CAPÍTULO 05 - Remorso

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[Giovani]

Desde que meu irmão foi  expulso de casa pelos nossos pais, nunca perdi contato com ele. Sempre inventei que nunca tinha notícias dele para meus pais não me proibirem de ver meu irmão. Aquela manhã de sábado vendo os preparativos para o noivado do Guto - apelido que eu chamo de forma carinhosa -, senti muita saudades dele. O jeito alegre e carinhoso dele sempre era minha principal lembrança. Corríamos e brincávamos no jardim quase todos os dias, mas depois que ele foi expulso de casa, detestava o jardim.

Estava escurecendo quando os familiares da Bárbara, noiva do Guto, começavam a chegar. Estava em meu quarto me arrumando e dando uma olhada no face. Sentei na cama e calcei o tênis Oakley que comprei. Parecia tortura ter que descer aquelas escadas e demonstrar felicidades - sendo que todos sentiam falta do Gui - . Desci as escadas e cumprimentei todos. Peguei uma taça de  Chandon e sai andando em direção da piscina para ver a decoração.

Todos estavam felizes com o noivado de Barbie - chamo ela assim, por que é toda não me toques e não me reles - e do Guto. A mais interessada era a mãe de Bárbara, que insistiu para ela se envolver com o Guto por causa da fortuna do meu pai. Mas com o passar do tempo, os dois se apaixonaram e firmaram o namoro.

― Achei você meu filho. ― falou meu pai entrelaçando o braço em minha nuca. ― Vamos a sala para tirarmos foto para a revista "Social". ― pediu. Abraçado com meu pai, fui para a sala e tiramos várias fotos.

― Fico impressionada com a dissimulação da mãe da Bárbara. ― disse minha mãe.

― Pois é! Só de saber que essa mulher vai fazer parte da Família Costa Alencar, me dá um certo desespero. ― sorri.

― Daria tudo pra ver a reação do Guilherme aqui agora. ― sorriu minha mãe e deu um gole no champanhe.

― Do que vocês estão rindo, posso saber? ― perguntou Guto beijando meu rosto e de nossa mãe.

― Só estamos comentando sobre sua querida sogra. ― falei rindo e abraçando ele.

― Não me lembrem dessa parte. ― sorriu e grudou no meu pescoço e de nossa mãe. ― Eu juro que se ela não fosse a mãe da minha noiva, juro que a empurrava agora naquela piscina. ― damos uma gargalhada e nos separamos.

Por volta das onze da noite, Barbie chegou na festa achando que era um coquetel de nossa mãe. Chegou sorridente e cumprimentou todos. Beijou Guto e seus pais e se aproximou de mim.

― Olá cunhadinho. ― falou beijando meu rosto.

― Olá, Barbie. ― falei meio seco. Ela saiu e foi andar na casa com a namorada, que dentro de poucos segundos será noiva. Guto pediu a atenção de todos e iniciou um discurso.

― Gostaria de agradecer a todos pela presença e agradecer também minha amada mãe que organizou essa maravilhosa festa. ― falou bebendo um gole de champagne. ― Bárbara, meu amor, gostaria que você viesse aqui pra frente comigo minha linda. ― estendeu a mão para ela.

Bárbara é do tipo de garota que não faz meu tipo. É muito chata e reclama demais das coisas. Tudo tem que ser do jeito que ela quer. Ela me irrita com suas frescuras. Barbie se posicionou do lado de Guto e ele ficou de frente para ela.

― Meu amor, diante de todo e Deus, que nos olha agora... ― ajoelhou e eu revirei os olhos.

― Que palhaçada. ― falei baixinho com alguns olhares de reprovação.

― Eu, Gustavo Costa Alencar, quero te fazer um pedido. ― falou. ― Bárbara Gutierrez de Alvarez, você aceita se casar comigo? ― perguntou mostrando um anel cravejado de diamante comprado na TIFFANY & CO. Forçando um choro, a chata da minha cunhada aceitou o convite. Todos aplaudiram e comemoramos o noivado.

O Chefe  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora