CAPÍTULO 44

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[Yuri]

Haviam se passado quinze dias da nossa lua de mel. Eu e Gui desembarcamos no Rio de Janeiro por volta das 06hrs da manhã. Nossos celulares estavam sem bateria, o que dificultou contato com nossos irmãos durante o trajeto. Decidimos antecipar a nossa volta e pegar todos de surpresa. Na minha mansão, só estavam os empregados. Yago havia ido trabalhar. Subi para nosso quarto, deixei as malas e fui tomar um banho pra relaxar. Sai do banho e Gui estava na piscina se refrescando.

— Estava morrendo de saudade da nossa casa. — falou Gui me beijando.

— Pois é! Eu também. — sorri e o beijei. — Vou preparar um lanche pra nós. — disse saindo.

— Eu vou trocar de roupa. — ele entrou no banheiro.

Caminhei até a cozinha e vi a porta da sala aberta. Estranhei por que minha empregada havia ido ao mercado fazer feirinha e só estava Gui e eu dentro de casa. Olhei pro lado de fora, vasculhei  a área e não havia ninguém. Adentrei a mansão novamente e Vinícius estava encostado no pilar de mármore dentro de casa.

— Estava ansioso esperando você e Gui chegar da lua de mel. — disse Vinícius se aproximando.

— O que você quer aqui? — perguntei encarando-o.

— Quero o Guilherme. — falou tirando a arma da cintura. — Eu vou levar o Gui comigo e tu não vai me impedir. — disse convicto.

— Só se for por cima do meu cadáver, maldito. — falei indo em sua direção e desarmando Vinícius.

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[Vinícius]

Yuri queria me impedir de levar Guilherme comigo. Entramos em uma luta corporal e eu começo apanhando. Depois de alguns minutos de luta, eu consigo segurá-lo pelos cabelos e bato com a cabeça de Yuri no balcão do bar que tem na sala de espera. Ele desmaia e subo para ver o meu amor. Gui estava se vestindo quando adentrei o quarto e apontei a arma pra ele, que olhou assustado.

— Como conseguiu entrar aqui? — perguntou assustado.

— Eu sempre dou jeito pra tudo, menos pra morte, amor. — respondi sorrindo.

A arma ainda estava apontada para Gui. Fiquei atento para que Yuri não viesse por trás e me desarmasse.

— Você vem comigo. ― sorri. ―Nós dois vamos para um lugar muito legal. — falei fazendo sinal com a arma para Gui sair do quarto. Saímos do quarto, descemos as escadas e Yuri ainda estava desacordado. Gui entrou em desespero achando que havia matado Yuri, mas não deixei ele se aproximar do seu maridinho.

— Eu não matei Yuri. — falei para tranquilizar Gui. — Só fiz ele desmaiar pra te resgatar desse imbecil. — saímos da mansão e Gui adentrou o carro.

Dentro do carro o meu comparsa, Ivan, me esperava para levarmos Gui a minha cabana no meio da floresta perto de Niterói. Seguia com a arma apontada para Gui, que tremia de medo. Depois de quase duas horas de viagem, chegamos a cabana. Ivan descarregou o carro com comida e produtos de higiene pessoal. Eu não queria ter tomado essa decisão de sequestrar Gui, mas por conta de sua rejeição, tive que tomar essa atitude. Por um descuido, Gui quase foge da cabana, mas eu o alcanço e dou uma coronhada em sua cabeça. Para evitar a fuga de Gui, amarro-o na cama para ele não tentar fugir. Alguns minutos depois, Gui recobra os sentidos.

— Doente. — gritou debatendo-se em cima da cama amarrado. — Você é louco, Vinícius. Me desamarra. — pedia com desespero.

— Te desamarrar? ― indaguei.―Não posso correr o risco de você fugir de mim, amor. — falei sentando na beira da cama.

Olhando para o nada, recordo-me dos meus assassinatos. Não sei por que, mas queria desabafar tudo o que havia feito de ruim com Gui. Mesmo ele e os demais tendo me denunciado para a polícia, eu o amo. Coloquei Gui sentado na cama e fiquei observando-o. Alisei seu rosto, seu cabelo e comecei a chorar. Eu tinha uma obsessão louca pelo Gui. Mesmo que eu tenha terminado com ele no passado, eu ainda o amava. Queria dominar o Guilherme e fazê-lo amar só eu. Ele queria entender o motivo do choro.

— Sabe que no início do nosso namoro, Aline queria dizer que eu e ela tínhamos um caso. — revelei. Gui ficou surpreso.

— Tu é totalmente podre, Vinícius. — disse Gui. — Me enganou durante todo esse tempo. — concluiu indignado.

— Por isso matei Aline atropelada. — confessei meu crime. — Matei Aline por ela ser tão intrometida e chata. Eu ia ser pai, mas além de matar Aline, matei meu filho também. — contei.

— Monstro! — gritou. Percebi que Ivan estava atrás da porta ouvindo minhas confissões.

— Teófilo também sabia demais. ― contei olhando para o nada. ―Matei-o por que ele tentou me roubar. — olhei nos olhos de Gui. A sua reação de nojo e pena me enlouqueceram. Gritei feito louco e quebrei o quarto todo.

— Teófilo, Aline, Márcia, Bárbara, o hacker, o faxineiro, o comparsa de Anelise e a própria Anelise que eu te contei, morreram por que sabiam demais e queriam me entregar. — joguei-me no chão e o choro não parava.

Tranquei a porta do quarto onde Gui estava amarrado e fui dormir.

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[Guilherme]

Já era madrugada quando escutei a porta do quarto onde estava trancado se destrancar. Ivan, o comparsa de Vinícius, adentrou o quarto e fez sinal que ia ajudar. Aproximou-se da cama, tirou minha mordaça e me encarou. Seu olhar parecia de arrependimento. Eu via sentimento dentro daquele homem branco estrutura média e com cara mau.

— Por favor, não grite. ― pediu. Eu não vim te machucar e sim te ajudar. — falou Ivan sussurrando. — Chamo-me Ivan. — disse me desamarrando.

Vinícius entra no quarto e vê Ivan me desamarrando. Ele saca a arma e aponta para a testa de Ivan, que se aproxima e pede para Vinícius atirar. Ivan desarma Vinícius e os dois entram em luta corporal. Ivan estava dando uma surra em Vinícius, que consegue chutar Ivan  Vinícius pega uma espingarda e atira no peito de Ivan, que morre em meus pés.

— Maldito! — grita Vinícius. — Eu sabia que não podia confiar em você. — falou deitado do lado do corpo de Ivan.

Eu estava num cantinho encolhido com medo de ser atingido por um tiro.  Vinícius levanta, pega o galão de gasolina e sai jogando pela cabana inteira. Ele me pega pelos cabelos e joga-me em cima da cama. Vinícius me amarra e pega o esqueiro.

— Agora nós dois vamos morrer juntos, meu amor. ― sorriu com o esqueiro aceso. ―Nós dois nascemos para ficar juntos até no inferno. — finaliza.

Eu entrei em desespero ao ver que Vinícius estava disposto a nos queimar vivo. Comecei a gritar por socorro e Vinícius gargalhava em ver meu desespero. Eu orava para Deus, pedia proteção. Fecho os olhos e espero o pior.

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NOTAS:

Capítulo reformulado.

O Chefe  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora