Gelei. Eu estaria assim tão envolvida? Não. Não pode ser. É ilusão. Isso! Deve ser só meu cérebro me dando o que eu quero. Me afastei dele. Não posso levar isso a diante. Simplesmente, não posso! Isso evitaria um coração quebrado e semanas de choro.
Tyler me olhou com o senho franzido, mas um vulto me chamou atenção. Olhei melhor e vi uma mulher loira nos observando atentamente. Posso jurar que ouvi meu coração parar ali mesmo.Brianna Sparks, com toda sua beleza, estava parada observando seu namorado envolver outra mulher nos braços. Infelizmente, a outra sou eu.
Seguindo meu olhar, ele a viu. Juro que esperei que me empurrasse, fala-se que não era nada daquilo. Ou corresse para ela e implorasse o seu perdão, me expondo ao ridículo. Ou pelo menos me soltasse. Mas ele não fez nada disso. Como assim?! A loira se aproximou e abriu o sorriso mais falso que já vi na vida.
- Tyler, que bom te rever.- ela me olhou com um desprezo contido. Bom, não pra mim.
- Brianna - ele assentiu com a cabeça.
- Quem é sua amiga?- juro que quase voei no pescoço dela. Talvez Tyler tenha percebido minha mudança de comportamento, pois me segurou com mais força contra sí. Ah... Ela não ia me intimidar, mas nem a pau.
- Muito prazer, Rebecca Moliari.- levantei uma sobrancelha e sorri cinicamente.
- É...- ela me mediu de cima a baixo.- Bom, tenho que ir. Foi um prazer, querida.
- O prazer foi todo meu.- ela sorriu mais uma vez e se encaminhou para seu carro. Entrou e foi embora com tudo. Exibida. Tyler me olhou cuidadoso.- Você trata sua namorada de uma forma bem estranha.- empurrei seu peito, mas ele me prendeu contra o carro.
- Ela não é minha namorada. Não mais.- disse firme e me olhou confuso. Despertei do meu modo raivoso. Meu comportamento extremamente ciumento me fez querer cavar um buraco na terra e me esconder lá. Corei de vergonha.
- Ahn... Ok. Vamos... Vamos entrar.- Ca-ram-ba. O que me deu? Não sou de me descontrolar assim. Levantei seu braço e fui para o restaurante. Aquele dia estava cheio de emoções, emoções demais! Ele me seguiu e parou na entrada, onde tinha uma recepcionista.
- Bom dia, eu tenho uma reserva. Tyler Hoechlin.- a moça abriu um sorriso e conferiu no computador. Ele tinha reservado uma mesa?
- Senhor e senhora Hoechlin, me sigam, por favor. A mesa tem uma bela vista...- não escutei o que ela disse. Senhor e senhora Hoechlin?! Aquilo me agradou mais do que devia. Tyler me olhou de soslaio e sorri para ele. A moça nos conduziu a uma mesa mais reservadas das outras. Sentamos e ele me estudava atentamente. Assim que o garçom anotou os nossos pedidos, cerrou os olhos. Comecei a rir de sua expressão.
- O quê foi?- perguntei e ele levantou as sobrancelhas, suspirando pesadamente.
- Tem vezes que eu não consigo te entender. Juro que tento! Você é uma contradição ambulante!- ele sorriu. Acenti com a cabeça. Realmente, mas nem eu sabia o que queria.
- Tem uma música brasileira que se chama "Mulher de Fases". Minha mãe vive dizendo que o compositor se inspirou em mim.- rimos e ele juntou as mão no queixo.
- Hm, e como ela é?- me empertiguei.
- Não vou cantar!- ele me olhava divertido.
- Já ouvi você cantando. Meus ouvidos se acostumam com a tortura.- mostrei a língua pra ele, que riu.
- Ha ha. Minha voz é incompreendida.- revirou os olhos.
- Anda, não mude de assunto.- suspirei e comecei a cantarolar a música.
- "Complicada e perfeitinha, você me apareceu. Era tudo que eu queria, estrela da sorte. Quando a noite ela surgia, meu bem você cresceu. Meu namoro é na folhinha, mulher de fases!"- cantei meio acanhada e ele me olhava com ternura e diversão.
- Adorei. Uma cantora nata.- rimos. Nesse instante o garçom apareceu com nossos pedidos. Dei uma mordida no Fricassê de frango e suspirei. Bom, muito bom! Depois de toda aquela conversa, ele pareceu esquecer do que havia acontecido. Ótimo, porque aquela pessoa ciumenta não era eu!
- Porquê você vai dar um jantar?- perguntei e ele tomou um gole do vinho que pediu.
- Quero contar uma coisa para as pessoas próximas a mim. Um jantar é uma ótima ocasião.- assenti com a cabeça.
- Você vai contratar um buffet?
- Aham. Tenho alguns em mente, mas queria que fosse comigo para escolher. Dois paladares é melhor que um.
- Certo. Podíamos fazer uma coisa mais requintada. Como tudo em preto e branco. Um jantar mais profissional. Umas louças brancas faria ótimo contraste com outras pretas com detalhes, talvez, em prata!- falei animada e Tyler me olhava divertido.
- Parece que estou em boas mãos.- ele riu. Acabamos de comer e voltamos para o estúdio. Assim que chegamos perto do cenário, ele parou.- Te pego que horas?
- Bom, vamos sair mais cedo, mas eu, Holl e Crys combinamos de fazer compras. Então... Umas seis e meia.- ele sorriu.
- Sua agenda está bem movimentada.- rimos.
- As desvantagens de ser uma pessoa importante.- fingi ter pompa e ele apertou os lábios.
- Seis e meia. Eu te ligo.- concordei com a cabeça e ele piscou pra mim, antes de ir. Entrei e todos já estavam lá. Me aproximei e Holl sorriu.
- Onde você foi almoçar?- ela perguntou.
- Num restaurante perto daqui, não lembro o nome.- ela assentiu.
- Com quem eu já disconfio.- me olhou maliciosa e revirei os olhos.- Mudando de assunto, as compras estão de pé, né?- Concordei com a cabeça.- Ótimo, porque se você e o senhor gostosão começarem a namorar, e a senhorita me deixar de lado, arranco os olhos dele.- segurei o riso.
- Palavra de escoteiro.- levantei minha mão em juramento.
- Nada disso, vamos selar o compromisso como pessoas adultas e maduras.- ao dizer isso, Holl levantou seu dedo mindinho e o levou ao meu encontro, levantando as sobrancelhas em desafio.
- Como não pensei nisso antes?- enlacei meu dedinho no seu e ela sorriu.
- Agora estou mais tranquila.- olhei divertida.
- Sem ameaças aos olhos dele agora?
- Agora a ameaça é ao seu mindinho!- ri. Super ameaçadora.
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Crazy in Love
RomanceRebecca Moliari, uma estudante de intercâmbio, acabou de se formar em artes cênicas nas universidade de Yale. Um prodígio desde cedo, olheiros logo a chamaram para pequenos papéis, mas a oportunidade da sua vida aparece quando seu agente liga, falan...