CAPÍTULO 33 - A nova identidade de Yuri

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[Guilherme]

O primeiro mês da morte de Yuri se aproximava e isso me deixava bastante triste. Já fazia algum tempo que estava morando no apartamento de Vinícius. Ele chegou de viagem na noite anterior. Transpareci uma felicidade ao vê-lo que não era verdade. Eu precisava me reerguer, precisava construir minha vida ao lado de alguém e, como o homem que amo morreu, essa pessoa que poderá me reerguer é Vinícius. As suas armações do passado eu não esqueci, mas não poderia deixar isso me consumir. Abracei e beijei Vinícius com vontade e transei com ele depois de muito tempo. Recebi a visita de Yago no apartamento de Vinícius, que não gostou nenhum pouco. Para evitar brigas, chamei Yago para almoçar comigo no restaurante aqui perto.

Saímos a pés do apartamento de Vinícius. O sol estava suave e o céu azul sem nuvens. Adentramos o restaurante, olhamos o cardápio, pedimos um suco e escolhemos nossas comidas. Yago olhou-me preocupado.

― Está tudo bem, Gui? ― perguntou Yago.

― Pra você eu não posso mentir. ―  desabafei. ― Estou morrendo de saudades Yuri. ― falei triste.

― Por isso, tu está morando com o Vinícius. ― falou Yago.

― Sim. ― respondi. ― Eu não consigo parar de pensar em Yuri e preciso tirar ele do meu coração. ― falei.

― Pretende casar com Vinícius? ― perguntou Yago.

― Sim. ― respondi sem pensar duas vezes. ― De preferência o mais rápido possível. ― concluí.

Yago nada disse. Paguei a conta, Yago chamou um táxi e foi embora para sua casa. Caminhei até o apartamento de Vinícius. Adentrei o elevador, apertei o botão do andar onde Vini mora e subi. O elevador para no andar e adentro o apartamento. Vinícius está deitado no sofá, ergue a cabeça e ele sorri. Retribui o sorriso e fui até o sofá. Sentei no sofá, respirei fundo e encarei Vinícius no fundo dos olhos.

― Casa comigo? ― pedi sem rodeios. Vinícius não teve reação. Ele me olhava em êxtase, sorria e não sabia se chorava.  Eu estava quase surtando esperando sua resposta.

― Claro que caso.― respondeu pulando em meu colo.

― Quero o mais rápido possível para que ninguém se intrometa. ― falei.

― Vou providenciar tudo, meu amor. ― sorriu.

Pronto! Agora só esperar o dia do casamento! A notícia do meu casamento com Vinícius se espalhou rapidamente. Meus pais foram até o apartamento de Vinícius. Uma tensa conversa estava prestes a ser iniciada.

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[Yuri]

Desembarcar no Rio de Janeiro foi um misto de ansiedade e de medo. Agora, pelo menos por enquanto, não sou mais Yuri Van Der Benzi e, sim, Caleb Hernandez. A peruca ruiva, os óculos de grau e as lentes de contato deram outro visual. Mas, para completar o visual, fui ao dentista e coloquei um aparelho nos dentes. Tio Agenor nos aguardava no heliporto de sua empresa. Ele me mostrou todas as dependências da empresa, sua sala e cada funcionário. Meus batimentos cardíacos estavam acelerados por conta desse novo desafio: fingir estar morto e ser o presidente das empresas do meu tio.

Soube também por meio das colunas sociais o casamento de Gui e Vinícius. Um sentimento de raiva, ódio e desespero tomou conta de mim. Não queria perder meu Gui para um assassino e, muito menos, ver meu marido sofrer. Seguimos para o apartamento do meu tio em seu carro blindado. Ao adentrar o apartamento, vejo Yago segurando JP e a babá segurando Jorge. Eu congelei! Ver meus filhos depois de tanto tempo me fez ficar sem reação. Ver Yago cuidando dos sobrinhos como filhos me deixaram completamente emocionado. As lágrimas caíam do meu rosto mesmo eu querendo as controlar. Yago ficou sem entender o porque de um 'estranho' chorar. Fui me aproximando de Yago, peguei Jorge no colo, que sorriu, beijei sua testa e o abracei. Devolvi Jorge para os braços de Yago e peguei JP dos braços da babá. Seu sorriso, a sua alegria me emocionaram mais ainda. Beijei sua testa, abracei-o e fui até a sacada por alguns segundos com meu filho nos braços. Devolvi JP para os braços da babá.

O Chefe  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora