25 -Revelação

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Corri atrás do meu pai pelo castelo e boa parte do jardim, infelizmente os vampiros são mais rápidos que os mortais. Quando o alcancei ele estava sentado em um dos bancos de pedra do jardim de Candice, como as mãos no rosto e a cabeça baixa, admito que nunca imaginei ver meu pai assim, o tão bruto e famoso híbrido de New Orleans. Botei a mão calmamente no seu ombro o que o fez olhar para mim.

-o que está acontecendo? -perguntei calmamente.

-Lucy... Eu te amo de mais para abrir mão de você.

-você nunca precisará abrir mão de mim papai, eu também te amo e nada e nem ninguém vai mudar isso, nunca! -ele me puxou para abraça - lo me fazendo sentar na sua perna.

-eu não sei por onde começar.

-comece do início, quando essa confusão começou e por quê? Quem é essa pessoa que se parece com a Elena e o que ela quer? Por que todos parecem saber de algo menos eu?...

-bem... tudo começou quando você tinha três meses de vida... -ele olhou para mim esperando que eu falasse alguma coisa, mas como fiquei em silêncio ele prosseguiu -Elijah e Rebekah tinham acabado de chegar de viagem e iriam se mudar para nossa casa, Hayley estava muito contente pela presença deles. Então Caroline chegou, naquela época minha família e os Salvatores e toda a gente de Mistic Falls não se davam muito bem, na verdade, acho que só nos damos bem hoje por sua causa.

-minha?

-sim... Quando Caroline chegou acompanhada de Stefan, Elena e Bonnie, ela carregava um bebê nos braços -um nó se formou em minha garganta, não conseguia mais pensar em nada então apenas segui ouvido a história -era você. Ela estava desesperada, pois Katherine Pierce havia ameaçado sua vida por ciúmes, e ela precisava de um lugar para te esconder, Hayley não pensou duas vezes antes de aceitar ficar com você, e então você ficou, mais tempo do que imaginamos, nos apegamos muito a você. Lucy, você encheu aquela casa de vida, de alegria, de amor. Você nos fez sentir vivos novamente. Você cresceu tão depressa, nunca esqueci das suas primeiras palavras, dos seus primeiros passos, da primeira vez que me chamou de papai, você era minha filha, e ainda é. Você se tornou parte de nós, de mim, da sua mãe e dos seus tios.
Mas então você completou dezoito anos, como Caroline não havia nos dito o dia em que você nasceu, adotamos o dia que você chegou lá em casa como seu aniversário. Naquela noite você conheceu Caroline, Stefan, Elena e Damon. Bonnie desde que você chegou em nossas vidas esteve com você, como a gente. Quando vi você conversando com Stefan eu admito ter ficado assustado, eu não podia te perder, não depois de tudo, e quando Caroline te chamou de Lucynda eu fiquei muito assustado....

-meu.... Meu nome, é... Lucynda? -meus olhos já estavam lacrimejando e eu não sabia o que fazer.

-sim... eu estava com medo Lucy, pela primeira vez. E quando conheci Candice e Joseph contei a eles nossas circunstâncias, Katherine estava na cidade e não tínhamos mais um exército de vampiros tão forte quanto tínhamos quando você era pequena e como você se deu tão bem com Isaac, resolvemos trazer você pra cá, achamos que aqui estaria segura, mas ela descobriu que estamos aqui e se aproximou de você.... Me desculpe filha, eu fiz de tudo para evitar que esse dia chegasse, eu fiz de tudo para que pudéssemos ser uma família, embora parte de mim soubesse que você pertencia a eles, mas entenda o meu lado, eu não podia por em risco perder você, não suportaria a ideia de você me odiar por mentir, de você não me chamar mais de pai, não sentar no meu colo, não me dar um beijo de boa noite, não me deixar mais chama - la de Lobinha. Eu não quero ficar sem você. Você é minha filha, por favor me perdoe. Por favor!

-como você pode?

-eu disse filha, eu estava com medo de te perder... -o interrompi.

-como você pode achar que eu esqueceria de você? Como pode achar que eu não o amaria mais? Você é meu pai, você que me cuidou, me criou, me ensinou tudo o que sei. Você que me protegia dos monstros, que me cobria antes de dormir. Você que deixou de lado tudo por mim.

-Lucy...

-eu amo você, Niklaus Mikaelson, não importa quem tenha me gerado, você é e sempre será o meu pai! -o abracei -mas isso explica o porque de eu não ser híbrida -começamos a rir -o que vai acontecer agora?

-eu não sei -ele suspirou -voltaremos pra casa eu acho... Se eles não quiserem te levar embora.

-eu... Preciso falar com eles. Você se importa se...

-claro que não, pode ir.

-eu te amo -dei um beijo em sua bochecha e corri o mais rápido que pude em direção ao castelo.

Entrei em uma pequena sala a qual não conhecia, haviam apenas umas flores e enfeites, me apoiei na parede e me permiti chorar. As peças finalmente se encaixavam na minha mente.
Damon. Stefan. Caroline. Lucynda. Katherine. Bonnie. Elena. Era tudo muito confuso.

-por que? -fechei a mão em um punho a chocando contra a parede aonde eu mantinha a testa encostada -por que comigo?

-por que o que? -me virei dando de cara com Damon, ele tinha o olhar entristecido e as mãos nos bolsos -a... Isso. Desculpe não te contar antes, mas eu tentei.

-a história -eu disse baixo mas como ele é um vampiro sei que escutou -a história que você me contou.

-me proibiram de falar com você. De chegar perto de você. Eu não te conhecia quando tudo aconteceu, seus pais... Caroline e Stefan, não confiavam em mim e nem acreditavam que eu não te faria nada de mal. Quando levaram você para New Orleans eu fui atrás, sabe como eu sou. Eu me apeguei a você e por isso...

-por isso ninguém podia saber que éramos... amigos.

-isso.

-eu tô me sentindo tão perdida -encostei as costas na parede.

-eu sei, mas vou te ajudar -ele parou na minha frente e secou a lágrima que escorria na minha bochecha -digamos que, eu posso ser sua bússola? -ele estendeu a mão para mim que ri.

-minha bússola -botei a mão sobre a dele que entrelaçou nossos dedos me fazendo corar, ele apenas riu e começou a me guiar para fora da sala -aonde estamos indo?

-mesmo eu querendo te levar para outro lugar... Como sou sua bússola devo guaia-la corretamente -eu ri e ele revirou os olhos rindo em seguida -vou te levar até Stefan e Caroline, vocês precisam conversar.

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