21-Vem me buscar, por favor

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Sábado 17/12/2016 08:32 am

Eu acordei com uma enorme dor de cabeça, olhei pro lado e a vi. Seus cabelos castanhos estavam espalhados pelo travesseiro e ela dormia tranquilamente, sua boca rosada estava entreaberta e eu me inclinei celando nossos lábios devagar.

-Tão linda...

Sussurrei, Léa dormia como um anjo. Me levantei da cama e desci as escadas de madeira antiga a ouvindo ranger a cada passo, entrei pela porta de vidro à minha esquerda e vi Noélia pondo meu café da manhã na mesa de madeira escura.

-Hoje é seu dia Nonô?

-É sim Julia, tô trocando minha folga de quarta feira pra levar meu menino no médico.

- Que bobagem, não precisa. Pode ir pra casa, e vá levar seu filho no médico na quarta.

-Mas eu não posso, esse mês estou apertada, se descontar um dia já vai fazer uma enorme diferença.

- Nonô eu não vou descontar nada.

Falei pegando uma fatia de queijo. Mas minha cabeça latejou dolorosamente e eu coloquei as duas mãos nas têmporas, massageando devagar.

- Está com dor minha menina?

-Bebi demais ontem, me passa um analgésico por favor...

Pedi e a mulher saiu pela porta de vidro, voltou, me deu a cartela de comprimidos e um copo de suco de laranja.

-Obrigada. Mas eu falo sério, vá pra casa descansar.

-Obrigada menina. O que precisar me chama tá bem?

- Tá, e meu pai?

Perguntei, porque Noélia trabalhava para a nossa familia á anos, e trabalhava dois dias na casa dos meus pais também.

-Ele está bem, preocupado com o colégio, mas de resto ele e sua mãe estão bem.

-Entendi, vai come alguma coisa...

-Tomei um cafezinho antes de vir pra cá.

-Cafezinho não é café da manhã que preste, né. Senta e toma café comigo.

E ela cedeu e se sentou, fez um misto quente pra nós duas. Comíamos calmamente, quando a porta de vidro abriu e uma Léa totalmente sonolenta surgiu.

-Oi amor.

Falei a puxando pro meu colo, a menina ficou sem graça quando viu Noélia.

- Bom dia...

- Bom dia.

Noélia respondeu. Eu passei a mão pelos cabelos castanhos de Léa.

-Dormiu bem?

-Tô com dor de cabeça.

-Toma.

Falei colocando um analgésico em sua boca e oferecendo um suco. Nonô comeu e se levantou, eu e Léa tomamos café da manhã e a mulher ficou limpando tudo antes de ir embora.

(...)
- Já sabe com qual vestido vai hoje?

-Nem sei se vou.

-Deveria.

-Por que?

Ela me fitou, estava deitada de bruços em minha cama, apoiada nos cotovelos e o queixo apoiado nas mãos. Era sempre tão adorável olhar pra ela.

-Porque é o seu baile, da sua formatura. E você realmente deveria ir.

Ela suspirou, se levantou e ficou me observando enquanto me arrumava.

Até O FimOnde histórias criam vida. Descubra agora