8-Tenho que tomar uma decisão

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Quinta 01/12/2016 17:58pm

-Você já tomou os comprimidos?

-Já mãe.

-O em gotas?

-Já mãe.

-Todos nos horários?

Ela me crivava de perguntas sempre que chegava da galeria. E aquilo me irritava. Tudo o que eu fazia o dia todo era sentar na frente da TV, morrer de ódio por não poder coçar onde estava enfaixado, e tomar os antibióticos, os analgésicos e etc.

-Deixa eu ver isso aqui.

Ela se abaixou na minha frente e inspecionou os pontos na minha canela.

-Eu já liguei para a escola e assim que te derem alta pra ir a escola, você leva o atestado.

-Que ótimo.

-Vai ficar sem aprontar uns dias olha que maravilha.

Ela disse irônica e se levantou.

-Está com fome?

-Não.

Eu estava era com raiva já que mesmo eu estando toda ferrada a Léa não havia entrado em contato. Tudo bem que eu nem tinha respondido as mensagens dela.

"Mas custava insistir?"

-E a Lea?

Falou minha mãe como se lesse meus pensamentos. Me levantei de mal jeito, devido ao braço enfaixado junto ao meu corpo e sai dali sem responder.

-O que foi? Só perguntei.

Eu bufei e bati a porta do quarto me sentando em minha cama. O celular vibrava.

-Alo?

Falei. Mas ninguém respondeu.

-Quem é?

Insisti. E uma voz feminina riu do outro lado. E desligou.
Joguei o celular na parede oposta.

-Ei! Isso custa dinheiro!!

Falou minha mãe que entrava naquele instante com um prato de comida.

-Me deixa em paz.

-Você não comeu o dia todo! Mas vai comer agora.

-Eu comi!

-Nem tenta mentir pra mim Danielle! A comida que deixei está intacta. Abre a boca.

-O que?

Falei pasma e nesse intervalo de tempo ela nem esperou e já enfiou uma colher de comida na minha boca. Eu queria matar a mulher. Mas era a minha mãe, e eu estava desde o jantar da noite anterior sem comer. E só havia jantado por insistência dela também.

-Se quer virar criança vou te tratar como uma. Come!

E eu comi, de má vontade, mas comi. Quando se deu por satisfeita ela foi levar o prato na cozinha.

Me joguei na cama, e fiquei olhando o teto.

-Vamos, vou te dar um banho.

-Não mãe...

Reclamei, mas foi só por força do hábito. Porque sozinha eu não conseguiria, precisava dela e estava louca por um banho também.

-Os hematomas estão sumindo.

Falou.

"Só porque eu já estou toda ferrada e assim você não me espanca"

Pensei mas não fui louca de dizer aquilo.
Me ajudou a me ensaboar. Quando sai me ajudou a me vestir e me deitei. Já estava sentindo falta da escola. Assim que ela saiu eu tive uma idéia, esperei algumas horas e a chamei.

Até O FimOnde histórias criam vida. Descubra agora