26 -Mãe.... Pai...

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Fomos até onde Stefan, Elena, Caroline e Bonnie conversavam, dava para perceber o ar tenso que pairava sobre a sala. Damon resolveu não participar dessa conversa, então me deixou na porta da sala a qual entrei sozinha, fazendo a conversa parar e os quatro me olharem. Meus olhos ainda vermelhos e lacrimejando entregavam o fato de eu ter chorado minutos antes, minha voz estava rouca e falha quando anunciei.

-podem me deixar a sós com Stefan e Caroline por favor?

Os quatro se olharam talvez para confirmar se era o melhor a ser feito.

-podem ir -disse Stefan fazendo com que Elena e Bonnie se levantassem.

Elena passou por mim sem olhar em meus olhos, talvez fosse a vergonha por ter mentido pra mim durante dezoito anos. Já Bonnie sorriu solidária e tocou de leve em meu ombro antes de sair, ela sabia o quanto gestos assim me acalmavam em momentos difíceis, um simples sorriso solidário, um simples toque gentil. A sala ficou silenciosa por um tempo, Caroline e Stefan continuavam sentados nas mesmas posições anteriores, eu continuava parada perto da porta.

-Lucy... Quer conversar com a gente? -perguntou Caroline com a voz suave, o mesmo tom de voz que falava ao telefone todas as noites em que conversávamos. Nunca imaginei que ela mentiria para mim a esse ponto.

Calmamente me direcionei em silêncio até o sofá em frente ao que eles dividiam. Minha mão fechada em punho ainda continha o calor do toque de Damon, embora as mãos dele fossem tão frias quanto as de meu pai. E por incrível que possa ser, aquilo me acalmava. Uma lágrima rebelde escorreu pela minha bochecha corada, trazendo com que Stefan que antes olhava para as mãos agora olhasse para mim.

-você está chorando? -ele mais afirmou do que perguntou em seguida dirigindo seu polegar para secar a lágrima teimosa.

-eu sei de tudo -falei calmamente enquanto ele secava a lágrima -tudo o que vocês fizeram.

-Lucy... -Caroline começou mas a interrompi.

-Lucynda! Não é esse o meu nome? -falei talvez mais rude do que deveria.

-nos deixe explicar -disse Stefan ainda calmo, ele tinha sempre essa facilidade de parecer calmo mesmo perante os mais diversos desafios. Mesmo perante a mim.

-explicar o que? -perguntei com o tom de voz um pouco mais moderado -explicar o porquê de mentirem para mim durante dezoito anos? Vocês me fizeram acreditar que não eram nada pra mim além de amigos, me fizeram acreditar que eu tinham algo de errado, que eu era a errada. Vocês nem se quer se deram ao trabalho de me contar a verdade.

-as coisas aconteceram muito rápido Lu... você tinha apenas três meses de vida quando começou a correr perigo, e eu... Como sua mãe, preferi ver você ser criada por outras pessoas, crescer chamando Hayley de mãe, do que perder você pra sempre. -Caroline disse segurando as lágrimas.

-Lucy, entenda o nosso lado da história. Estávamos desesperados mas nunca deixamos de amar você. Você é nossa filha, talvez não seja como você esperava mas somos seus pais. E te amamos, por isso Bonnie foi morar lá com você. -começou Stefan.

-ela nos mandava notícias de você todos os dias, estávamos sempre por dentro do que acontecia. Mesmo estando longe, cuidavamos de você. E eu juro, que só não aparecemos antes dos seus dezoito anos, porque não queríamos que você, tão pequena, tivesse que lidar com o que você está lidando agora.

-queriamos conhecer mais de você, e que você conhece mais da gente também.

-eu... Eu estou tão confusa -admiti.

-precisamos decidir o que fazer agora -disse Stefan.

-como assim? -perguntei.

-bem... você é nossa filha Lu, queremos você próxima de nós novamente, isso é, se você quiser claro -Caroline disse pegando em minha mão que antes era tocada por Damon.

-próxima quanto? -perguntei.

-não queremos extrapolar, você tem sua vida, sua família e sua casa em New Orleans. Mas talvez alguns dias em Mistic Falls te faça entender melhor a sua história. -explicou Stefan.

-apenas uns dias?

-o tempo que você quiser. -afirmou Caroline.

-eu... Vou pensar, mas agora o que devo fazer?

-a respeito do que? -ela perguntou soltando minha mão.

-devo chamar vocês de pai e mãe? Mas e Hayley e Klaus? Damon é meu tio? E como devo chamar Rebekah, Elijah e meus outros tios. Devo ser chamada de Lucy ou Lucynda e meu sobrenome é Mikaelson ou Salvatore?

-são perguntas complicadas -afirmou Stefan -mas eu acho, que você deve seguir normalmente chamando Niklaus e Hayley de pais, Rebekah, Elijah e os outros de tios. Aos poucos você pode ir se habilitando a nos chamar de pais, já meu irmão fica a critério seu como chama - lo. A princípio você continuará sendo chamada de Lucy Mikaelson, a não ser que decida trocar para Lucynda Salvatore.

-se não se importam, a respeito dos meus pais, que cuidam de mim desde que eu era pequena, prefiro continuar como Lucy... Lucy Marshall Mikaelson.

-como desejas -disse Caroline sorrindo -espero que possa nos perdoar.

-eu poderei, só preciso me acostumar com a idéia.

-Stefan! Caroline! -Elena entrou correndo na sala nos assustando.

-o que aconteceu Elena? -Stefan se levantou e foi em sua direção e Caroline também de pé se aproximou de mim que continuei sentada.

-Katherine. Ela está aqui. -todos nos entre olhamos.

-fique aqui -Stefan disse para mim e saiu seguido por Elena.

Me levantei e fui em direção a porta.

-Lucy, fique aqui -disse Caroline.

-tem uma vampira que quer acabar com a minha família! Você acha mesmo que eu vou ficar sentada enquanto eles se arriscam para me salvar? A não vou mesmo!

-nossa...

-o que foi?

-você é igual ao seu pai.

-qual deles? -disse debochada cruzando os braços.

-um pouco de cada. Você é muito corajosa Lu... Eu tenho muito orgulho de você -ela me abraçou.

-eu preciso ajudar eles Carol... mãe. Por favor. -ela me soltou e sorriu de lado.

-é muito perigoso, você é uma mortal.

-eu vou ficar bem, eu prometo.

-não posso arriscar sua vida!

-você não vai estar arriscando nada, mas eu... Mas se eu ficar aqui, nessa sala, estou me arriscando a perder as pessoas mais importantes pra mim, você não entende?

-sim Lucy, eu entendo! Eu perdi uma pessoa muito importante para mim, e não posso perder você também.

-Katherine não tem poder nenhum sobre mim, e eu não vou permitir que ela estrague a minha vida.

-seus olhos...

-o que tem eles? -levei uma das mãos ao rosto.

-nada... acho que foi impressão minha.

-Caroline! Não mude de assunto, eu preciso ajuda - los.

-tudo bem, mas tome cuidado.

-vou tomar -sai correndo em direção ao meu quarto, tinha algo lá que poderia ajudar, pelo menos era o que eu esperava.

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