguntou nosso tio, que ainda não sabia o nome.

— Sim, tio.—  respondeu Yudi.— Apesar do jeito doido, moleque e brincalhão do Yan sempre fomos confidentes um do outro.— contou sorrindo. 

Uma lágrima caiu do meu rosto ao lembrar de minhas conversas, meus segredos e de nossa cumplicidade. Aquela época, nunca imaginávamos que nosso pai, antes de morrer, iria revelar que tínhamos outro irmão gêmeo. Escutei um barulho vindo da porta de entrada e me escondi dentro de uma pequena biblioteca. Um rapaz bonito passou pelo corredor e adentrou a sala. Ele já é conhecido por todos. Sai do escritória e adentrei a sala sem que ninguém percebesse.

— Boa tarde á todos.— falei e todos viraram-se para mim. 

— Yan!— gritou Yudi me abraçando e chorando. — Você conseguiu fugir daquela clínica.— disse aliviado. Yago também abraçou-me e chorava.

— Graças ao Fernando conseguimos fugir.— completei.

— Finalmente estou conhecendo o meu sobrinho, Yan.— disse nosso tio.

— Esse é nosso tio, Agenor. — apresentou-me Yudi. Abracei-o. — Ele é irmão do nosso pai biológico.— contou.

— Soube pelo próprio Vinícius que ele matou Yuri.— contei. Os olhares se cruzaram e não entendi nada.

— Mandei a confissão para seu e-mail, Efraim.— fala Ralf. 

Conversei mais alguns minutos com o pessoal e decidi ir para a casa de Fernando. Não queria abandoná-lo. Ele foi meu companheiro de quarto naquela clínica e seria injusto deixá-lo sozinho. Meu tio disponibilizou seu motorista para levarmos nós até a casa de Fernando. Chegamos em frente a casa de Fernando, dispensei o motorista e adentramos sua casa. Do jeito que Fernando havia deixado, ela estava, segundo ele. Ele saiu para comprar comida para nós e eu ouvi no rádio que Vinícius vai dar uma confraternização em comemoração de seu casamento com Gui, o namorado de Gui. Comi com Fernando e falei que ia voltar a casa de meu tio. Coloquei um boné, óculos escuro e um bigode falso. Peguei um táxi e fui até a casa de meu tio. 

Soube pela empregada que todos haviam saído. Subi as escadas, adentrei o quarto de Yudi e escolhi o melhor terno. Sai em disparada antes que Fernando acordasse e segui para a casa dele. Chegando lá, desfiz do meu disfarce e escondi o terno. No caminho, consegui um convite da festa me passando por Yudi. Tomei um banho e adormeci. Por volta das 19h, acordei. Abri a porta do quarto, fui até a sala e havia um bilhete de Fernando.