CAPÍTULO 02 - Entrevista de Emprego

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Adentrei o táxi e fiquei pensando como aquele maldito do Vinícius pode ter me roubado meu dinheiro. O único dinheiro que me restava e tava guardando para uma eventual causa, aquele desgraçado me rouba. Meus pais eu não posso contar muito com a ajuda deles. Apesar de serem ricos, eles foram muitos claros quando me expulsaram de casa aos 18 anos e faz onze anos que não sei se estava vivos ou mortos. Mantenho contato apenas com meu irmão, Giovani. O táxi parou em frente a um prédio super chique. As paredes era todas de mármore italiano e alguns detalhes de ouro. Paguei o táxi, sai e entrei naquela empresa que mais parecia um hotel. Fui até a recepção, me identifiquei e me deram um crachá escrito "Visitante". Olhei mais adiante e vi uma máquina de cafés e fui em sua direção. Faltando poucos passos para me aproximar da máquina, vejo um rapaz, sem muita paciência, batendo na máquina.

― Vejo que você está tendo muito trabalho com essa máquina. ― falei dando um sorriso de canto.

― Pois é! Essa droga de máquina sempre dá piti comigo. ― falou o rapaz controlando sua ira.

― Posso? ― apontei para máquina e me aproximei. ― Geralmente essas máquinas precisam de manutenção a cada 3 meses. Quanto tempo faz que essa máquina não recebe uma manutenção? ― perguntei arrumando a máquina.

― Não sei. ― colocou as mãos na cabeça. ― Nem sei porque essa porcaria está aqui. ― disse dando um gole no café.

― Entendi. ― falei pegando meu café.

― Enquanto tenho uma péssima experiência com essa máquina, você entende perfeitamente dela. ― deu a última golada no café e foi em direção do lixo. Jogou o copo descartável e voltou para perto da máquina.

― É. Digamos que de onde vim, ou aprendemos arrumar esse tipo de máquina ou você tem que tomar café gelado. ― sorri.

― Então eu vou pra esse lugar aprender a mexer nessas máquinas. ― falou ajeitando seu paletó. O homem olhou meu crachá e me encarou. ― Você é novo aqui? ― perguntou desconfiado.

Olhei para o crachá e me lembrei da identificação de "Visitante".

― Ah. Não, não. ― falei sem jeito. ― Fui selecionado para uma entrevista para ser assistente pessoal do Senhor Van der Benzi. ― falei.

― Legal. Espero que ele não esteja de mal humor ou até mesmo... ― falou se aproximando do meu ouvido. ― irritado com a vida. ― sorriu.

O sorriso daquele homem era encantador. Loiro, alto, 1.92alt e com o corpo aparentemente musculoso por debaixo daquele terno slip que ele usava. Sorri tentando não demonstrar meu nervosismo com o que ele acabou de dizer no meu ouvido. Olhei para o relógio e vi que estava perto da entrevista.

― Me desculpe. O papo está agradável, mas preciso ir para entrevista. ― falei jogando o copo descartável no lixo.

― Ok. Como se chama mesmo? ― perguntou ajeitando o cabelo.

― Eu não disse que meu nome. ― sorri. ― Me chamo Guilherme Alencar. ― falei saindo e pedi para segurarem o elevador.

― Legal. Ei! ― saiu apressado atrás de mim. ― Eu me chamo... ― não deu tempo de ouvir seu nome. O elevador se fechou. Dentro do elevador, perguntei onde seria o andar de seletiva. Uma mulher me respondeu que era o 16° andar, o último do prédio. Apertei o andar que ela me indicou e agradeci.

O andar da seletiva havia chegado. A porta do elevador se abriu e pude ver mais 4 pessoas. Me aproximei da mesa e apresentei meu curriculum para a moça que estava na mesa perto da sala. Ela olhou atentamente meu curriculum e pediu pra que eu aguardasse. Me sentei do lado de um rapaz branco, aparentava ser baixo e um meio gordinho. Estava vestindo um terno na cor azul marinho e sapatos social da Prada . Os demais selecionados pra essa entrevista me olhavam da cabeça os pés. Não ligava. Estávamos todos querendo a mesma vaga.

O Chefe  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora