12-Tudo o que senti foi raiva

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Quarta 07/12/2016 14:56pm

-Você me ama?

Perguntei e olhei em seus olhos.

-Amo.

-Quanto?

-Muito!!

Eu estava deitada com Rafa enroscada em mim, eu havia chegado a pouco do colegio.

-E você?

-Não sei, vou pensar.

-Eu sei que ama!

Falei rindo, no mesmo instante a porta do meu quarto se abriu.

-Cheguei!

Era Rodrigo, o garoto se jogou na cama ao nosso lado, jogou uma pizza na nossa frente. Gemeu de dor, Rafa o olhou preocupada.

-Pizza? Leu meus pensamentos!

Falei animada.

-Tá doendo muito Drigo?

Ela perguntou e ele deu de ombros.

-Minha mãe liberou você pedir pizza?

Falei mordendo um enorme pedaço. O garoto deu de ombros novamente com um meio sorriso. Estava com a boca cheia.

-Ela não me viu pedindo.

Ele riu. Rafa deu um tapa nele.

-Droga. Ela vai nos matar. Provável que tenha pedido algum prato gourmet caríssimo ao Parriet.

Falei, e Parriet era o nome do nosso restaurante favorito.

-Não precisamos disso! Temos pizza!

O garoto falou animado, nem parecia que estava mal a algumas horas atrás. Ficamos conversando até tarde. Ricardo ligou para os filhos, mas a ligação durou pouco mais de dois minutos.

-Pensei que ele viria ver você.

-Ele tem que trabalhar.

-Drigo ele trabalha a noite, não custava vir durante o dia.

-Eu sei irmã, mas a gente já sabe como nosso pai é.

Rodrigo concluiu. Eu fiquei em silêncio, o homem era muito ausente, e nem o filho mais velho levando tiros ele mudava as atitudes. Mas eu tentaria não me meter.

(...)
Rafa pegou no sono. Rodrigo e eu saímos do quarto de mansinho.

-Rodrigo eu nem vi você acordar.

-Oi Luana, eu subi direto.

O garoto deu um sorriso sem graça. Minha mãe o olhou desconfiada.

-Já comeu?

-Já.

-O que você andou comendo menino?

Rodrigo riu. Eu cocei a cabeça saindo de perto pra não sobrar pra mim.

Nos sentamos no sofá e ficamos assistindo alguns filmes.

-Meninos eu estou indo dormir. Rodrigo seu pai vem no final de semana.

-Tá bom.

-Se comportem, boa noite.

Disse minha mãe por fim.

Rodrigo olhou de cara feia. Eu dei um empurrão em seu ombro.

-Ai!

Ele gemeu e eu me assustei achando que havia o machucado.

-Desculpa!

Ele me olhou e deu língua.

-Palhaço!

Até O FimOnde histórias criam vida. Descubra agora