Capítulo 22

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O barulho de carros fez com que meus sentidos despertassem, uma dor forte fazia minha cabeça latejar e sentia meu corpo ainda meio dormente.

Abri meus olhos mas os fechei logo em seguida por conta de uma luz forte no quarto. Me acostumar com ela foi um pouco doloroso já que toda vez que abria os olhos, eles ardiam.

O quarto era um cômodo iluminado por uma única clarabóia no teto, eu estava sobre uma cama, com lençóis tão encardidos que nunca deviam ter sido lavados. Era possível ver no canto oposto à cama, uma privada e uma pia, ambos amarelados.

Minha garganta ardeu quando tentei falar, estava sentindo tanta sede que resolvi ignorar meu senso de auto preservação e ir até a pia, ver se saia alguma água que eu pudesse beber.
Assim que levantei, minhas pernas falharam e cederam sob o peso do meu próprio corpo. Não me machuquei no tombo, mas esse fato não impediu que meu corpo que já estava meio dolorido, doesse um pouco mais.
Respirei fundo e tentei novamente, usando as paredes como apoio agora. Me olhei no espelho em cima da pia e não me surpreendi ao ver meu reflexo, as olheiras em baixo dos olhos e os cabelos totalmente bagunçados e emaranhados.
Abri a torneira e agradeci aos céus quando a água começou a correr. Lavei o rosto e bebi um pouco com as mãos.

Obeservei o quarto com mais atenção, mas não achei nada que pudesse me ajudar a fugir e o fato da porta ser de ferro não me animou nenhum pouco.

Me sentia exausta. Tudo o que meu corpo queria era encontrar um lugar onde pudesse encostar e descansar, mas eu tinha que fugir, tenho que achar um jeito de sair desse quarto.

O barulho da porta abrindo fez com que eu eu me mexesse, não podia ficar parada no meio do quarto esperando o louco que me sequestrou entrar.

Me apressei em ir para trás da porta, ou pelo menos onde eu achava que era, essa droga não tem fechadura. Fiquei em silêncio, praticamente imóvel enquanto a porta era aberta e alguém entrava.

Não esperei para ver se era homem ou mulher, gordo ou magro, alto ou baixo, a única coisa que fiz foi pular na costa da pessoa enquanto tentava derrubá-lá.

Foi desespero do momento, e só fui perceber isso depois que estava na cama, sendo prensada pelo ser humano.

- SAÍ DE CIMA DE MIM SEU MOSTRO! ME LARGA! - A pressão nos meus braços não cedia, e o infeiz não demonstrou nenhum sinal de que iria me soltar.

- Esse não é o jeito certo de receber o seu namorado gatinha.

Me corpo todo paralisou, Daniel não tinha sumido como pensei, ele voltou para mr atormentar, e da pior maneira possível pelo visto.

- Você já não é nada meu há um bom tempo seu louco. - Ele me olhou e deu um sorriso meio sinistro enquanto aproximava seu rosto do meu.

- Isso é o que você pensa gatinha. A verdade é que tudo não passou de um mal enten... - Não deixei que ele terminasse a desculpa esfarrapada que ele criou em sua mente, nada que ele falasse seria verdade.

-MENTIRA! Tudo o que você sempre fez pra mim foi mentir, eu só era estúpida demais pra perceber. E não importa mais, eu amo outro, amo Dominic de uma forma que nunca achei possível amar alguém! - O tapa que Daniel me deu interrompeu o discurso que eu havia montado na minha mente. A ardência no meu rosto só me fez lembrar dos vários motivos pelo qual fugi dele.

- VOCÊ ME AMA, eu sei disso. Você só tem que se esquecer do cantorzinho, mas não se preocupa, esse tempo vai nos ajudar a recuperar tudo o que perdemos. - Ele tentou me beijar mas eu virei o rosto, o que deixou ele ainda mais irritado. Segurou o meu rosto no lugar com a mão e me beijou com força, não passou de um selinho já que eu não abri a boca. Ele se levantou comigo junto só para me jogar de volta na cama, fazendo com que minha cabeça batesse nas barras da cabeceira da cama. - Mais tarde eu volto com comida pra você gatinha. Não morra de saudade!

O barulho da porta batendo foi um alívio, ficar perto dele era tóxico pra mim. Coloquei a mão na cabeça pra aliviar um pouco a dor e me sentei na cama, encostando a costa na cabeceira.

Uma das barras não estava firme, talvez tenha se soltado quando Daniel me jogou na cama, mas isso não importa agora. Talvez essa seja minha única chance de escapar.

O tempo parecia passar de uma forma mais lenta, talvez não ter um relógio dava essa sensação. Eu só pensava em Dominic, nos meus pais, no meu irmãozinho. Aquele desgraçado do Daniel ia me pagar. O Dom vai me achar, tenho certeza disso.

Esse era o mantra que eu ficava repetindo na minha mente. Eles vão me achar.

Um barulho vindo da porta me fez acordar, peguei a barra de metal e fui para o lugar atrás da porta.

A porta se abriu e Daniel entrou com uma bandeja. Não ousei me mexer, sequer respirar.

- Trouxe um lanchinho gatinha, o seu favorito, creme de ricota com peito de peru e capuccino. - ele estancou no lugar,ao ver a cama vazia, graças a Deus que ele não havia me percebido ali.

Peguei a barra e avancei com cuidado antes de bater com ela em sua cabeça, com toda a força que eu consegui.

Não esperei pra ver o resultado, sai correndo sem pensar em mais nada a não ser na minha liberdade. O corredor em que eu entrei era escuro e mal iluminado, com mofo pelas paredes. Com certeza ninguém cuidava dali.

Por um milagre achei um elevador, não parecia muito seguro mas era melhor que continuar correndo naquele correndor assustador. Apertei o botão e o painel do elevador mostrava -2 , droga, essa merda tem até subsolo. Eu continue apertando freneticamente o botão, na esperança de que isso fizesse com que ele subisse mais depressa. O som de passos só fez com que eu apertasse ainda mais depressa o botão, Daniel surgiu no corredor e o meu desespero aumento, ele se aproximava cada vez mais depressa quando o painel apitou, avisando que o elevador havia chegado. Vi minha liberdade ali, à um palmo de distância, e estava quase a agarrando quando Daniel me puxou para fora do elevador.

Eu me debatia, mas ainda assim não conseguia me soltar. Ele me arrastava de volta para aquele inferno, e conforme o elevador ia ficando distante, minha esperança de sair dali ia com ele.
Daniel me jogou pra dentro do quarto. Seu rosto estava contorcido em ódio, sua expressão era assustadora.

- Ah sua vaca, você vai me pagar por isso. - Ele distribuía tapas, socos em meu rosto. O monstro que eu sempre soube que Daniel era veio à tona. - Sorte sua que Maia te quer intacta, por que se não ... Você não iria gostar do que aconteceria.

Eu estava arfando na cama, quando Daniel saiu esfregando a nuca e bateu a porta fazendo um estrondo.

A dor que eu sentia era forte, mas enquanto estava deitada naquela cama tudo em que eu conseguia pensar era: Quem era Maia?

"OLÁ Amores. Me perdoem os atrasos e não desiste de mim não, ou da gato gostoso chamado Dominic Sherwood. Bom, mais um capítulo pra vocês e eu espero que vocês gostem. E , quem vocês acham que é Maia? Façam suas apostas e vamos ver no próximo capítulo. Beijão pra vocês 💙

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*Neverland ( one ) "

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