Cheguei pontualmente às nove da noite na casa onde iria cuidar de duas crianças de três e cinco anos, enquanto seus pais iriam a um jantar de negócios em uma cidade vizinha.
Depois de me dar explicações sobre o que fazer, o Sr e Sra James saíram de casa me deixando na sala, pois as crianças já haviam ido dormir.
Algum tempo depois eu escutei um chorinho leve de crianças no andar de cima, onde ficavam os quartos e foi lá ver o que era. Chegando lá encontrei as duas meninas sentadas na cama chorando muito.
“O que foi?” – perguntei.
“Eu não gosto de palhaços.” - disse uma delas estendendo a mão para um canto do quarto.
Levei um susto ao ver um boneco de palhaço do tamanho de uma pessoa adulta. Segundos após recuperar do susto, eu fiquei apavorada,pois aquele boneco era muito assustador,(Pensei, por que os pais deles deixariam um boneco tão feio no quarto dessas crianças).
Fiz o que estava ao meu alcance para acalmar elas, sentei e cantei algumas canções para as duas até voltarem a dormir. Depois disso voltei para o primeiro andar e foi assistir televisão.
Estava eu la tranquila, escuto um estouro e muito choro. Corri para o quarto, as meninas estavam chorando compulsoriamente.
“Vocês tem que voltar a dormir. Ainda estão com medo do palhaço?
“Ele estourou um balão pra nos assustar.”
Olhei para o chão e vi o balão estourado, uma aperto no estômago me deixou em desespero. Olhei para o palhaço e pensou que ele estava em outra posição. Quase morrir de medo, pedi para as meninas ficarem calmas que iria ligar para os pais delas. Desci as escadas e peguei o telefone, mas estava sem linha. Medo eterno.. Fui até minha bolsa, peguei meu celular. Liguei, a Sra James atendeu.
“Oi aqui é a Susy, eu estou ligando porque as meninas estão com muito medo. Eu queria saber se eu posso tirar ou cobrir aquele palhaço gigante lá no quarto delas.”
“O que? Nós não temos nenhum boneco de palhaço em casa.”
Somente ai eu saquei que não ouvia o choro das crianças e sair disparada para a escada. Meu coração quase saindo pela boca, estava com muito medo, nunca tinha passado por situação parecida. Meu Deus. Cada degrau da escada parecia ter quilômetros, queria ver as crianças e saber se estava tudo bem.
Chegando no quarto, tudo estava normal, não tinha mais boneco, apenas um silêncio que foi quebrado com o tocar da companhia. Corri para atender, não havia ninguém, só um bilhete escrito “Até a próxima”.
Susy Lian/Ac