The Owners of True Blood

43 -Família Mikaelson... e Salvatore

//LUCY//

Depois de passar o dia caçando e aprendendo a me controlar com o papai, eu já havia me tornado oficialmente uma híbrida, eu havia matado, havia bebido sangue de verdade e havia me transformado em lobisomem pela primeira vez.

-Lucy? Você está bem? -papai perguntou se sentando ao meu lado.

Agora estávamos na mesma clareira na qual levei Isaac na primeira vez em que ele se transformou na minha frente, a diferença era que agora a transformada era eu. Papai botou a mão no meu ombro e ao sentir seu toque reconfortante voltei a realidade, voltei ao normal e respirei fundo percebendo que estava sem minhas roupas e suja de sangue, nas minhas mãos e meu rosto.

-o que eu matei? -perguntei sem conseguir me lembrar exatamente de como as coisas aconteceram enquanto papai me entregava outras roupas para vestir.

-alguns animais e um vampiro que tentou te atacar, mas não se preocupe, não foi nada de mais. Você ainda está com fome? -neguei com a cabeça -está com dor?

-dói de mais.

-eu sei filha, a primeira vez em que minha parte Lobisomem foi ativada achei de verdade que não iria suportar a tamanha dor que me era causada.

-como soube que eu iria suportar?

-porque você é forte, e o coração que bate em seu peito é o coração de uma guerreira. O coração de uma Mikaelson.

-eu achei que iria morrer.

-nunca permitirei que isso aconteça. Mas agora precisamos ir para casa.

-não quero que ninguém me veja assim.

-nem mesmo Damon?

-muito menos ele, não quero que me vejam dessa forma, toda suja do sangue de alguém que certamente matei, de animais que precisei matar para amenizar minha fome.

-essa é a sua verdadeira forma agora, e eles vão continuar te amando seja no que for que se transforme. Eles já passaram por isso, eles ainda passam.

-eu sou um monstro -falei com os olhos marejados.

-então eu também sou -ficamos um tempo em silêncio -aos olhos de muitos mortais, seremos considerados monstros. Mas você não é, nem eu, nem seus tios, sua mãe ou seu namorado...

-ele não é meu namorado.

-Lucy... Só estou tentando dizer, que não é porque você é diferente, que você é um mostro. Você é doce, é gentil, é linda. Você não é um mostro, você é uma hibrida!

-e se eu os atacar? E se machucar aqueles que amo?

-você não vai, porque eu acredito na sua força. Eu acredito em você. -o abracei -agora temos que ir, já vai escurecer. Você pode entrar pela janela ou pelos fundos se ainda não se sente confortável para saltar em uma altura com a janela do seu quarto.

-não, tudo bem. Eu entro pela porta da frente... com você.

Ele sorriu e nos levantamos
Seguimos caminho até em casa, aonde todos estariam nos esperando para o jantar de boas vindas para mim.

Assim que abri a porta ao chegarmos, Damon e Davina que conversavam na sala, me olharam e por um instante achei que iriam ficar surpresos ou apavorados, mas os dois abriram um sorriso enorme e andaram até mim.

-estava com tanta saudade -disse Davina.

-eu também -sorri de volta.

-vem, é melhor você ir se trocar -disse Damon me acompanhando até o meu quarto deixando papai para trás -estava preocupado com você.

-por que? -ele se sentou em minha cama enquanto eu apenas admirava o meu quarto.

Meu quarto, minha casa, minha família. Finalmente as coisas estão voltando ao normal, pensei eu.

Eu os tinha e eles me tinham, sem Katherine no nosso caminho. Sem magias estranhas, sem mortais. Apenas a família original e os Salvatore, reunidos nessa casa para um jantar.
Salvatore e Mikaelson, deixaram a muito tempo de serem famílias rivais, agora, éramos uma família, uma única casa, um único sangue.
Eu sou uma Salvatore assim como também sou uma Mikaelson, e nunca negarei quem realmente sou...
Lucy Marshall Mikaelson, princesa de New Orleans, filha única de Hayley e Klaus Mikaelson, e de Caroline Forber e Stefan Salvatore. Hibrida de lobisomem e vampira, herdeira do trono de meu pai e quem sabe, futura namorada de Damon Salvatore...

-minha coisinha em uma floresta com o pai hibrido tendo de matar coelhos sendo que tem medo de baratas, não é de se preocupar? -ele riu me fazendo rir também.

-aqui estou eu, quase sem roupa, coberta do sangue de sei lá o que depois de me transformar em um ser sobrenatural. O que acha de sua coisinha agora? -ri.

-me parece, que ela está bem mais corajosa, bem mais forte.. Uma mulher, bem mais linda também -corei e ele riu -você fica tão linda vermelha.

-para de bobagem -ri -agora sai para mim me trocar.

-sério isso?

-sério, por quê?

-eu me troquei na sua frente quando você acordou.

-é que você é sem vergonha -ri.

-aé senhorita envergonhada? Pois agora, saiba que durante esses três meses, eu que trocava sua roupa. -ele sorriu debochado me fazendo corar.

-é o que? -perguntei sem acreditar.

Ele apenas riu e piscou para mim.

-te espero para o jantar -ele saiu do quarto me deixando sem reação.

Conferi se a porta estava bem fechada, fui até o banheiro e me despi logo entrando de baixo da água quente que relaxava meus músculos rígidos, aos poucos fui vendo a água levar embora o sangue presente em minhas mãos e braços, e me senti bem, o sangue que foi lavado de meu corpo, o peso de saber que matei alguém, foi lavado da minha alma. Respirei fundo e sorri. Eu finalmente era quem deveria ser, quem nasci para ser, imortal. Uma híbrida.

Sai do banheiro já seca, vesti uma calça confortável, uma blusa larga e calsei um tênis qualquer. Arrumei meu cabelo e logo desci.
Entrei na cozinha encontrando todos sentados a mesa rindo e conversando, quando me viram, alguns correram para me abraçar como Bekah e Elijah, já outros como Marcel e Elena apenas sorriram calorosamente enquanto eu me juntava a eles na mesa.

-o jantar tá na mesa -disse Damon largando uma forma na mesa e sorrindo para mim com um pano de prato no ombro.

-está envenenada? -Rebekah perguntou fazendo todos rirem.

-coma e descubra -disse Damon se sentando em minha frente.

Todos começaram a se servir enquanto a conversa e a risada inundava a sala de jantar aquecida pelo fogo das velas nos castiçais. Era tão bom está em casa, mas melhor ainda era ver todas aquelas pessoas que eu tanto amo, sentadas ali, alegres e festivos.
E só de ver os sorrisos em seus rostos percebi que era a garota mais sortuda da face da terra.