CAPÍTULO 43

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DUAS SEMANAS DEPOIS...

[Guilherme] 

Após a partida de Guto, Giovani e Yan, Yuri e eu decidimos nos casar novamente. Apenas Hudson retornou ao Brasil para supervisionar se nosso casamento no civil estava tudo cero. Desta vez, com tudo o que tem direito: festa e cerimônia. O jardim da mansão de Yuri estava todo enfeitado e organizado. Finalmente, chegou o grande dia em que eu aceitaria Yuri como meu marido. Acordei aquela manhã com muita felicidade e saudade dos meus pais. Levantei da cama, parei em frente ao porta retrato em que estava eu, meus irmãos e meus pais, apertei contra meu peito e uma lágrima escorreu dos meus olhos. Na noite anterior, Biel levou Yuri para seu apartamento e eu fiquei na mansão para cuidar dos preparativos do casamento. Giovani e Guto preferiram ficar em seus países. Entendi perfeitamente. Nossos pais faziam poucas semanas que havia morrido e tia Teodora chegou acompanhada de meus primos, Bruna e Otávio. Subi para o quarto em que eu e o Yuri dormimos para me arrumar. Duas horas depois, eu estava pronto para o meu casamento. Preparei um discurso para Yuri ler e ele preparou um para mim. Eu vestia um terno inteiramente branco do estilista Marc Jacobs e Yuri também vestia um terno branco Versace.

Minha tia Teodora entrará comigo na cerimônia. Já a entrada de Yuri, ele pediu para sua avó materna, Celina, entrar com ele. Apesar de os nossos pais serem mortos, nós dois estávamos sentindo falta deles. Sua avó apesar de não ter contado nenhum com Yuri, aceitou acompanhá-lo até o "altar". Todos os convidados já haviam chegado e o instrumental de cerimônia começou a tocar. Adentrei a passarela com minha tia Teodora, posicionei-me no altar. Logo depois, Yuri apareceu todo sorridente entrando com sua avó. Yuri estava radiante. Seus olhos exilavam alegria e emoção. Eu me continha pra não chorar antes da nossa união. O escrivão iniciou a cerimônia, mas Yuri e eu estávamos muitos nervosos. Fizemos o juramento perante o escrivão e colocamos as alianças em nossos dedos. Beijei sua aliança e ele fez o mesmo. Bateu uma sensação horrível em mim. Minha pressão baixou e quase desmaiei. Yuri aproximou-se de mim e sentou ao meu lado

— A sua pressão baixou por causa do nosso casamento? — perguntou Yuri.

— Eu senti um pressentimento ruim. — falei assustado.—Daqueles que a gente sente que algo de ruim vai acontecer. — contei aflito.

Yuri me abraçou e em seus braços de longe, vejo o Vinícius parado perto da piscina. Olho para Yuri novamente e olho para a beira da piscina e não vejo mais Vinícius. Acabo me exaltando um pouco mais.

— Meu amor, o Vinícius está aqui na festa. — falei chorando de nervoso. — Ele já nos causou muitos danos a nossa vida.— pedi.—Pede pra segurança vasculhar toda a mansão, por favor. — implorei chorando.

Saber que aquele assassino estava em minha cola, me deixava com muito medo. O pressentimento ficou mais forte quando vi Vinícius. Muitas coisas passou pela minha cabeça. Se Vinícius poderia me matar ou matar Yuri. Fazer uma chacina com todos os convidados aqui na festa. "Que coisa mais estúpida de se pensar, Guilherme" repreendeu-me meu consciente. Voltei para a festa apreensivo e sorrindo forçadamente. Poucas horas depois, a festa acabou e os convidados despediram-se de nós. Depois de despedir dos convidados, Yuri e eu embarcarmos para Paris. Depois de Paris, iríamos passar por Nova York e Dubai.

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[Hudson]

Enquanto Giovani ficou em Massachusetts arrumando nosso apartamento, fui para o Brasil a pedido do Yuri para supervisionar os papeis. Fiquei no hotel de Yuri, que pagou todas as despesas. Depois que Gui e Yuri embarcaram para a lua de mel, voltei para o hotel. Meio alterado por conta dos uísques que tomei, parei no bar do hotel para tomar mais alguma bebida. O atendente do bar tem o rosto familiar, mas poderia ser alguém qualquer. Ele me serviu uma taça de chopp e ficou me olhando.

― Faz tempo que trabalha aqui? ― perguntei puxando assunto.

― Não. ― respondeu o sorrindo. ― Comecei hoje. ― disse ficando de frente á mim. ― Você se hospeda sempre aqui? ― perguntou.

― Não. ― respondi bebendo um gole do chopp. ― Faz pouco tempo que me mudei para o Estados Unidos e vim supervisionar o casamento de meu melhor amigo. ― sorri.

― É o dono do hotel? ― perguntou.

― Sim, é ele. ― sorri. ― Como sabe que é o dono do hotel? ― perguntei curioso.

― Escutei o pessoal comentando aqui. ― respondeu calmamente. ― Sabe como é empresa grande. ― sorriu.

― Sei muito bem. ― bebi o último gole de chopp. ― Obrigado pela sua atenção. ― agradeci. ― vou para meu quarto. ― disse e levantei.

Adentrei o elevador com uma sensação esquisita de que conhecia aquele rapaz, mas tratei de tirar isso da cabeça. Passei o meu cartão para adentrar o meu quarto, tirei meu blazer e me joguei na cama de olhos fechados.

— Vim aqui para falar com você, Hudson. — disse Vinícius saindo da cozinha.

— O que você faz aqui? ― falei levantando assustado. ― Quem te deixou entrar no meu quarto. — perguntei tentando ir até a porta, mas Vinícius me segurou.

— Eu não vim aqui te machucar, estúpido. ― falou calmo. ― Quero saber quando Yuri e Guilherme voltam da lua de mel? — perguntou.

— Eu... Eu, não sei. — respondi gaguejando.

— Sabe sim. — gritou. Vinícius aproximou-se de mim, me segurou pelos cabelos e apontou uma faca perto dos meus olhos. — Ou você me conta quando eles chegam da lua de mel, ou você fica sem um olho. — ameaçou.

— Eles chegam em quinze dias. — respondi contra a minha vontade. Vinícius soltou-me e saiu do meu quarto.

Liguei para Biel e contei o acontecido. Tanto Biel, quanto eu, tentamos falar com Yuri e Guilherme, mas sem sucesso.

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NOTAS:

Capítulo reformulado

O Chefe  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora