Todo dia, após largar o meu serviço, rumava para um bar perto de minha casa e bebia até o diabo dizer chega.
Sentado à mesa, rodeada de amigos invisíveis, enxerguei uma linda mulher que bebia sozinha no balcão do bar. Não era a primeira vez que a tinha visto ali, sozinha e visivelmente triste.
Achei ela tesuda demais, porém não tive coragem de ir até lá e lhe galantear.
Naquela noite, porém, tomei coragem, assim como várias doses de conhaque, e fui até a linda moça de triste aparência para arriscar uma paquera.
- Boa noite, moça. Permita-me sentar ao seu lado? – Disse educadamente.
- Fique a vontade. – Respondeu a moça.
- Sempre lhe vejo por aqui. Moras aqui perto? – Perguntei.
- Sim. Bem aqui próximo. – Disse a moça.
- Engraçado. – Disse.
- Sou novata aqui, na verdade. Faz poucos dias que cheguei.
- Muito prazer, meu nome é Vicente.
- Prazer.
-Como você se chama?- Isso realmente importa? – Perguntou com os lábios ruborizados de batom.
Um tesão enorme se apoderou de mim, e disse:
- Realmente não. Você não quer ir para outro lugar? - Perguntei com o coração palpitando por sexo.
- Sim. – Disse a moça.
Segurando a sua mão, nos retiramos do bar e saímos para a rua em rumo a um motel mais próximo.
A moça estava gelada. De fato que fazia um frio intenso, mas a sua temperatura era bastante fora do normal. Porém nem dei a mínima para isto, pois julgava que a moça estava apenas nervosa andando comigo que sempre me achei o rei da cocada preta.
Chegando próximo a um cemitério, a moça fez uma proposta inesperada a mim. Disse-me que tinha uma fantasia sexual: transar dentro de um cemitério. Não gostei de forma alguma da proposta, mas quando vi que a moça fazia menção de desistir de tudo, aceitei subitamente.
A moça deitou-se em um túmulo e começou a se despir. Então vislumbrei aquela delicia e fiquei enormemente encantado. De fato a moça era muito atraente. Lentamente também fui me despindo. A moça já me chamava freneticamente em cima do túmulo. “Vem me possuir, garanhão”, dizia ela. Nunca eu poderia imaginar que a moça era tão louca daquele jeito. Gritava chamando-me para que eu a comesse logo. Deitei-me em cima dela e é escusado dizer os detalhes daquela transa.
O clima estava bom, até que a moça me pediu algo que eu jamais imaginaria que ela pedisse. Era algo doentio. A mulher pediu para que eu destampasse o túmulo com o qual estávamos deitados, e de lá tirasse o cadáver para que nós mantivéssemos relação com ele.
- Você está louca? – Redargui.
- O defunto é fresco. – Disse ela.
A eloquência da moça, bem como a sua beleza cativante, me convenceu e eu fiz tudo aquilo o que ela pedira.
O corpo ainda estava mesmo em bom estado. Parecia ter sido enterrado há poucos dias. Era de uma mulher.
Nunca imaginei me vendo a cometer tal ato. A necrofilia era algo que eu próprio repudiava.
Então, fiz sexo com o defunto.
De repente uma luz foi posta em minha direção. Olhei para aquele clarão e vi a mulher desaparecer. Eu estava realmente ébrio. A luz era da lanterna do coveiro que viera ver o que estava acontecendo no jazigo.
A cena que o coveiro viu acho que não lhe deixou tão admirado. O que mais lhe deixou pasmo mesmo foi me ver a praticar sexo oral com o cadáver.
- O que você está fazendo aí, amigo? – Perguntou o coveiro.
- Nada. Apenas sexo. – Disse.
- Mas com um cadáver? – Disse o coveiro.
- Foi a moça que me instigou. – Disse.
- Que moça, cara. Só vejo um defunto aí.
Então olhei para um lado, olhei para o outro e, meio atordoado, sem saber onde estava, vi a foto da mulher no jazigo em que eu estava deitado, e disse:
- É essa mulher aí da foto.
- Mas essa mulher da foto esta morta. – Alegou o coveiro.-Impossível! Transamos agora a pouco. Ela que me trouxe até aqui.
- Não invente, seu doente. Você transou com o seu defunto.
- Ai que merda! – Disse angustiado.