[Giovani]
Dentro do elevador, os batimentos cardíacos estavam a mil. O coração queria sair pela boca e não sentia meu estômago. Guto só poderia estar aprontando comigo. Vilma nada dizia. Parecia estar em longe com seus pensamentos.— Bata na porta Giovani. — pediu Guto.
— Por que eu? — argumentei.
— Por que você vai gostar. — sorriu.
Olhei com olhar de reprovação para Guto, mas bati na porta. Bati na porta do apartamento 252 e aguardei. Estou de cabeça baixa e ouço vozes chegando perto da porta. Continuei de cabeça baixa até que a porta se abre. Ergo a cabeça e não acredito no que estou vendo.
— Guilherme... — falei assustado.
Não, só podia ser um sonho. Há quase um mês soube que ele morava em Londres e de repente ele está aqui na minha frente. Fico parado olhando para ele e Gui sorrindo. Não sei como me aproximei e me joguei para dar um abraço.
— Meu irmão. Quanta saudade, quanta vontade de te dar um abraço. Obrigado, Deus! — agradeci chorando. Ficamos alguns minutos nos abraçando e choramos bastante. Soltamo-nos e Gui foi em direção de Vilma.
— Vilma minha querida babá. Quanta saudade. — abraçou-a.
— Como você está lindo. Senti tanta falta de você naquela casa durante esses anos. — falou emocionada.
— Entrem! A casa é de vocês. — chamou Gui.
Entramos em seu belíssimo apartamento e Gui nos serviu um champagne. Guto e Vilma se lembravam das nossas brincadeiras, brigas e cumplicidade que temos um com o outro. Gui só escutava e a expressão de tristeza estampou em seu rosto.
— Adoraria ter te ensinado as matérias do colegial. — disse Gui pegando em minha mão. — Todo o dia me lembrava de tu me pedindo para te ajudar nas suas tarefas. — deu um sorriso forçado.
— Você não faz ideia de como eu sofri quando nossos pais te expulsaram. — beijei seu rosto.
— Ele quase não comia, não dormia e tinha febre alta todos os dias. — confirmou Vilma. — Tá pronto pra encontrar seus pais? — perguntou.
— Não. Por enquanto quero só vocês comigo. E peço que não diga a nossos pais que estou no Rio de Janeiro. — pediu Gui.
— Pode deixar. Nenhum de nós três vai dizer. — falou Guto abraçando eu e o Gui.
Aquela noite foi muito agradável. Rimos, brincamos e conversamos. Por volta de meia-noite, decidimos ir embora. Despedimos-nos de Gui e fomos embora.
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[Guilherme]
Já havia se passado quinze dias. Tinha me adaptado bem ao cargo de assistente pessoal de Yuri. Numa segunda-feira, chego cedo a empresa e preparo a agenda, os relatórios para a reunião logo mais e organizo a sala do Van Der Benzi. Olhei no relógio e marcava 08h15min. Minutos depois, Yuri abre a porta e vai em direção a sua mesa. Coloca sua pasta em cima da mesa e senta em "seu trono" – Yuri senta em sua cadeira como um rei senta no seu trono-. Ele percebe minha presença saindo da minha sala.
— Bom dia, Sr. Guilherme. — cumprimentou de forma seca.
— Bom dia, Dr. Van Der Benzi. — cumprimentei. — Senhor. A sua agenda eu mandei para seu e-mail, deixei o horário que o senhor precisa ir ao consultório do Dr. Souza e os relatórios para a reunião que o Senhor me pediu na quinta, já está aposta em seus lugares na sala de reunião. — falei apressado. Yuri levantou a cabeça lentamente e deu um leve sorriso.
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O Chefe (Romance Gay)
Romance(Esta História foi revisada tendo início de 03/06/2018 e o seu término em 24/08/2018) Recém chegado de Londres e roubado pelo seu ex-companheiro, Guilherme está decido a construir sua vida no Brasil. Depois de um casamento conturbado na capital ing...