Prólogo

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ATENÇÃO LEITORES NOVOS E VELHOS!

Este livro passou por uma revisão e alguns acontecimentos mudou. 

ANOS ATRÁS...

Era final de domingo e estava voltando de um vestibular cansativo e exaustivo. Essa época eu tinha dezoito anos. Desci do táxi e entrei em de casa - minha mãe chamava de casa, mas parecia mais um palácio - percebi que estava um silêncio total. Vilma, a nossa empregada e babá, veio em minha direção pálida e sem falar comigo. Num gesto, apontou para a sala de espera e segui para lá. Quando entrei na sala, meus pais estavam sérios e com um expressão de ódio. Giovani, que na época tinha 15 anos, me olhou com os olhos cheio d' água.

― O que aconteceu? ― perguntei com a garganta seca.

Meu pai olhou em meus olhos, se aproximou de mim com um semblante de ódio e me desferiu uma bofetada. Bofetada que me fez sentar na poltrona.

― Porque me bateu pai? O que eu fiz dessa vez? ― perguntei chorando.

― Desgraçado! ― gritou e me pegou pelos colarinhos. ― Eu aceitava tudo nessa vida, Guilherme. Mas ter um filho boiola e mariquinha eu não aceito jamais. ― gritou e me jogou de volta na poltrona.

― Pai, pelo amor de Deus! Deixa eu me explicar. ― implorei de joelhos. Em vão, ao ouvir isso da minha boca, meu pai desferiu outra bofetada que me fez cair no chão. A segunda bofetada foi mais forte que a primeira, pois minha boca sangrava. Minha mãe se aproximou de mim, abaixou-se e falou:

― Eu e seu pai estamos completamente envergonhados com essa sua escolha. Você nos envergonha. Você é uma aberração. A partir de hoje, esquece que você teve um pai e uma mãe, Guilherme. ― falou com voz de ódio.

Estava deitado no chão ouvindo todas aquela palavras de minha mãe. A mulher que eu achava que ia me apoiar, estava dizendo aquelas palavras de ódio e rancor. Ela levantou-se e saiu de perto de mim. Percebi quando Giovani foi em minha direção para me acudir e minha mãe o puxou.

― Aquele lixo no chão, não é mais seu irmão. ― disse segurando os braços de Giovani, que chorava descontroladamente.

Vilma chorava em silêncio atrás do pilar de mármore da sala. Queria ajudar, mas não podia. Se ajudasse, estaria na rua. Eu queria entender como eles descobriram que sou gay? Quem iria dizer a eles minha sexualidade? Eram tantas perguntas que não seria respondida assim do nada. Meu pai se aproximou de mim, me pegou pelos braços e me colocou de pé.

― Quero você fora desta casa hoje mesmo. Você só vai sair com a roupa do corpo. Por que tudo que está aqui nessa casa, é meu. ― gritou. Vilma, que se escondia atrás da pilastra de mármore, saiu correndo em direção a sala e se colocou na frente de meus pais.

― Seu José e dona Áurea. ― disse se recuperando do choro compulsivo. ― Isso já é demais. Guilherme é só um garoto. Não podem fazer isso com ele. ― falou me abraçando.

― Você não está na posição de achar nada, Vilma. Aqui nesta casa você é só a empregada que acata as minhas ordens e da José. ― gritou minha mãe. Os outros empregados da casa choravam com a humilhação que meus pais estavam fazendo com o próprio filho.

O desespero tomava conta de mim. Não tinha pra onde ir, onde dormir e muito menos roupa para vestir. Queria morrer para não ter que suportar as palavras de ódio de meus pais. Giovani, que estava sendo segurado por meu pai, se solta e me abraça chorando.

― Não vai embora meu irmão. Eu te amo e não quero viver longe de você. ― dizia chorando.

― Larga esta aberração, Giovani. ― gritou e puxou meu irmão. ― Anda! O que está esperando para sair desta casa. Fora daqui! ― esgoelou minha mãe.

O Chefe  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora