O ano era 1977 e pela enésima vez meus pais estavam mudando de cidade naquele ano. Meu pai era um trabalhador de obras único, o melhor em sua profissão, por isso era chamado de cidade em cidade. Eu estava muito chateada, nunca conseguia fazer amizades em uma cidade. As únicas amizades que eu tinha eram meus três gatos e meu cachorro que eu levava de mudança em mudança.
- Pai, que lugar é esse que nós vamos agora? – Teutônica. Respondeu meu pai. –Mas onde fica esse lugar? – Bem perto. Você vai adorar, você vai fazer muitos amigos. Te prometo essa vai ser nossa última mudança. Ouvi dizer que o colégio é muito bom .E nossa casa é muito boa, tem até um sótão.- Tá bem, se essa é nossa última mudança fico feliz.
Quando chegamos na cidade de Teutônica, não era bem uma cidade como meu pai havia me prometido , era uma vilazinha, mas nossa casa realmente era muito bela. Era enorme, com três quartos que pareciam salões, uma cozinha que caberia umas trinta pessoas para almoçar, uma sala de tirar o fôlego, uma dispensa que eu fiquei pensando:- Credo, quem morava aqui só podia ser uma família enorme, para ter uma dispensa desse tamanho. O sótão era lindo. Tudo era lindo naquela casa, os jardins, o pé de chorão em frente a casa, acerca branca de madeira. Gostei muito.
Minha mãe começou a desempacotar as caixas e eu fui pegar meus gatos e meu cachorrinho Mickey, levei-os para o sótão, eu queria que meu quarto fosse ali. Meus gatos arrepiaram o pelo e desceram escada abaixo correndo. Estranhei. Fechei a porta e fiquei com o meu cãozinho eu não sei o que deu nele, mas ele pulou da janela...Sai correndo escada abaixo chorando, berrando, pedindo ajuda para minha mãe.:- Mãe , o Mickey, pulou, ele está machucado olha para mim? – Que é isso Tamires, cachorro não pula...Você não o jogou?-Mãeeeeeeeeeee? Eu nunca faria isso. Olha ele para mim!!!- Ele não está muito machucado, vai ficar bem. E vou ficar de olho em você.
Como eu fiquei mal naquele dia. Fui dormir em um dos quartos térreos, o que ao longo da estória você vai saber, foi o que me salvou.
As aulas não tinham começado, eu não conhecia ninguém, eu só via um vovozinho, bem velhinho cuidando de um lindo jardim em frente a minha casa. Um dia fui até ele e me apresentei.: - Bom dia , meu nome é Tamires, tudo bem com o senhor? – Tudo bem, você é minha nova vizinha?- Sou. – Querida criança, vou lhe dar um conselho, seja forte, medo e pavor existem e é bom ter esses sentimentos. Quando isso acontecer saia da casa.- Que, eu recém me mudei...- Sente-se querida, meu nome é Carlos eu moro em frente a essa casa a mais de sessenta anos, tenho oitenta anos agora e já vi muita coisa acontecendo por lá. Você pode vir me visitar quando quiser minha filha vai adorar, ela não sai da cama à uns quarenta anos.- Por quê, Seu Carlos? – Ela fez uma cirurgia e perdeu o movimento das pernas.- Posso vê-la? – Pode, ninguém nos visita. Foi então que eu conheci a Dona Celita filha de Seu Carlos , que amava ler e me convidou para visita-la no outro dia.
- Até amanhã ,foi um prazer, vou para casa. A casa já estava me apavorando, os meus animais não entravam mais. Eu só conseguia brincar com eles na rua. Minha mãe me mandava dormir cedo, em uma certa noite eu senti algo diferente parecia que meu quarto esfriara em segundos, chamei minha mãe e meu pai para me dar mais um cobertor, mas eles não me ouviram, liguei o abajur e congelei...na minha frente estava alguém vestido de terno flutuando. Sabe quando você grita e não consegue gritar eu acho que aconteceu isso comigo, eu desmaie. Minha mãe e meu pai me encontraram no outro dia de manhã desmaiada. Contei a estória, mas eles não acreditaram. Nas noites subsequentes pedi para meu pai vir dormir no meu quarto, mas assim que ele saia o homem de terno preto entrava. Eu pulei a janela do meu quarto todo tempo que morei lá, minha mãe me levou para psicólogos.
Fugi para casa de Seu Carlos e de sua filha que agora estava em uma cadeira de rodas porque tinha uma criança na casa dela. Eles eram bem pobres, me davam bolachas e me ofereciam mate doce que eu nem gostava, mas eu gostava da companhia deles e eles de mim. Eu nunca fora tão feliz pegando ratos pelo rabo, pois tinha demais naquela biblioteca, eu achava os ratinhos até bonitinhos perante o terror que eu vivia diariamente .Meus animais morreram um por um de maneiras sórdidas. Um gato, um funcionário da madeireira, vizinha à casa, pegou e serrou no meio na minha frente e eu gritei muito, os outros dois morreram afogados em um arroio que passa logo ali perto da casa ,e meu Mickey foi atropelado.Eu Tamires estou viva, meus pais também, porque a dona da casa resolveu voltar para casa dela. Mas eu sinto muito por ela, sinto mesmo, pois ela perdeu os três filhos e o marido naquela casa e ela só sobreviveu, porque deixou a casa. A casa nunca mais foi alugada ou vendida.
Hoje o sótão não existe mais, parece que nunca existiu, mas ele esteve lá e eu me lembro de meu cãozinho se atirando porque ele não queria morrer pelo mal que habitava naquela casa.
Essa é mais uma não uma lenda urbana de Teutônica, é a história de uma criança que teve que passar por tudo isso. O homem de terno preto só está esperando pelas próximas vítimas .Pois a casa é muito bela e um dia alguém vai se interessar pela bela casa como meus pais se interessaram. Então ele voltará a sugar as almas de animais ou humanos.
( história real, contada pela própria menina que viveu os acontecimentos)
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Contos De Terror
ParanormálníHistorias assustadoras. Se tem coragem, continue...😰😱👻👹